Prateleira
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Fanatismo não é privilégio dos crentes
É preciso pedir licença para sair do armário. Armário “sagrado”, diga-se de passagem. Com a devida vênia, confesso que sou religioso. E, pasmem, a liberdade religiosa parece não cair bem para os que não crêem. O fundamentalismo secularista insiste em emudecer os crentes e, como chamou atenção o cientista político e bispo anglicano Robinson Cavalcanti, é violento e carregado de fúria. Basta ler ou ouvir intelectuais de plantão para que a religião e os que crêem sejam jogados para as cavernas, chamados de atrasados, obscurantistas, entre outros adjetivos menos recomendáveis. É clara a tentativa de intimidar o livre pensar com base em convicções e valores bíblicos. O procurador da República JOÃO HELIOFAR DE JESUS VILLAR, em artigo na Folha de S. Paulo (para assinantes), expõe melhor a pendenga: “O que gera o obscurantismo não é a fé, mas a proibição do dissenso, falha na qual incorrem muitos ao invocar o Estado laico para, em discussões oficiais, fechar a boca de quem crê em Deus”.
Para minha surpresa, o procurador menciona Armand Nicholi, professor de psiquiatria em Harvard (EUA), que “dividia a humanidade em duas classes: os que crêem em Deus e os que não crêem. As visões de mundo de uns e de outros são radicalmente diferentes”. Para o leitor de Prateleira, entrego o ouro. A citação completa está em Deus em Questão: C. S. Lewis e Freud debatem Deus, amor, sexo e o sentido da vida, da lavra de Nicholi. Aliás, a citação é também um resumo da obra, que, nas palavras do próprio autor, é “contemplar a vida humana, a partir de dois pontos de vista diametralmente opostos: o da fé e o da incredulidade. [...] Nenhum de nós é capaz de tolerar a noção de que a nossa visão de mundo possa estar baseada em pressupostos falsos [...]. Tendemos a descartar e contradizer a visão de mundo que rejeitamos.”
O título do artigo publicado pela “Folha” é “Discurso religioso, aborto e Estado laico”. Com uma pitada de ironia, o procurador sugere que talvez seja “conveniente discutir sobre aborto sem os padres na sala...”. E faz uma pergunta relevante: seria uma opção pluralista? Enfim, o autor concorda com Paul Freston, que em seu Religião e Política, Sim; Igreja e Estado, Não afirma: “O papel do Estado não é defender ou promover uma determinada igreja ou religião. Entretanto, dizer que a religião nada tem a ver com a ação política é lógica e historicamente falso”. Na verdade, sua conclusão é ainda mais didática: “Para ser fanático, não é preciso ser religioso e o obscurantismo não é fruto do fato de o sujeito crer em Deus”.
Leia o que Ultimato publicou sobre o assunto
• A violência do fundamentalismo secularista, ed. 292
Leia o livro
• Deus em Questão: C. S. Lewis e Freud debatem Deus, amor, sexo e o sentido da vida, Armand Nicholi
• Religião e Política, sim; Igreja e Estado, não, Paul Freston
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