Por Escrito
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Como se preparar para evangelizar pessoas surdas
“Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura” (Marcos 16.15), para aqueles que já caminham na fé cristã, esse é um texto conhecido das Escrituras. Contudo, surge a seguinte pergunta: temos obedecido ao chamado da grande comissão, e pregado a TODAS as pessoas? Se sua resposta sincera a essa pergunta for não, convido você, junto comigo, a olhar ao redor em busca de oportunidades. Ou de coragem para criá-las.Em 2016, tive o privilégio de viver uma experiência de evangelismo com surdos na universidade. Era estudante de Letras na Universidade Federal de Viçosa, e pude aprofundar meus estudos na Libras. Conforme aprendia, crescia no meu coração o desejo de partilhar de Cristo aos surdos desta instituição (na época, eram 2 estudantes matriculados em cursos da graduação).
Tinha o sonho de criar um grupo de estudos bíblicos em Libras, e a ABU (Aliança Bíblica Universitária) abraçou esse projeto. Começamos o grupo de evangelismo de surdos, foi um desafio e tanto! Naquela época, eu mal sabia me comunicar na língua sinalizada, mas entendia da necessidade desse trabalho para a expansão do Reino – os surdos são enquadrados como um dos povos menos evangelizados no Brasil. Esta é uma comunidade riquíssima, cheia de nuances e características próprias. Logo, temos aí um dos principais desafios para evangelização dos surdos: aprender a língua e cultura surda.
Sentimos, então, a necessidade de caminhar junto, de desenvolver um trabalho de discipulado e entender as necessidades de cada surdo pessoalmente. Na época, não tive acesso ao livro Clamor do Silêncio, de Marília Manhãs, gostaria de tê-lo lido, pois encurtaria alguns passos da caminhada – digo isso sem desprezar as vivências que serviram muito de aprendizado e crescimento.
Marília tem um vasto histórico com a comunidade surda. E esse conhecimento fez com que Clamor do Silêncio fosse uma leitura clara e prática. Indico o livro para aqueles que querem conhecer um pouco mais de Libras e cultura surda, mas principalmente para aqueles que se sentem chamados a trabalhar com os surdos. Pois a autora aborda as principais questões que devem ser levadas em consideração ao criar um grupo de discipulado.
Neste material, temos um panorama dos principais aspectos linguísticos e culturais deste grupo. E ela o faz de forma direta, para que, aquele que iniciando seus estudos em Libras, possa facilmente compreender e aplicar. O livro passa por três áreas principais: 1. Introdução a história, língua e aspectos culturais da comunidade surda. 2. Princípios bíblicos sobre discipulado. 3. Criação e aplicação de pequeno grupo discipulador. Essa comunidade tem um histórico de ter as suas características e necessidades ignoradas. Jesus mostra-nos em seu exemplo deixado no seu ministério que este é um povo que carece de atenção e misericórdia (Mateus 7.32-33). Façamos como Jesus, olhe para o “povo do olho” ao entorno de você. Estenda sua mão, procure saber quais necessidades eles têm. E você pode se surpreender, o povo surdo, muitas vezes, só precisa ser ouvido.
• Laila Serafim é criadora da página Expresso Libras e desde 2015 é envolvida em trabalhos de aprendizagem e ensino de Libras como segunda língua para ouvintes.
>> Conheça também o livro Evangelização ou Colonização?, de Analzira Nascimento
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