Palavra do leitor
05 de fevereiro de 2014- Visualizações: 2554
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Você é mulher ou um saco de pancada?
Imagine uma mulher loira, branca, lentes azuis, alta, com saia de cóton e salto. Agora imagina uma adolescente, uma senhora ou uma gordinha utilizando os mesmos adereços. Como seu cérebro reage diante de tais imagens?
A questão que proponho não é o que é feio esteticamente e o que não é - eu seria a última indicada pra falar de moda. A questão é exatamente o contrário, o que não está na moda.
Está completamente fora de moda a mulher assumir os limites de sua própria feminidade. Todos os três tipos são produtos de uma mesma cultura que elege tipos ideias, os consagra e os impõe. Meu problema não é o produto que a mulher se tornou, se bonito ou feio, mas qual ela quer imitar e por que.
Não nos preocupamos mais em delinear nossos próprios traços, afirmar nossa singularidade e ser o que fomos concebidas para ser, nossa preocupação é importar os traços consagrados midiática e socialmente.
Ser você mesma é a atual tarefa feminina mais difícil de cumprir, é por isso que quase ninguém tenta. Cresci sabendo que não era o tipo ideal de menina, só me lembro de ser considerada a brega da igreja e da escola, isso acontece hoje com um pouco menos de frequência porque dou mais atenção ao que os outros vão pensar do que ao que me sinto bem em ser. Mas todos os dias alguém quer dar uma ‘ajeitadinha’ em mim, pra parecer mais normal sabe?
Se abstraio desse mundo de imitações paraliso sem entender qual a graça de ficarmos todas iguais? Estamos altamente plásticas, embaladas e padronizadas. Ponto para os homens que conseguem acertar, inúmeras vezes, que tipo de mulher somos só pelo que vestimos. Ainda lembro do tempo em que eu era brega porque amava usar saião e hoje? é moda!
Falando em saião, ser uma legítima assembleiana pra mim é impossível, passei a vida tentando, juro, mas custa muito caro é muito trabalhoso e me arranca da soneca da tarde de domingo. Conheci pessoas que passavam a semana quebrando a cabeça pensando que roupa usaria no próximo domingo. Gente, e a quarta, a sexta e o sábado? Há uma guerra simbólica envolvendo o culto de domingo que com 21 anos de ‘evangélica’ ainda não encontrei o motivo.
Mas eu penso será que eu não estou errada? Será que tenho que vestir social no meu serviço porque todo mundo veste? E na igreja, afinal foi assim que fui ensinada? Será que tenho que fazer uma graduação que dá dinheiro, com o sacrifício de não gostar do que faço? Ou ser concursada e infeliz em qualquer buraco só porque é Federal? Que tenho que ter um Corola e pintar a ponta dos meus cabelos? Fazer a unha e a sobrancelha toda semana? Deixar de ir ao culto com meu Converse ou minha surrada sapatilha? Casar na igreja com um festão carérrimo e ter só dois filhos porque toda mulher sã quer ter só dois filhos, ah! e via cesárea, sem essa de parto humanizado que isso é do tempo das ‘parteiras’? E tenho que sair de casa sempre maquiada, banir as rasteirinhas, deixar de viajar com mochila porque nem homem faz isso, deixar de ter um cabelo curto prático porque quanto mais cabelo mais feminidade? Parar de comprar roupa no 25 porque dá pra comprar roupa descolada na Hering? Só que não. Não dá.
Eu tenho decidido e lutado todos os dias pela não negociação dos meus valores, da minha aparência, do meu caráter. Eu tenho que mudar outras coisas, tornar-me uma pessoa melhor de dentro pra fora. Mas vender minha aparência para aparentar ser o que não sou só porque convém ser, não, obrigada.
Ao reconciliar consigo todas as coisas, Cristo, veio devolver minha humanidade e me libertar das amarras sociais, para me dar uma nova identidade, para reclamar minha singularidade. Convido você a ser o que você tem vontade de ser, ainda que seja politicamente incorreto. Corremos o risco juntas de sermos periféricas, excluídas, informais, fora de moda só pra sermos o que realmente somos e buscar valores que pra nós realmente importa.
Daí se você tem vontade de ser mesmo a loira com saia justa ou a bonitinha do culto de domingo, não posso pedir que mude sua aparência, no máximo, os valores que cultiva.
E então, você é mulher ou um saco de pancada?
A questão que proponho não é o que é feio esteticamente e o que não é - eu seria a última indicada pra falar de moda. A questão é exatamente o contrário, o que não está na moda.
Está completamente fora de moda a mulher assumir os limites de sua própria feminidade. Todos os três tipos são produtos de uma mesma cultura que elege tipos ideias, os consagra e os impõe. Meu problema não é o produto que a mulher se tornou, se bonito ou feio, mas qual ela quer imitar e por que.
Não nos preocupamos mais em delinear nossos próprios traços, afirmar nossa singularidade e ser o que fomos concebidas para ser, nossa preocupação é importar os traços consagrados midiática e socialmente.
Ser você mesma é a atual tarefa feminina mais difícil de cumprir, é por isso que quase ninguém tenta. Cresci sabendo que não era o tipo ideal de menina, só me lembro de ser considerada a brega da igreja e da escola, isso acontece hoje com um pouco menos de frequência porque dou mais atenção ao que os outros vão pensar do que ao que me sinto bem em ser. Mas todos os dias alguém quer dar uma ‘ajeitadinha’ em mim, pra parecer mais normal sabe?
Se abstraio desse mundo de imitações paraliso sem entender qual a graça de ficarmos todas iguais? Estamos altamente plásticas, embaladas e padronizadas. Ponto para os homens que conseguem acertar, inúmeras vezes, que tipo de mulher somos só pelo que vestimos. Ainda lembro do tempo em que eu era brega porque amava usar saião e hoje? é moda!
Falando em saião, ser uma legítima assembleiana pra mim é impossível, passei a vida tentando, juro, mas custa muito caro é muito trabalhoso e me arranca da soneca da tarde de domingo. Conheci pessoas que passavam a semana quebrando a cabeça pensando que roupa usaria no próximo domingo. Gente, e a quarta, a sexta e o sábado? Há uma guerra simbólica envolvendo o culto de domingo que com 21 anos de ‘evangélica’ ainda não encontrei o motivo.
Mas eu penso será que eu não estou errada? Será que tenho que vestir social no meu serviço porque todo mundo veste? E na igreja, afinal foi assim que fui ensinada? Será que tenho que fazer uma graduação que dá dinheiro, com o sacrifício de não gostar do que faço? Ou ser concursada e infeliz em qualquer buraco só porque é Federal? Que tenho que ter um Corola e pintar a ponta dos meus cabelos? Fazer a unha e a sobrancelha toda semana? Deixar de ir ao culto com meu Converse ou minha surrada sapatilha? Casar na igreja com um festão carérrimo e ter só dois filhos porque toda mulher sã quer ter só dois filhos, ah! e via cesárea, sem essa de parto humanizado que isso é do tempo das ‘parteiras’? E tenho que sair de casa sempre maquiada, banir as rasteirinhas, deixar de viajar com mochila porque nem homem faz isso, deixar de ter um cabelo curto prático porque quanto mais cabelo mais feminidade? Parar de comprar roupa no 25 porque dá pra comprar roupa descolada na Hering? Só que não. Não dá.
Eu tenho decidido e lutado todos os dias pela não negociação dos meus valores, da minha aparência, do meu caráter. Eu tenho que mudar outras coisas, tornar-me uma pessoa melhor de dentro pra fora. Mas vender minha aparência para aparentar ser o que não sou só porque convém ser, não, obrigada.
Ao reconciliar consigo todas as coisas, Cristo, veio devolver minha humanidade e me libertar das amarras sociais, para me dar uma nova identidade, para reclamar minha singularidade. Convido você a ser o que você tem vontade de ser, ainda que seja politicamente incorreto. Corremos o risco juntas de sermos periféricas, excluídas, informais, fora de moda só pra sermos o que realmente somos e buscar valores que pra nós realmente importa.
Daí se você tem vontade de ser mesmo a loira com saia justa ou a bonitinha do culto de domingo, não posso pedir que mude sua aparência, no máximo, os valores que cultiva.
E então, você é mulher ou um saco de pancada?
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