Palavra do leitor
- 28 de agosto de 2007
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O ofício do presbítero
"Portanto, apelo para os presbíteros que há entre vocês... pastoreiem o rebanho de Deus que está aos seus cuidados." (1 Pe 5.1-2)
Essa, com certeza, era uma das necessidades mais urgentes dessas pessoas dispersas e confusas a quem Pedro se dirige: isto é, de receberem cuidados, orientação e alento em meio a tantos sofrimentos e incertezas. A natureza desse cuidado consiste no âmago do ofício presbiteral: servir de exemplo e padrão dos fiéis na peregrina caminhada. Poucas pessoas talvez se dêem conta de que uma das funções primordiais do presbítero é a de pastorear. E pastorear, essencialmente, é caminhar junto, não simplesmente apontar caminhos através de conselhos, tantas vezes, prematuros.
A cobrança em torno do presbítero, nesse sentido, não é para que se transforme num líder polivalente, personalista e ganancioso, como muitos líderes hoje, consciente ou inconscientemente, ambicionam se tornar. Sua tarefa é mais ampla e difícil: conduzir o rebanho com o desejo de servir (não dominar) e em busca da mútua cooperação, como aconteceu com os primeiros cristãos (At 2.42-47). Não é o pastoreio do isolamento, da imunidade ou superioridade em relação às ovelhas, mas da sujeição, encarnação e envolvimento, dignos de servos participantes dos sofrimentos e também da glória de Cristo.
Os presbíteros devem olhar pelo rebanho não por obrigação, como sendo um fardo, mas de livre vontade como Deus quer. Uma prática de liberdade. O jugo de Jesus não nos escraviza nem nos induz a aprisionarmos outros, mas nos conduz à liberdade. Sua forma, porém, é paradoxal, por isso o mundo não consegue compreender. O serviço é a marca do presbiterato. Servir é tornar-se livre e, ao mesmo tempo, promover a libertação do próximo de seus cativeiros. Todavia, a graça de servir um Reino destinado aos despossuídos e fracos, onde todos são colocados num mesmo patamar de importância, é tarefa para os humildes, não para os auto-suficientes. Servir ao Reino significa ingressar num mundo de deficientes, considerando-se o maior (pior) de todos eles.
Desse modo, a principal, e talvez mais onerosa recomendação de Pedro aos presbíteros, jovens e demais membros da comunidade é: "Sejam todos humildes uns para com os outros, porque Deus se opõe aos orgulhosos, mas concede graça aos humildes" (1 Pe 5.5). Eis o mistério que torna o ofício do presbítero algo tanto custoso quanto fascinante: para ser líder (servo), antes é preciso aprender a se humilhar. Presbíteros devem ser servos maduros. Só que maturidade não significa apenas saber guiar, mas, sobretudo deixar-se guiar igualmente pelos outros (Jo 21.18). Ser líder, em parte, é também ser liderado. Num sentido mais amplo, o caminho do presbítero, do líder cristão, é o caminho de Cristo, que, nas palavras de Henri Nouwen, "não é o caminho da ascensão, no qual o mundo atual investe tanto. É o caminho descendente, que termina na cruz".
Essa, com certeza, era uma das necessidades mais urgentes dessas pessoas dispersas e confusas a quem Pedro se dirige: isto é, de receberem cuidados, orientação e alento em meio a tantos sofrimentos e incertezas. A natureza desse cuidado consiste no âmago do ofício presbiteral: servir de exemplo e padrão dos fiéis na peregrina caminhada. Poucas pessoas talvez se dêem conta de que uma das funções primordiais do presbítero é a de pastorear. E pastorear, essencialmente, é caminhar junto, não simplesmente apontar caminhos através de conselhos, tantas vezes, prematuros.
A cobrança em torno do presbítero, nesse sentido, não é para que se transforme num líder polivalente, personalista e ganancioso, como muitos líderes hoje, consciente ou inconscientemente, ambicionam se tornar. Sua tarefa é mais ampla e difícil: conduzir o rebanho com o desejo de servir (não dominar) e em busca da mútua cooperação, como aconteceu com os primeiros cristãos (At 2.42-47). Não é o pastoreio do isolamento, da imunidade ou superioridade em relação às ovelhas, mas da sujeição, encarnação e envolvimento, dignos de servos participantes dos sofrimentos e também da glória de Cristo.
Os presbíteros devem olhar pelo rebanho não por obrigação, como sendo um fardo, mas de livre vontade como Deus quer. Uma prática de liberdade. O jugo de Jesus não nos escraviza nem nos induz a aprisionarmos outros, mas nos conduz à liberdade. Sua forma, porém, é paradoxal, por isso o mundo não consegue compreender. O serviço é a marca do presbiterato. Servir é tornar-se livre e, ao mesmo tempo, promover a libertação do próximo de seus cativeiros. Todavia, a graça de servir um Reino destinado aos despossuídos e fracos, onde todos são colocados num mesmo patamar de importância, é tarefa para os humildes, não para os auto-suficientes. Servir ao Reino significa ingressar num mundo de deficientes, considerando-se o maior (pior) de todos eles.
Desse modo, a principal, e talvez mais onerosa recomendação de Pedro aos presbíteros, jovens e demais membros da comunidade é: "Sejam todos humildes uns para com os outros, porque Deus se opõe aos orgulhosos, mas concede graça aos humildes" (1 Pe 5.5). Eis o mistério que torna o ofício do presbítero algo tanto custoso quanto fascinante: para ser líder (servo), antes é preciso aprender a se humilhar. Presbíteros devem ser servos maduros. Só que maturidade não significa apenas saber guiar, mas, sobretudo deixar-se guiar igualmente pelos outros (Jo 21.18). Ser líder, em parte, é também ser liderado. Num sentido mais amplo, o caminho do presbítero, do líder cristão, é o caminho de Cristo, que, nas palavras de Henri Nouwen, "não é o caminho da ascensão, no qual o mundo atual investe tanto. É o caminho descendente, que termina na cruz".
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