Descontentamento

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Em qualquer lugar do mundo existem problemas. Uns maiores, outros menores, mas eles existem.

Sou nascido e criado em São Paulo capital, atualmente não moro lá, mas de vez em quando estou voltando às minhas raízes. Certamente quando você ouve falar em São Paulo, a primeira coisa que vem em sua mente é “loucura”. Multidão de pessoas, de carros, de problemas, mas para mostrar que nos outros lugares também existem problemas de cidades grandes, vou-lhes falar do tempo que morei em Itajubá, uma cidade ao sul de Minas Gerais:

Eu morava muro-a- muro com a cadeia da cidade. Por estar acostumado com São Paulo, mesmo criança, não sentia medo algum, pois quase não tinha policiais ali – que maravilha!

Lembro-me que numa manhã acordei ouvindo pelo rádio que havia rebelião na cadeia. Isso me assustou, mas todas as portas e janelas estavam abertas e meus parentes agindo normalmente, que me fizeram pensar pensar que fosse um sonho, então, me afirmaram que não era sonho; estava realmente havendo rebelião na cadeia, bem ao meu lado. Saí então para ver aquilo e fiquei sabendo que os presos haviam apenas queimado colchões, reclamando, descontentes, com a alimentação que vinha de um restaurante. Fiquei feliz por aquela rebelião ser totalmente diferente das grandes capitais, rindo pelo motivo e hoje penso: o que somos capazes de fazer por descontentamento?

Nós reclamamos por qualquer coisa, por exemplo, um exemplo bem simples: o tempo. Se está calor, calor demais; se chove, chove demais. Reclamação em filas, etc, etc, etc. Confesso que sou “reclamão”, mas não por tudo. Aprendi a ser assim não faz muito tempo, assim que minha visão de mundo mudou. Eu comecei a ter contato com surdos felizes, com deficientes felizes e aprendi a dar valor em coisas pequenas ao meu redor.

Seja grato, meu caro; seja grata, minha cara. Não comece uma rebelião por um descontentamento qualquer. É primavera! Veja a vida florida.

É conhecida a história de um cego francês que tinha uma plaquinha no seu pescoço, onde estava escrito: “Uma esmola por favor”. Centenas de pessoas passaram por ele e algumas o ajudaram, mas uma pessoa pediu a ele a placa para que mudasse o que estava escrito. Receoso, o cego permitiu. Depois de alguns minutos ele começou a receber esmolas como nunca antes, isto porque agora estava escrito: “É primavera em Paris e eu não posso ver”.

Você pode ver, então veja! Você vai ver que tem todos os motivos pra ser a pessoa mais feliz do mundo.

"A luminária do corpo é o olho. Sendo, pois, o teu olho simples, também todo o teu corpo será luminoso; mas, se for mau, também o teu corpo será tenebroso." Lucas 11.34

"As pessoas hoje conhecem o preço de tudo e o valor de nada." Oscar Wilde

"Só aprendemos o valor da água quando o poço está vazio." Thomas Fuller

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Opinião do leitor