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Palavra do leitor

A cultura da expectação e a fé invisível: uma crítica à estética sensorial nas igrejas neopentecostais.

"Embora nunca o tenham visto, vocês o amam. E, ainda que não o vejam agora, creem nele e se regozijam com alegria inexprimível e gloriosa, pois estão alcançando o alvo de sua fé, a sua salvação." (1Pe.1.8-9)

Vivemos um tempo em que a cultura da performance e da estética visual infiltrou-se de maneira profunda no ambiente religioso, especialmente nas igrejas neopentecostais brasileiras. Palcos enfeitados com luzes de LED, telões em alta definição, fumaça artificial e trilhas sonoras cuidadosamente coreografadas criam um ambiente que apela aos sentidos — mas silenciosamente sufoca a essência do evangelho: uma fé que não depende do que se vê.

À luz de 1 Pedro 1.8-9, somos confrontados com uma fé pura e madura: O apóstolo Pedro elogia cristãos que, mesmo sem nunca terem presenciado sinais visíveis ou manifestações sensoriais extraordinárias, mantêm uma fé viva e cheia de alegria, firmada na esperança da salvação.

Essa afirmação apostólica contrasta radicalmente com a cultura da expectação sensorial cultivada por muitos púlpitos contemporâneos. Neles, a presença de Deus é muitas vezes associada ao clima do ambiente: luzes baixas, cores emocionais, música envolvente e projeções visuais. A mensagem implícita é clara: quanto mais forte a experiência sensorial, mais "real" parece ser Deus. Essa espiritualidade estética, embora popular, flerta perigosamente com o emocionalismo vazio e obscurece o poder suficiente da Palavra.

Ao transformar o culto em espetáculo, o foco se desloca da centralidade de Cristo para a centralidade da experiência. A fé, que deveria estar alicerçada na verdade revelada e invisível, é substituída por expectativas de sinais e manifestações sensoriais, como se a alegria da salvação dependesse da ambiência litúrgica e não da realidade espiritual prometida.

Pedro ensina que a alegria verdadeira é "inexprimível e gloriosa" porque brota do invisível, da convicção interna produzida pelo Espírito Santo e sustentada pela verdade do evangelho. A igreja, portanto, deve resistir à tentação de tornar o culto dependente de estímulos exteriores. A fé cristã bíblica não é cênica, mas substancial; não é sensorial, mas espiritual; não é sobre ver, mas sobre crer.

A cultura da expectação, que exige um "algo a mais" para que o culto seja considerado "forte" ou "impactante", revela uma imaturidade espiritual que precisa ser confrontada com a simplicidade e suficiência do evangelho. A verdadeira beleza do culto cristão não está em LEDs ou telões, mas na Palavra proclamada, na comunhão dos santos e na adoração sincera a um Cristo invisível, porém presente.

Pr. Jefferson Martins
Igreja Batista Reformada de Peruíbe
Peruíbe - SP
Textos publicados: 31 [ver]
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