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Palavra do leitor

Lavando os pés (com humildade)

É muito conhecida a passagem em que Jesus lava os pés dos discípulos. Geralmente, a única reflexão que se faz é em relação à humildade que os discípulos devem ter, servindo uns aos outros.

Creio haver um outro e interessante enfoque que gostaria de compartilhar. Para melhor entendimento, expomos o texto, encontrado em João 13.4-15: Jesus, “levantou-se da ceia, tirou o manto e, tomando uma toalha, cingiu-se. Depois deitou água na bacia e começou a lavar os pés aos discípulos, e a enxugar-lhos com a toalha com que estava cingido. Chegou, pois, a Simão Pedro, que lhe disse: Senhor, lavas-me os pés a mim? Respondeu-lhe Jesus: O que eu faço, tu não o sabes agora; mas depois o entenderás. Tornou-lhe Pedro: Nunca me lavarás os pés. Replicou-lhe Jesus: Se eu não te lavar, não tens parte comigo. Disse-lhe Simão Pedro: Senhor, não somente os meus pés, mas também as mãos e a cabeça. Respondeu-lhe Jesus: Aquele que se banhou não necessita de lavar senão os pés, pois no mais está todo limpo; e vós estais limpos, mas não todos. Pois ele sabia quem o estava traindo; por isso disse: Nem todos estais limpos.” (... ) “Vós me chamais Mestre e Senhor; e dizeis bem, porque eu o sou. Ora, se eu, o Senhor e Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns aos outros. Porque eu vos dei exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também.”

Ao lavar os pés dos discípulos, Jesus, além da lição direta de humildade, nos ensina outras lições, não menos importantes. A percepção dessas lições se torna possível ao se tomar outros textos bíblicos como ajuda, o que sempre é recomendável se fazer, quando “percebemos” (pelo nosso espírito) algo mais na leitura bíblica.

Quando Pedro tentou impedir que Jesus lhe lavasse os pés, estava tendo uma reação humana, não percebendo que as coisas do Reino de Deus não seguem a ordem natural, pois está acima dela. Ao lavar os pés dos discípulos Jesus nos mostra a necessidade de constante purificação ou busca de santificação, em razão de nossos “pés” (espirituais) estarem sempre em contato com o mundo, contaminando-se com ele. “Não rogo que os tires do mundo, mas que os guardes do Maligno. Eles não são do mundo, assim como eu não sou do mundo. Santifica-os na verdade, a tua palavra é a verdade.” (Jo 17. 15-17)

A resposta de Jesus, “Se eu não te lavar, não tens parte comigo” nos ensina que somente quem é salvo permite que seus “pés” sejam lavados pelo Senhor. Somente entra no processo de santificação aquele que é salvo. O fato de recusar o processo de santificação demonstra não ter parte com o Senhor.

O pedido de Pedro: “Senhor, não somente os meus pés, mas também as mãos e a cabeça” teve a resposta imediata de Jesus: “Aquele que se banhou não necessita de lavar senão os pés, pois no mais está todo limpo”, ou seja, o salvo pela fé em Jesus não precisa fazer mais nada para se salvar pois, "no mais", está todo limpo. “Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o viticultor. Toda vara em mim que não dá fruto, ele a corta; e toda vara que dá fruto, ele a limpa, para que dê mais fruto. Vós já estais limpos pela palavra que vos tenho falado” (Jo 15.1-3). Apenas Judas Iscariotes não estava limpo, como afirmou Jesus. Ao contrário dos outros discípulos, Judas ainda precisava ter todo o mais limpo, antes de precisar somente de lavagem dos pés.

Este enfoque nos mostra mais aspectos relevantes. Ao ensinar aos discípulos que deveriam lavar os pés uns aos outros Jesus estava ressaltando a importância não só da humildade mas do discipulado, quando a Palavra traria efeito purificador mesmo que “aplicada” entre os discípulos. Ensina também que, além de uma permissão, o discipulado é uma obrigação, em exemplo dado pelo Mestre e Senhor. Curiosamente, no exemplo de Jesus, existe um contraponto em relação à idéia corrente no meio acadêmico: é necessário ser humilde para discipular; só o humilde está apto a discipular. No ministério de Jesus não há espaço para ensinar com arrogância, para se mostrar acima dos outros.

O poder atemporal e salvífico de Jesus, o "Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo" (Ap 13.8), fica claro quando a situação de salvo dos discípulos está declarada antes mesmo do Gólgota.

Em Gênesis 3.15, temos o conhecido texto: “Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar”. Creio haver forte paralelo com a cena do “lava-pés”. Jesus, o descente prometido, pisou a serpente, satanás, através da cruz. A serpente feriria o calcanhar de Jesus, possivelmente representando a Sua Igreja no mundo.

“Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para poderdes permanecer firmes contra as ciladas do Diabo; (...) e calçando os pés com a preparação do evangelho da paz” (Ef 6.11, 15).

“Quão formosos os pés dos que anunciam o evangelho de paz; dos que trazem alegres novas de boas coisas.” (Rm 10)

Bem-aventurados os que discipulam com humildade!
Juiz De Fora - MG
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