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Palavra do leitor

Deus não é cristão?

"O silêncio do isolamento, tem nos feito compreender ou reencontrar o sentido da vida’’.

Texto Áureo: Lucas 10. 29

O por qual motivo Jesus não ofereceu a condição de o escriba escolher seu próximo, quem, como e quando seria? Não seria mais adequado e menos complexo e conflituoso? Agora, viver passa por trilhar pelas ambiguidades e pelas tensões, nem sempre um mais um é igual a dois, há alternâncias e aleatoriedades. Afinal de contas, a vida não se forma, somente, dentro de um compartimento de respostas diretas e simplórias.

Tudo, aparentemente, seria mais adequado e conveniente, porém Jesus nos chama para não fugir da realidade e neste cenário adentra a questão da fé e como isso nos remete a não se esconder no artificial, no pré-fabricado, no imediato, na rotina, na ilusão de querer se ajustar a referencias e paradigmas de uma espiritualidade, de uma existência e de uma vivência imutável, intacta, inalterável e desencadeadora de pessoas com uma leitura gasta, ultrapassada e alienada.

Ora, essas colocações, a partir do texto de Lucas 10. 29, aponta para o quanto o viver envolve mudanças, transformações, ebulições, eclosões, rupturas, perplexidade, incertezas, inquietações, perdas, partidas e, embora possa nos assustar e nos enredar de receios, faz com que tudo seja fascinante, interessante, profundo e criativo. A parábola descrita por Jesus, do bom samaritano, remete-nos a uma fé nada convencional, porque transcende os protocolos dos ritualismos e das liturgias, expande a cruz para além dos encontros dominicais, chama-nos para assumir e ir à direção de riscos, embrenharmos na aventura das relações humanas, de nos refazermos e nos inovamos, em nosso encontro com o outro.

Vou adiante, a finalidade de Jesus sobrepuja as paredes do templo e quer nos fazer ousar e não se limitar àquilo que se espera, como o escriba, a qual poderia se valer de toda uma lista de prováveis merecedores de sua ajuda. Não e não, mesmo diante dos contextos que nos formam e influenciam, a qual muitas vezes nos levam a uma leitura excludente, segregacionista e um pretenso protetorado da verdade, da fé, da salvação, pelo qual acaba por depreciar, diminuir e desfigurar os tidos diferentes, fomos, todos nós, não só os cristãos, criados a imagem e semelhança de Deus?

De certo, firmou e estabeleceu conosco, comigo e com você , seja um xintoísta, no Japão; seja um hindu, na Índia; seja um muçulmano, no Paquistão; seja um umbandista, no Brasil; seja um ateu, seja um gnóstico e não falo, aqui, de ecumenismo; seja eu, um seguidor e discípulo, imperfeito, com defeitos e vazios, do Deus ser humano Jesus Cristo, o Deus da aliança constituída, em Noé, o Logos, aquele que é continuamente, o Kairos, essa imagem e semelhaça? Por mais que muitos não concordem, o Deus das escrituras não se curva e não se submete a ser patrimônio de um específico credo, grupo ou adoradores, não pode ser e não é propriedade exclusiva dos cristãos.

Nessa dimensão, o Espírito de Deus já se manifestava bem e bem mesmo antes dos cristãos, dos judeus, dos evangélicos, dos protestantes. Sempre é de bom parecer dizer, não foi me dado nenhuma procuração com poderes para eleger esses e amaldiçoar outros. Indo ao Evangelho de João 1: 9, Romanos 3: 9, eis a luz que nos oferta sentido, destino e motivo de ser e viver e isso se dirige a todos e não a uns ou alguns. Seria o Deus apregoado, por muitos, restrito a uns? Então, como ficam aquelas pessoas que nem sequer conheceram e ouviram sobre Jesus Cristo? Se aceitarmos essas pontuações, a Lei, os Profetas são desnecessárias, correto ou não?

Destarte, sem forçar a barra, Deus não pode ser visto e muito menos é mesmo uma mercadoria dos cristãos. Em direção oposta, o caminho para, a começar por nós, cristãos, a procedemos com cuidado e importância, em favor de todo o ser humano. Negar isso, seria descartar personalidades da envergadura de Moisés, Jeremias, Isaías e, presumidamente, todo discurso monopolizador de Deus, como se uns reivindicasse sua tutela, não passa de uma estupidez.

Grosso modo, Jesus nos coloca na parede, sem rodeios, sem sublimações, porque nos chama para proclamar essa fé, essa verdade, essa palavra, com gratidão, com generosidade, com hospitalidade, com afetuosidade, com humanidade, com justiça, com compaixão e que tudo desagua em Jesus, o Cristo, entretanto, sem oprimir, sem violentar, sem desprezar, sem vomitar o outro. Atentemos, como carecemos, em nossos tempos, de mergulhar no oxalá de impacto de um evangelho, pela maneira como os cristãos se importam uns com os outros e isto se consolida no diferencial da fé das boas novas e não tanto por pregações, por profecias, por revelações, por avivamentos, por teologias, por dogmas, por doutrinas.

Ademais, não sou proprietário, procurador, não tenho as credenciais, as atribuições, como se Deus fosse minha exclusividade ou posse ou a carta na manga, porque seria tratar aquele que nos chama para a vida, como uma marionete.
São Paulo - SP
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