Palavra do leitor
14 de fevereiro de 2025
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Desigrejados ou emergentes?
O termo desigrejado parece novo, mas ao longo da história, por muitas vezes os cristãos foram "desigrejados". Os primeiros desigrejados foram os discípulos de Jesus, que como primeiro modelo de igreja, sob a sua liderança, se congregavam com o próprio Cristo para conhecer a Deus, para aprender as práticas do reino, para viver em união até no partir do pão, mas que de repente, parece que a bela igreja se desfez com a morte do seu grande líder, e todos ficaram desamparados e amedrontados, tendo que se reinventar para se manter na fé, sendo que nem eles mais tinham certeza se Jesus era realmente o messias, até ele ter se manifestado novamente ressuscitado. Mas foram esses primeiros "desigrejados" que deram continuidade ao projeto do evangelho de Jesus Cristo na terra.
Em um segundo momento, agora, já como apóstolos, firmados na fé, por meio da perseguição, houve um segundo desigrejamento, conhecido como o povo da dispersão. Os cristãos não conseguiam mais se reunir no modo convencional de igreja, mas somente às escondidas, poucas pessoas, sem liberdade de expressão, em casas e em pequenos grupos aleatórios. Os templos formais dos judeus saduceus, herodianos, fariseus, zelotes e essênios, amigos do poder político da época, continuavam a existir com todas as suas liturgias, suas pompas e se considerando os donos da verdade. Mas apesar de todo esse esplendor, e de serem o modelo tradicional de adoração a Deus nos templos, não foram eles que deram continuidade a propagação do evangelho de Jesus para todas as nações, mas os desigrejados, os cristãos emergentes, que como escravos, como empregados, como fugitivos, comerciantes, em outros países, longe de sua terra, que conseguiram manter a fé, voltaram a se reunir com outros irmãos e aos poucos iam expandindo novamente a congregação de salvos em Jesus Cristo.
Como se pode ver, a igreja de Jesus só cresce quando se dispersa. Quando ela consciente ou inconscientemente obedece a ordenança de Jesus de Lucas 24:49, que eles ficassem em Jerusalém somente até serem revestidos do poder, e depois tinham que se dispersar para o evangelho se expandir. É por isso que Hb 13:12-14, a palavra de Deus fala "..saiam do arraial", "..há um lugar para você também fora do arraial" Dt 23:12. Sim, muitas instituições religiosas ainda estão firmadas na palavra de Deus, e dentro de cada uma delas, independente de qualquer coisa, Deus tem se manifestado e continua o seu compromisso com a sua palavra e com as suas ovelhas que estão lá dentro. Mas ele também fala em João 10:16, que fora essas, ele também tem outras ovelhas que não fazem parte deste aprisco convencional, e que convém que elas também sejam agregadas e que façam parte do rebanho e que elas também terão um pastor, que é Cristo.
Esse processo de dispersão e recolhimento sempre haverá entre o povo de Deus, porque é um dos mecanismos que ele usa para chacoalhar a sua igreja e colocar o povo em movimento mandando que os marche. Isso ocorre quando ele percebe que em vez de a "igreja" crescer e expandir para fora das quatro paredes, ela está apenas inchando em si mesma, tentando aprisionar o evangelho para apenas aos que pensam e falam iguais. Mas quando as línguas são confundidas, não tem mais como continuar trabalhando juntos na mesma obra Gn 11:7-9. Assim como ocorreu na torre de Babel, Deus não chamou e congregou um povo para trabalhar e edificar os seus próprios ministérios, mas que esse povo se espalhasse por toda face da terra para expandir o reino de Deus.
Infelizmente, nos dias atuais, o que estamos vendo são imensas instituições religiosas, poderosas, muito ricas, com milhares de membros, com centenas de filiais espalhadas pelo país e pelo mundo, com uma administração no modelo de monarquia, em que se passa a direção de pai para filho, onde não existe mais troca de comando por outros membros da congregação (porque não é mais uma congregação, mas uma instituição religiosa oficializada) mesmo que ele seja veterano, capacitado ou cheio da unção, porque o objetivo agora não é mais expandir o reino de Deus e nem dispersar membros para disseminar a palavra do evangelho fora dos muros de Jerusalém a tempo e fora de tempo, mas enriquecer os templos, aumentar o patrimônio e garantir maior fatia possível do mercado religioso, que aliás, é um dos mercados mais lucrativos na atualidade: ganha-se dinheiro só com a palavra, tem público alvo fidelizado, a responsabilidade do resultado não é de quem está pregando, a culpa pelo insucesso do fiel é dele mesmo e se tudo der errado, o retorno financeiro é garantido por meio dos dízimos e ofertas.
Portanto, sempre ocorreram os êxodos na caminhada da igreja, e por motivos diversos: pessoas perseguidas, pessoas exiladas, pessoas se auto isolando, pessoas abandonadas pela igreja, machucadas ou feridas por simples discussões de opinião. Essas pessoas não faziam mais parte da "igreja" convencional, mas nunca deixaram de fazer parte da igreja invisível de Jesus Cristo.
Em um segundo momento, agora, já como apóstolos, firmados na fé, por meio da perseguição, houve um segundo desigrejamento, conhecido como o povo da dispersão. Os cristãos não conseguiam mais se reunir no modo convencional de igreja, mas somente às escondidas, poucas pessoas, sem liberdade de expressão, em casas e em pequenos grupos aleatórios. Os templos formais dos judeus saduceus, herodianos, fariseus, zelotes e essênios, amigos do poder político da época, continuavam a existir com todas as suas liturgias, suas pompas e se considerando os donos da verdade. Mas apesar de todo esse esplendor, e de serem o modelo tradicional de adoração a Deus nos templos, não foram eles que deram continuidade a propagação do evangelho de Jesus para todas as nações, mas os desigrejados, os cristãos emergentes, que como escravos, como empregados, como fugitivos, comerciantes, em outros países, longe de sua terra, que conseguiram manter a fé, voltaram a se reunir com outros irmãos e aos poucos iam expandindo novamente a congregação de salvos em Jesus Cristo.
Como se pode ver, a igreja de Jesus só cresce quando se dispersa. Quando ela consciente ou inconscientemente obedece a ordenança de Jesus de Lucas 24:49, que eles ficassem em Jerusalém somente até serem revestidos do poder, e depois tinham que se dispersar para o evangelho se expandir. É por isso que Hb 13:12-14, a palavra de Deus fala "..saiam do arraial", "..há um lugar para você também fora do arraial" Dt 23:12. Sim, muitas instituições religiosas ainda estão firmadas na palavra de Deus, e dentro de cada uma delas, independente de qualquer coisa, Deus tem se manifestado e continua o seu compromisso com a sua palavra e com as suas ovelhas que estão lá dentro. Mas ele também fala em João 10:16, que fora essas, ele também tem outras ovelhas que não fazem parte deste aprisco convencional, e que convém que elas também sejam agregadas e que façam parte do rebanho e que elas também terão um pastor, que é Cristo.
Esse processo de dispersão e recolhimento sempre haverá entre o povo de Deus, porque é um dos mecanismos que ele usa para chacoalhar a sua igreja e colocar o povo em movimento mandando que os marche. Isso ocorre quando ele percebe que em vez de a "igreja" crescer e expandir para fora das quatro paredes, ela está apenas inchando em si mesma, tentando aprisionar o evangelho para apenas aos que pensam e falam iguais. Mas quando as línguas são confundidas, não tem mais como continuar trabalhando juntos na mesma obra Gn 11:7-9. Assim como ocorreu na torre de Babel, Deus não chamou e congregou um povo para trabalhar e edificar os seus próprios ministérios, mas que esse povo se espalhasse por toda face da terra para expandir o reino de Deus.
Infelizmente, nos dias atuais, o que estamos vendo são imensas instituições religiosas, poderosas, muito ricas, com milhares de membros, com centenas de filiais espalhadas pelo país e pelo mundo, com uma administração no modelo de monarquia, em que se passa a direção de pai para filho, onde não existe mais troca de comando por outros membros da congregação (porque não é mais uma congregação, mas uma instituição religiosa oficializada) mesmo que ele seja veterano, capacitado ou cheio da unção, porque o objetivo agora não é mais expandir o reino de Deus e nem dispersar membros para disseminar a palavra do evangelho fora dos muros de Jerusalém a tempo e fora de tempo, mas enriquecer os templos, aumentar o patrimônio e garantir maior fatia possível do mercado religioso, que aliás, é um dos mercados mais lucrativos na atualidade: ganha-se dinheiro só com a palavra, tem público alvo fidelizado, a responsabilidade do resultado não é de quem está pregando, a culpa pelo insucesso do fiel é dele mesmo e se tudo der errado, o retorno financeiro é garantido por meio dos dízimos e ofertas.
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