Vencendo a culpa no ministério pastoral

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Talvez um dos maiores elementos de desânimo que encontramos no ministério pastoral seja o da culpa, não somente a que ocorre por conta dos pecados, mas aquela que sentimos pelas coisas erradas que diariamente acontecem na caminhada pastoral. Nos sentimos culpados pela baixa adesão dos membros nas programações, culpados pelo divórcio de uma casal da igreja ou que seja de nosso convívio, culpados pela queda na arrecadação dos dízimos e ofertas, pelas inúmeras frustrações que acometem os crentes de nosso aprisco, e por aí vai o caminho impiedoso da culpa.

É verdade, que existem situações onde poderíamos ter agido diferente e assim, colhido algo diferente, mas é verdade também, que muitas situações estão fora de nosso controle, e assim, independente do que fazemos, aquilo acaba dando errado e causando tristeza e dor. Vencer a culpa é algo necessário para vivermos de maneira plena a nossa vida cristã e o ministério pastoral que nos foi confiado, para isso, creio que algumas importantes medidas precisam ser tomadas:

1. Lutar dia a dia para viver uma vida santa, longe de situações que comprometam nossa espiritualidade e compromisso com Cristo Jesus;

2. Trabalhar arduamente e honestamente no campo em que Deus nos colocou, sem procrastinação, indolência e desculpas esfarrapadas. Fomos chamados a trabalhar, e não podemos nos furtar disso;

3. Entender que há processos que independem de nossas vontades, como por exemplo, o divórcio de um casal que durante todo o relacionamento manteve-se afastado de Cristo, da igreja, do cuidado pastoral, e que depois do inevitável desgaste, deseja que o pastor resolva a situação a todo o custo. O divórcio deles não é culpa do pastor, e sim, do descaso e desleixo do casal;

4. Entender que no ministério pastoral, estamos para dar caminhos, alternativas dentro do que preceitua a Palavra de Deus, que não somos solucionadores de problemas, que choramos juntos, rimos juntos, abraçamos e suportamos, mas não somos nós os pastores, que devem resolver o problema dos outros, e sim, equipá-los e encorajá-los para resolverem seus próprios problemas;

5. Manter uma vida ativa de oração, leitura bíblica e jejum, bem como buscar manter a piedade a todo instante, ensinando nossas ovelhas a guardar tudo o que Cristo tem ensinado;

6. Tornarmo-nos padrão da fé. Nós, como o Apóstolo Paulo, precisamos ter a coragem e a capacidade de dizer a nossos irmãos: "sede meus imitadores como eu sou de Cristo";

7. Descansar, tanto fisicamente, com pausas semanais programadas e respeitadas, como também, "descansar no SENHOR", pois é a ele que nós servimos;

8. Não perdermos o contato com as pessoas que amamos, nosso cônjuge, nossos filhos, nossos parentes, o amor deles, também é antídoto contra a culpa inverdadeira;

9. Trazer sempre a memória o que pode nos dar esperança;

10. Saber, que mesmo nas mais obscuras situações, Deus é nosso refúgio e segurança, socorro bem presente nas tribulações.

Amados colegas, oremos uns pelos outros, e tenhamos a coragem de enfrentar esse terrível sentimento, para vivermos vida plena e assim, entregarmos ao nosso Deus aquilo que temos de melhor.

Em Cristo Jesus.
Pr. José Ricardo Capelari.

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Opinião do leitor