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Palavra do leitor

Sobre a Graça e a Lei: viver pelo Espírito e pelo Amor

Quem não é do campo artístico e já teve a oportunidade de visitar um museu de arte moderna (e/ou contemporânea), provavelmente ao ver muitos dos trabalhos expostos já pode ter pensado: "Puxa, isso é arte? Até eu consigo fazer isso aí!".

Que razão torna os traços extremamente simples de um Mondrian ou de um Kandinski obras de Arte extremamente valorizadas, ao passo de os traços de "qualquer outro" sejam considerados apenas rabiscos?

Uma frase bastante conhecida de Pablo Picasso pode nos dar algumas pistas: "Antes eu desenhava como Rafael, mas precisei de toda uma existência para aprender a desenhar como as crianças".

A fala do artista catalão revela duas coisas: antes de suas experimentações que culminaram na estética cubista, Picasso havia se dedicado à arte clássica, tradicional, à compreensão das tradições e dos fundamentos da Arte. Do mesmo modo, revela a dificuldade de se expressar como uma criança: de maneira livre, sem convenções, único e exclusivamente pelo prazer de desenhar.

Que relações podemos fazer a partir da arte para a compreensão da Graça divina? Primeiro, que não vivemos mais no tempo da Lei, mas vivemos sob a égide da Graça e sob a inspiração do Espírito Santo, contudo, isso não implica a necessidade de desconhecer ou desobedecer a Lei, pelo contrário, seu conhecimento e obediência se fazem necessários para a superação da Lei.

Algumas pessoas têm entendido que a Lei ainda deve ser cumprida para Salvação, mas o Cristo afirmou que veio para o seu cumprimento: "Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas: não vim ab-rogar, mas cumprir" (Mt 5:17). E Jesus cumpriu a Lei de duas formas: obedecendo-a para si mesmo e para nós. Cristo aceitou morrer em nosso lugar sem merecer deixando-nos quites com a Lei e permitindo que fôssemos salvos, mesmo sem a cumprirmos. Isso não nos livra das boas obras, apenas nos permite fazer o bem sem depender dele para salvação. Dependemos apenas Daquele que cumpriu a Lei em nosso lugar e para O qual de forma grata tentamos agradar, vivendo em amor.

Os diferentes modernismos artísticos transformaram radicalmente o campo das artes ao quebrar com os formalismos estabelecidos. Assim como os artistas modernistas puderam ao final do século XIX se desvencilhar da arte acadêmica pelo seu pleno cumprimento, partindo em direção de vanguardas experimentais como o surrealismo, o expressionismo, o futurismo, dadaísmo, cubismo e outras manifestações de arte pela arte, a lei mosaica estava cumprida no Cristo, permitindo aos fieis se libertarem dos legalismos e compreenderem o sentido da Nova Aliança: "O amor não faz mal ao próximo. De sorte que o cumprimento da lei é o amor" (Rm 13:10). Afinal de contas, "Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas" (Ef 2:10).

Voltamos à frase de Picasso, para refletir sobre os eventos do ministério de Jesus na Pereia, já durante sua viagem final para Jerusalém, no décimo nono capítulo de Mateus, quando anunciou: "Deixem vir a mim as crianças e não as impeçam; pois o Reino dos céus pertence aos que são semelhantes a elas" (Mt 19:14). Pois só as crianças são completamente capazes de viver pela Graça, pois em tudo dependem dos adultos e nestes guardam confiança irrestrita, sem perder a capacidade de ver beleza em todas as coisas no mundo. Viver plenamente o presente, sem preocupações com o passado ou o futuro, apenas confiando, é viver na graça. buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas. Afinal, "(...)buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas. Não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã, porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal"(Mt 6:33-34).

O poeta Fernando Pessoa, certa vez afirmou: "O fim da arte inferior é agradar, o fim da arte média é elevar, o fim da arte superior é libertar [...].Elevar e libertar não são a mesma coisa. Elevando-nos, sentimo-nos superiores a nós mesmos, porém por afastamento de nós. Libertando-nos, sentimo-nos superiores em nós mesmos, senhores, e não emigrados, de nós. A libertação é uma elevação para dentro, como se crescêssemos em vez de nos alçarmos."

Do mesmo modo, podemos compreender que a fé e o conhecimento tem como propósito último a libertação. O próprio Cristo afirmou: "E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará" (Jo 8:32).

A libertação dos pobres e dos oprimidos deve ser encarada como imperativo moral e como processo histórico, e não por acaso é o principal tema de origem antigo-testamentário. No mesmo sentido, a valorização da vida comunitária, a crítica da impessoalidade, da alienação, da competição egoísta na vida "contemporânea" e a esperança de um futuro reino de justiça e liberdade, de paz e fraternidade entre os seres humanos.

Só assim, compreendendo a Lei do Amor se cumprirá a promessa feita por Jesus: "Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres".
Curitiba - PR
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