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Palavra do leitor

Aquilo que ninguém vê

Escrevo sobre nossa omissão diante de tanta coisa. Para aquilo que fazemos e é palpável, visto, sentido, sempre há espaço para ver seus resultados positivos ou para apontar erros e falhas, mas dificilmente pode se dizer algo sobre aquilo que deixamos de fazer. Adentramos no mar de possibilidades mas nada muito concreto, apenas especulações sobre aquilo que ninguém vê.

Do que estou falando mesmo? Falo da nossa omissão quando nos calamos diante das injustiças políticas cometidas em nosso País e das leis injustas que são aprovadas, sem que façamos “nada” para tentar barrar tais desmandos. Somos omissos quando vemos a prostituição infantil e a violência juvenil tomando conta de nossas cidades e ficamos de braços cruzados. O tratamento injusto e explorador do pobre pelo rico, dos governantes que oprimem seus cidadãos; o suborno, a extorsão dos opressores dominando as cidades. Essa lista é longa, mas fica minha pergunta: Onde está a igreja evangélica diante disso?

Grande parte dela omissa. Se fala tanto em irmandade mas continua dispersa e desunida, fragmenta-se em infidáveis pedaços. Não tem maturidade para encarar seus próprios defeitos e por isso desvia a atenção em apontar os "erros" dos outros. Pobre e frágil igreja evangélica tem outras prioridades, aumentar seu público, apenas repetem, imitam e mantem aqueles que controlam o poder econômico.

O resultado de nossa instagnação se transforma naquilo que ficamos mais inconformados, a injustiça. O pecado social da omissão que gera injustiça. O amor de Deus pelos pobres e pela justiça aparecem diversas vezes ao longo da Bíblia. O desejo de Deus é defender a causa dos oprimidos e vulneráveis perante o povo e os governantes (Dt 10:18).

Os profetas do antigo testamento já denunciavam práticas, padrões de comportamento e sistemas cujo caráter fosse explorador e desumano. O profeta Amós (5:11-12) descreveu como sendo o tipo de culto que Deus deseja. Isaías (58:6-8) disse que é o tipo de jejum que Deus aprecia. Jeremias (22:16) afirma que defender a causa dos pobres e dos oprimidos é CONHECER o próprio Deus. Podemos perceber que o trabalho pela justiça é também uma atividade espiritual.

Jesus (Lucas 4:18-19) diz ser ungido para proclamar o ano jubileu. Quem estivesse ouvindo Jesus naquela época entenderia o conceito do Jubileu, o qual estimulava a busca por uma sociedade mais justa, perdoando dívidas, evitando o aumento excessivo da distância entre ricos e pobres; libertando escravos judeus, assim como libertar espiritualmente.

Voltemos às mensagens proféticas de denúncia daquilo que está em nossa sociedade. Além de denunciar situações que conspiram contra a vida, existem várias práticas que podem contribuir para a promoção da justiça e defesa de direitos. Podemos usar a influência nas políticas públicas através de mecanismos dada a sociedade e procurar outros; usar nosso tempo e experiência para falar com os pobres e conhecer suas causas fundamentais da pobreza, pensando em benefícios a longo prazo e sustentáveis; nossas programações devem pautar as causas sociais e fazer parte de nosso dia-a-dia.

Nossa missão também é de trazer boas novas aos pobres. Vemos uma sociedade sem sonhos e perspectivas de vida, introjetada no conformismo de sua situação. A mídia por sua vez faz seu papel de manipuladora e diz o que você precisa fazer, vestir, pensar, comprar, que você sempre está inadequado e atrasado aos "padrões". É nosso papel proclamar e dar as boas notícias que Ser é o Bastante. É nosso papel proclamar as boas novas desse tempo de bonança, paz, sonhos, pois são os sonhos que nos leva à inconformidade com o mundo do jeito que está, nos impulsa a dar o próximo passo da vida, ou seja, para os sonhadores o que existe pode ser mudado de acordo com outra maquete. Nossão missão é proclamar esperança de uma vida e mundo melhor.

E agora, vamos mudar o mundo? Para essa pergunta, penso que Jesus nos deixou uma pista no milagre da multiplicação dos pães e peixes. Apenas um menino declarou estar com comida, acho até que na sua inocência ele acreditava mesmo que sua comida podia dar conta de toda a multidão. A beleza vem na atitude desse menino, pequena, mas singela e carregada de esperança. Não é possível que diante de toda uma mutidão apenas uma criança tivesse comida. Através da atitude do menino, Jesus realizou um milagre mais difícil que multiplicar pães e peixe, multiplicou atitudes de partilha, compaixão e esperança. Talvez Jesus espere apenas uma pequena atitude como a do menino para ecoar e transbordar nos corações de uma multidão.

Mudar o mundo nos escapa mas utilizando o talento de cada um, podemos fazer com excelência o que está ao nosso alcance. Jesus precisou apenas da atitude de um pobre menino e às vezes não acreditamos nas potencialidades que temos. Diante de tudo o que somos com temperamentos, desejos, deficiências, qualidades, sombras e luzes, ainda assim, Deus nos fez e quer assim, para servi-lO e continuar trabalhando para superar-nos.
Fortaleza - CE
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