Vale a pena você?

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"O evangelho não nos faz fugir da verdade e muito menos nos leva para esconderijos’’.

Texto de Marcos 5.9 e João 5.1-20

O desafio ora vivenciado pela geração atual, quando se observa toda uma sucessão de informações e ilusões, despencadas diariamente pelas redes digitais, encontra-se em resgatar a dignidade do ser humano, fazer com que todo o ser humano seja dotado desse valor inegociável. Em tempos de pessoas voltadas a ir para esconderijos, a não encarar a realidade, como ela é, a não se conceber como um ser de decisões e livre, como o ser humano descrito no texto de Salmos 8.5, como imagem e semelhança de um Criador, o Criador do belo, do justo e do verdadeiro e ao ser removido esse estado, ao ser despojado dessa dimensão, ao ser dilacerado dessa condição, por consequência, tornamo-nos em espaços para propagação do que não é bom e muitos são dominados por uma raiva de si mesmo, vivem uma guerra contínua por não ser perdoar, adentram num desfiladeiro obscuro de acusações e condenações, a qual acaba por receber o rótulo de legião, devido a multiplicidade de sentimentos e ideias depreciativas de si mesmo, Marcos 5.9. O cenário do jovem gesareno, diga-se de passagem, com as portas e as janelas de toda a sua vida trancafiadas e sem experienciar a translucidação do olhar pacificador e dos ouvidos compreensivos para o chamado a um caminho de coragem e recomeços feitas por Jesus. Sem sombra de dúvida, ouvir o eco de que vale a pena o ouvir se estabelece num antídoto, sem precedentes, para nos tirar dos esconderijos, das fugas da realidade e isto abre oportunidades para cura ou para salvação. De repente, aquele nada, aquela figura banida dos encontros, aquela figura isolada dos relacionamentos interpessoais, encontra-se segura e livre para abrir suas gavetas emocionais, falar de si mesmo. Sem sombra de dúvida, o jovem gesareno volto a se aceitar, porque se depara com um porto seguro para o ajudar a se refazer. Ao se encontrar com Jesus Cristo, o Deus Ser Humano Jesus Cristo, as portas e as janelas são abertas, a luminosidade se firma para um novo tempo. O hilário de que tanto no antes quanto no depois, as pessoas ainda viam o jovem gesareno com desconfiança, com desprezo, com incredulidade, com violência e como uma caricatura bizarra, medonha e demônica, entretanto, tão somente, tão somente, alguém não agrilhoado ou imune as garras do medo poderia estender as mãos para o levantar, inclinar os ouvidos para o ouvir, doar os lábios para imprimir de que vale a pena conversar com você, ouvir você e está com você. A raiva, o ódio, o rancor, o ressentimento e todas as mazelas sufocavam e desfiguram aquele homem, mas as palavras de Jesus não foram direcionadas para humilhar, rebaixar, desmerecer, enganar, porque a ausência da vida estava lá e há um chamado para se permitir dominar e continuar escondido naquilo que o tornava impuro. Presumidamente, Jesus convoca aquele jovem gesareno a não se remoer nos sentimentos de culpa e de condenação, mas assumir a responsabilidade em prol da sua vida. Não por menos, observa-se um convite para se notar a misericórdia dessa Maravilhosa Graça e dessa Misericórdia Divina sobre aquele jovem gesareno. Decerto, a reação do jovem gesareno ao querer seguir a Jesus, expressamente, porque passou a se aceitar e considerar a vida com maior amplitude e modificações, mesmo assim, retorna para os seus, retomar a sua vida, assume o seu papel de não viver para si mesmo e sim de retratar os efeitos benéficos da sua relação com Deus, com o próximo e com a vida, porque o ser humano, segundo a perspectiva Jesus Cristo sempre vale e valerá a pena.

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Opinião do leitor