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18 de fevereiro de 2020- Visualizações: 4059
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O que as mulheres – do Antigo Testamento – têm a dizer?
Por Ariane Gomes | Resenha
Ainda há um grande caminho a percorrer, mas já não passa despercebida aos olhos e ouvidos mais atentos uma movimentação crescente e insistente para que as mulheres tenham direito de falar, serem ouvidas e reconhecidas.As notícias de campanhas, protestos, eventos, encontros ligados a mulheres estão estampadas em periódicos, trabalhos acadêmicos, pesquisas e nas redes sociais. Os desafios que envolvem a vida delas são muitos e as escolhas que têm que fazer também: vocação, estudos, família, trabalho, sexualidade, casamento, maternidade, saúde, segurança entre outros. Com direito à palavra ou não, há mulheres solteiras, casadas, mães, avós, tias, estudantes, pesquisadoras, trabalhadoras levando a vida em frente, zelando por si mesmas e por outros.
As mulheres de hoje dão continuidade a uma história antiga que perpassa a experiência de muitas outras. São histórias cruzadas em que graça e mazela, força e fraqueza, alegria e tristeza, vitórias e perdas convivem lado a lado.
No livro Fale, mulher: escutando mulheres da Bíblia (Betel Publicações), Joyce Clayton não fala das mulheres de hoje, mas, ao dar voz a mulheres do Antigo Testamento convidando-as a contar a sua história, as experiências e, em muitos casos, os dramas, os silêncios, as crueldades e as situações de vida ou morte que enfrentaram ou provocaram, ajuda as mulheres de nossos dias a se perceberem parte de uma história antiga e com desafios e oportunidades.
Começando com Eva e passando pelas conhecidas Sara, Rebeca e Raquel – esposas dos patriarcas – e por jovens como Diná e Ester, até chegar às menos percebidas Acsa, Jeoseba e Zeres e outras sem nome, a autora deixa que elas mesmas falem e contem a seu respeito, de quem eram parentes, o que faziam e como as suas escolhas influenciaram o curso de histórias familiares ou de um povo – a escolha de Rebeca ao ajudar o filho Jacó a enganar o pai marcou profundamente a história de sua família; as parteiras no Egito foram corajosíssimas ao enganar Faraó e ajudar a salvar a vida dos meninos hebreus; o conselho da mãe de Lemuel deve ter ajudado a garantir uma vida melhor para os desfavorecidos que estavam sujeitos ao governo de seu filho.
Contando com referências bíblicas ou levando em consideração o contexto da época, Joyce Clayton dialoga com mulheres do Antigo Testamento e ouve suas confissões, ressentimentos, medos e incertezas, ou celebra suas alegrias, coragem e temor a Deus. Cada capítulo é acompanhado de tópicos de resumo e reflexão. Os de reflexão propõem que o leitor considere a sua própria experiência a partir das histórias contadas.Dando voz às mulheres do Antigo Testamento, Joyce Clayton lembra que elas têm um lugar na história e na narrativa bíblica e mostra como Deus pode usá-las – ouvindo seu clamor e louvor, curando suas feridas, corrigindo seus erros, exaltando a sua coragem ou recolocando-as em posição de dignidade. Tudo isso para um propósito mais abrangente, para além de uma experiência isolada ou apenas delas e para elas. A participação e a voz das mulheres de ontem e de hoje são parte importante da história de toda a humanidade. E elas têm muito a dizer.
• Ariane Gomes é colaboradora da Editora Ultimato desde 2011. Atua como coordenadora de produção da Ultimato e gestora de conteúdos do Portal Ultimato.
Imagem: freepik.com
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>> Conheça também o livro Deixem que Elas Mesmas Falem, de Elben César
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