A multidão, a estatura e a providência

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O comportamento da multidão, e a influência que tem sobre os indivíduos, certamente causariam problemas na ocasião. O velho desejo da multidão de sempre estar vendo os prodígios, pulsante naquele dia, atrapalhava a nova intenção de Zaqueu.

Inserido entre aquelas muitas pessoas, o famoso cobrador de impostos, impassível que era, encontraria enorme dificuldade de compreender o que ele mesmo estava buscando.

Tantas pessoas, e uma intenção só: ver o mágico de Nazaré fazer mais um espetáculo gratuito, como no dia dos pães e dos peixes. De fato, a multidão obstruía o seu caminho, e fazia suas idéias conflitarem. Eis o primeiro obstáculo: a multidão.

A estatura de Zaqueu ilustra a posição do homem, sempre insuficiente para fazê-lo avistar o Cristo. Significa sua situação depravada, num infinito lugar escuro, sem força própria pra mudar as coisas.

Não podendo esticar, por já ser adulto sem mais nenhum hormônio do crescimento pra gastar, o homem-zaqueu continuaria aquém deste segundo obstáculo: a sua estatura.

Mas o pequenino avistou uma árvore, que talvez nem tenha notado nos outros dias de sua vida. Aquela que não ficaria conhecida por seu fruto ou sua boa sombra. Quem plantara aquele pé? A pergunta pode ecoar, até que nós percebamos. A providência de Deus, até em fazer o homem se achegar, ficou materializada ali. Sobre aquela árvore Zaqueu conseguiu ver Jesus, que já o havia encontrado muito antes por entre as pessoas. Ao cruzarem os olhares, foi Jesus quem falou: "Desça, Zaqueu. Vim ter comunhão com você."

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Opinião do leitor