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Palavra do leitor

Missões de curto prazo: Aventura? parte 2

Autor, Dr. Joed Venturini

Muitos dos projetos de curto prazo visam regiões do mundo onde o evangelho é minoria e temos que pensar nas particularidades de cultura, sociedade e história para entender como o projeto de curto prazo se dará nesse ambiente. Pensaremos também de modo breve nas vantagens apresentadas fazendo uma critica a suas colocações:

Compromisso
A menor exigência de compromisso deste tipo de ministério favorece o surgimento de candidatos menos sérios. Serão jovens com pouco tempo de vida cristã, sem maturidade espiritual. Alguns se apresentarão por falta de saída profissional ou por incapacidade de entrar em instituições de ensino superior. Já ouvimos de um candidato: "Deus não me ajudou a passar no vestibular, então deve ser porque quer que eu seja missionário". Muitos desses jovens virão com uma visão romântica de missões, uma percepção errada de que o trabalho missionário é a panacéia dos problemas da humanidade. Outros se apresentarão pelo puro exotismo da coisa, pela proposta de aventura e olharão para o projeto como um possível trampolim para outras paragens. Fica no ar a noção de que se não der certo sempre podemos mudar de planos, escolher outro campo ou simplesmente voltar ao Brasil. Essa percepção retira da obra missionária uma de suas mais necessárias virtudes: a perseverança.

Treinamento
Regra geral o treinamento de projetos de curto prazo é bastante limitado sendo intenso demais, pequeno demais e com muita ênfase nos conhecimentos intelectuais e pouco na prática e no caráter. Sabendo das exigências do campo missionário mas tendo pouco tempo para a formação de obreiros, as organizações missionárias investem em cursos de intensidade exagerada, que dão um conteúdo que ultrapassa a capacidade de absorção dos jovens e que negligencia o aspecto espiritual e do caráter do obreiro. Como maturidade não se produz em microondas, os resultados são muitas vezes jovens confusos, sem saber bem o que fazer com tanta informação, mas ainda longe da vida espiritual que seria necessária para a atuação no campo. A abordagem necessariamente superficial dos temas passa aos jovens a noção de terem estudado e aprendido muito quando na verdade nem sabem o valor ou a aplicabilidade da maior parte das coisas que ouviram.

Sustento
A questão do sustento menor nestas situações pode se tornar uma falsa vantagem. Por um lado porque pode se chegar a ponto do sustento precário que deixa o obreiro no limiar da necessidade. Por outro lado o engano existe porque os projetos em geral funcionam com grupos e o envio, sustento e manutenção de uma equipe de 3 ou 4 jovens equivale e muitas vezes excede o de uma família missionária na maioria dos casos.

Adaptação
A suposta adaptação fácil dos jovens ao campo missionário é outra falácia da missão de curto prazo. A adaptação que se deseja e que se necessita em missões nunca será de curto prazo. Quando o missionário vai para outra cultura, trabalha com outra religião e precisa aprender outras línguas, o ministério de curto prazo nega-lhe a possibilidade da adaptação realmente necessária.

Alguns meses ou mesmo 2 anos numa realidade transcultural é manifestamente pouco para quem precisa conhecer a cosmovisão do povo a alcançar. Nesse tempo o missionário só teve oportunidade de avançar um pouco na língua e de conhecer um pouco da cultura em seus aspectos mais superficiais. O ministério missionário é um ministério de comunicação. A comunicação depende de um conhecimento o mais profundo possível dos interlocutores.

Parte significativa do sucesso de um missionário em situação transcultural está no papel que ele consegue ocupar nessa sociedade. O povo só ouvirá sua palavra quando ele ocupar uma posição que lhe dê status para pregar. O evangelho pede mudança de vida. Não é qualquer um que tem status para fazer essa reivindicação numa cultura. Ora, os missionários de curto prazo são jovens, na sua maioria moças, sem formação superior, solteiras e sem filhos e que avisam logo á chegada que vão ficar pouco tempo. Na maioria dos casos esses jovens são enviados para culturas que valorizam os idosos, os homens, os casados e com filhos e os que tem boa formação. Como uma jovem solteira vai obter status para ministrar nesse contexto ainda por cima com o calendário na parede marcando os dias para o regresso a casa?

Não estamos aqui desvalorizando as jovens que se apresentam para missões. Devemos é ser honestos no entendimento de que temos pedido a missionários de curto prazo que façam o que não é possível nesse tipo de ministério. A adaptação necessária ao alcance de povos distantes culturalmente exige muito mais tempo do que temos dado a esses jovens. Eles merecem mais! Os povos a alcançar precisam de mais!

Continua...
Belas - AC
Textos publicados: 4 [ver]

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