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Palavra do leitor

Deixo o bilhete no balcão da entrada

‘’A tolerância ilimitada pode nos levar a desconsiderar a importância de rever as rotas’’.

Texto de 1 Coríntios 13.4-7

A obra escrita por Fiodor Dostoievski, uma das mais notáveis, os Irmaos Karamazov, a qual relata, em de seus trechos, deixar o ingresso de entrada no mundo. De certo, valho-me dessa frase para ponderar sobre os cenários de profundas marcas de vergonha sobre a humanidade. A pobreza, em meio a um mundo, rodeado de progressos e avanços, com uma espécie de pessoas beneficiadas e outras destinados a se tornarem-se em subespécies. Sem sombra de dúvida, tudo parece um emaranhado de encontros e desencontros, do cada um por si, da esperança como figura de retórica e a fé, aqui, voltado a nos direcionar a uma leitura elevada da vida, também permanece no mais completo vazio. Às vezes, ao abrir o jornal, ou acessar a internet ou outros espaços das denominadas redes digitais, balas perdidas atingem inexoravelmente uma menina de oito anos ou um policial pai de família e, ambos, como outros, incorporam-se como partes do rol de vítimas da violência. Sinceramente, não sei quanto a você, bate uma vontade de pegar o ingresso da vida, ir ao balcão e entregar. Evidentemente, a vida nos traz incertezas, inquietações, feridas, perdas e os muitos porquês, talvez, não serão respondidos.

É bem verdade, essas palavras podem soar como abordagens banais e inocentes, tudo bem, o desabafo, como as águas que descem pelas ladeiras, proporciona a certeza de que ser cristão não me lança a fugir das dúvidas, daquela sensação de inutilidade, de que todos nossos esforços e sonhos, lá no fundo, desaguam em ilusões e fragmentos. Ora, ajo com ressentimento, desdenho do viver, quero abandonar o navio das escolhas de cada dia? Não necessariamente e como essa constatação me faz ainda respirar e acreditar no amor que tudo suporta, ou seja, na coragem para não renunciar minha humanidade, a capacidade para, mesmo diante dos abalos e tensões, rever as rotas e não descartar o escutar, o pulsar de uma paixão, o florescer dos recomeços, o embriagar-se com um sabor de que posso me levantar e não me envergonhar das cicatrizes, das manchas, das páginas viradas, porque não são sentenças terminativas. Verdadeiramente, esse amor que tudo suporta, essa fé com cicatrizes nas mãos e nos pés, com espinhos na fronte, com sangue, com suor, com água, com a testemunha solar, com o escurecer de situações não esperadas e com a categórica ressurreição estribado a alcançar pessoas, pessoas subjugadas pelos sofrimentos da alma, pelos sofrimentos das rupturas, pelos sofrimentos de não ser mais útil e importante, de não ser mais rentável e potencial, pelos sofrimentos de uma felicidade que nos desgasta, nos corroer, nos deleta se, porventura, não tenhamos condições de participar da realidade reduzida a ética da oferta e da procura.

Eis o desafio de um amor que nos chama para suportar, não um amor maluco beleza, não um amor idealista, não um amor melancólico, porém um amor ancorado ao porto de uma espiritualidade de criança, sem tantos ressentimentos e rejeições, de uma loucura por ser humanizar, ao lado do Deus ser humano Jesus Cristo, de não fugir do diálogo com as lágrimas, de reconhecer que quando olhamos para os bolsões de miseráveis, os andarilhos das metrópoles, para uma geração de jovens num flerte com o suicídio, para um contexto de indiferenças, sem nenhuma pieguice, deveria nos fazer mergulhar nesse amor sensível aos dissabores e, ainda com essas conclusões, vou além, ir ao itinerário de uma leitura sem o peso de ser o causador de tudo ou a ilusão de deter as rédeas, porque não temos. Por fim, a Graça Jesus Cristo nos ajude a deixar o bilhete na entrada, a prosseguir no palco do cotidiano e a par de que nem todos os dias serão flores roseadas. Afinal de contas, espinhos também darão os contornos, nas palmas da nossa existência.
São Paulo - SP
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