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Palavra do leitor

Há certas castas que só saem: com vergonha na cara!

Há certas castas que só saem: com vergonha na cara!

‘’As redes sociais nos oferecem um mundo, pelo qual suas ofertas de realidade não nos fazem perceber suas irrealidades, uma delas que ser humano para ser humano não pode incorrer no engano da perfeição’’.

O episódio de Marcos 09. 14 a 28 sempre me direcionou a interpretar sobre a questão de enfrentar influências e impactos espirituais, mediante a prática do jejum e da oração. É bem verdade, de forma alguma, afasto e desconsidero, conforme podemos confirmar na leitura das escrituras. De certo, faz-se necessário adentrar numa abordagem de as castas destacadas, por Jesus, se pautam, também, na maneira como lidamos com as pessoas, pontuamos as relações humanas, aliás, vitais, dentro do cenário dos discursos de profetas, caso de Amós (05. 24).

Digo isso, por sermos inclinados a nos aderir a uma busca pelo jejum e pela oração, como uma espécie de moeda de troca, como uma tentativa desesperada de conseguir alguma migalha divina, como se fosse um quebra galho. Não cessa neste itinerário, elevamos o jejum, inclusive, acima do Kairós para todos, o próprio sentido do tempo espaço, ao qual fez surgir tudo, numa expansão de vida. Aliás, os manipuladores da fé se valem, semelhante aos fariseus, na época de Jesus Cristo, para se portarem, dentro de uma condição de meios de conexão, de ligação, de vínculo, de interação e reciprocidade entre Deus e o ser humano, com supostas práticas de jejum e oração.

Infelizmente, retomo ao fio da meada, observo esse jejum apresentado como o antídoto para nos afastar de nossa natureza, de nossa humanidade, de nossas nuances de desejos, de vontades, de sonhos, de ideais, quando a Graça Jesus Cristo não fugiu das mesmas, desceu as ladeiras da vida, amparou, abraçou, acolheu, resgatou, reconciliou, restaurou e chancelou a salvação para toda humanidade.

Vou adiante, os capítulos ou enredos narrativos do texto de Marcos, com sua dinâmica objetiva, específica, clara e direta, apresenta um pai e seu filho atormentado, por um espírito, e a postura dos discípulos mais compromissados e comprometidos em demonstrar a superioridade de sua crença e convicções, diante dos supostos opositores. Por causa disso, esqueceram – se de que o evangelho para, ouve, permite-se sentir, abre-se para ser fecundado pela paixão e pelo partilhar, pela compaixão e pelo compartilhar das boas novas, em favor de gente, como eu e você, com suas incertezas, com suas inquietudes, com suas dúvidas, com suas taras, com suas imoralidades, com suas amarguras, com suas deformações.

Mais não, aquele embate teológico era mais significativo, aquelas farpas e desavenças tinham uma conotação de maior excitação, aquela oportunidade de sair bem na foto das discussões apologéticas. Afinal de contas, ouvir, sentar, ao lado, ir ao outro, lembrar-se de pessoas transitórias, de emoções e afetos voláteis, que, talvez, não vão nos agradecer e nem serem recíprocas, dentro de uma cultura de ser acessado, visualizado, visto, buscado, admirado, por muitos (embora seja um ou dois) não passa de desperdício.

Deveras, há certas castas que só saem com vergonha na cara, com respeito a mergulhar no evangelho das boas novas e perceber o quanto fomos chamados para uma justiça das relações vitais e, logo, não se conforma, não faz vistas grossas, não finge que não é comigo, com relação as castas das intolerâncias, das discussões tolas e disputas inúteis, das injustiças, das impiedades, da não atenção aos atingidos pelos reveses dessa vida.

Nessa linha de intensa e intima reflexão, remover as castas do individualismo, do relativismo e, ao tomar a devida vergonha na cara, resgatar o outro, atentar e perceber, sair de um evangelho guarda roupa, de exorcismos, de estardalhaços, entretanto, pessoas se afundam nas Cracolândias, se afundam em violências, em abusos, em arbitrariedades, em ofensas, em hostilidades, em polaridades de ódios (sou de Bolsonaro, não sou; sou de Cristo, não sou, sou de Barrabás; sou de Paulo e não de Apolo; sou marxista, ateu, gnóstico, espiritualista e não sou do evangelho e por ai vai a lista interminável). Via de regra, fincamos nossas estacas de que certas castas só saem, com jejum e oração, e, novamente, sem depreciar nada, que esse jejum venha com um toque de vergonha na cara, porque faltou aos discípulos, ali.

Em outras palavras, vergonha na cara, porque enquanto se engalfinhavam, com os fariseus, um pai via seu filho desfigurado, tratado como um objeto descartável. Presumidamente, estamos numa época de muitas discussões e disputas (para provar e demonstrar quem é o melhor, o mais preparado, o mais qualificado, o ideal) e viramos as costas para aqueles que procuram sentido, destino e motivo de, ainda, nesta vida, ser imagem e semelhança de Deus, de uma existência autêntica, de uma Cruz que nos humaniza.
São Paulo - SP
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