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Palavra do leitor

Uma carta para Deus

"Não desperdice sua vida, com que não se importa, nem com quem não o reconheça e muito menos demonstre atenção, por você, e, sem qualquer vitimização e arrogância, você perceberá que há pessoas que não participarão e nem deverão participar de sua intimidade’’.

Texto de Salmos 137.7a

Sabe Deus, tudo bem, espero que leia essa carta e, talvez, a resposta poderá não ser como eu espero, embora faça parte. É bem verdade, não sou nenhuma unanimidade e, às vezes, acredito nessa tolice. Sem mais delongas, não renunciei ao chamado da Cruz do Ressurreto, como também não venho me justificar. Simplesmente, queria que lesse o meu desabafo, apenas isso e me retorne. Digo isso, em função de observar, enquanto redijo essas palavras, diante da tela do computador, em meio a um cenário marcado pelo fluir contínuo de informações e sensações, parte de uma geração receosa do silêncio e de sentir o compasso das gotas da madrugada, com a intenção de ser levado pelas palavras, até a eternidade.

Retomando o fio da meada, esse mundo parece mesmo tresloucado. As promessas de que estaríamos melhor, sem o toque da fé, tem se mostrado um estado aterrador. Os homens prosseguem a reduzir o semelhante a meros meios, meras massas de manobras, a meras coisas e descartáveis. Fora essas deploráveis constatações, a esperança retumbante tanto na ciência quanto na tecnologia não trouxe nenhum amadurecimento, em nossa humanidade. A inteligência artificial bate à porta e tudo indica não ser nada de restaurador e reconciliador. Sei lá! Chego à conclusão, nesse redemoinho de o quanto somos volúveis, de o quanto as nossas percepções são transitórias e passageiras, de o quanto tudo não passa de vaidade ou de ilusão. Sem sombra de dúvida, nunca se falou copiosamente sobre o Cristo, o evangelho. São pregações apoteóticas, são revelação colossais, são profecias estarrecedoras, são orações efusivamente libertadoras, são templos que nos fazem cair o queixo e, mesmo assim, muitos de seus seguidores não se tornaram ou não estão dispostos a serem melhores em prol de outros e da vida. Devo dizer, a começar por mim, não posso ser um falastrão e estendo para as guerras que se desdobram, os abusos que se esparramam, as violências que se enraízam e que sou levado a questionar se Jesus é o Logos Preexistente e Criativo, não poderia dar um basta e trazer um novo tempo? Evidentemente, ao discorrer essas palavras, com enfoque aos enredos de Eclesiastes (e tenho minhas dúvidas se o autor desse livro foi Salomão, como se Jó, realmente, existiu). Deveras, passado os cinquenta anos, concluo que o meu tempo de vida é menor do que já vivi, de que o pote não está mais cheio, como antes, e as escolhas são intensamente mais decisórias, quer queira ou não. Decerto, tenho evitado expor minhas observações para outras pessoas, até porque me poupa e as mesmas de discussões inúteis. Em contrapartida, nesse mover e nesse movimentar impetuoso do tempo, prossigo a me debruçar em Salmos 137.7 (parte a) e me pautar na esperança não passiva, não conformada, não indiferente e não hipócrita, a qual me faz ir adiante, malgrado, em certo momento, adequar-se a conveniência seria menos inquietante. Ah, como queria uma intervenção de sua tão propalada justiça, paz e alegria e, de tal modo, pudéssemos vivenciar uma humanidade mais humana, mais digna, mais decente e mais leal, a começar comigo, porque não me isento. Aliás, Deus da tradição judaico–cristã, do Kairos para todos, bem que poderia desintegrar toda a capetada de uma vez, remover todos os enganos de disseminadores de uma fé distante da sua verdade.

Dou mais uma pinçada, como já dissertei há alguns anos, atrás, não creio mais como antes, não creio num Deus de trocas, não creio num Deus que traça um destino e se não seguir, vou ver, não creio num Deus de maldições e punições (porque as minhas escolhas acarretam isso), não creio num Deus segundo minhas definições e presunções, não creio num Deus acorrentado a uma fé que virou e se converteu num boníssimo negócio. Diametralmente oposto, reconheço que por mim mesmo, não sou um paradigma de fé, de crença e virtudes. Não por menos, ultimamente, tenho considerado de ser a vida só isso e no fim os salvos serão retribuídos e tudo bem? Se puder me responder, agradecê-lo-ia, imensamente, até porque me deparar com os efeitos aterradores do pecado ou da alienação da vida humana, por aqui, não tem sido fácil não.
São Paulo - SP
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