Seria possível Jesus pecar? – Parte 1

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Eu acredito ser certeza bíblica de que Jesus não poderia abortar ou cair em pecado na sua missão. Diante da perspectiva que alguns irmãos em Cristo, de fé protestante tem de que Jesus poderia pecar encontramos muitas dificuldades bíblicas para uma doutrina assim definida.

Jesus tinha certeza de Sua missão nessa terra para nos redimir do pecado de Adão. Ele não veio tentar nos salvar da condenação eterna. Ele veio buscar o que havia perdido. Lucas 19:10 Porque o Filho do Homem veio buscar e salvar o que se havia perdido. A palavra grega buscar aqui é (ζητέω = zētéō que significa requerer, exigir, procurar até encontrar). Ele veio em uma missão e não tentar, ou arriscar-se para resolver o problema da humanidade.

A promessa de Sua vinda para realizar a obra que o Pai lhe deu está em Genesis 3.15. E porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar. A quem Deus disse isso? À serpente, ao diabo. Uma promessa que não pode falhar, pois foi o próprio Deus quem disse, essa foi a Palavra da Sua boca.

Quando olhamos na Bíblia essa promessa de resgate, sabemos que se refere ao Filho de Deus Jesus. E cogitar que Ele poderia cair em pecado ou falhar na sua missão é pensar que a Palavra de Deus poderia falhar ou pelo menos correr risco de ser vencida, pois o Filho de Deus não seria inteiramente capaz de cumprir sua missão casso falhasse. Isso beira a heresia ou o descrédito com o que a Bíblia ensina.

Talvez isso passe na mente de muitas pessoas pelo fato de Jesus ser humano, ou ter condições humanas nessa terra. Daí cabe aqui falar um pouco sobre essa humanidade de Cristo. Primeiro não podemos fixar só na humanidade, e creio que é daí que vem a ideia de que Jesus poderia cair, ou falhar na Sua missão. A humanidade e a divindade de Cristo coexistem na mesma pessoa sem conflito, uma crença cristã chamada hipóstase ou união hipostática, onde Jesus é plenamente humano, mas sem o pecado inerente à natureza humana caída.

Ele não é somente um homem, mas também é plenamente divino, sem jamais perder sua essência divina, ou seja o Jesus homem, é 100% Deus e 100% homem. Essa união é vista como a forma mais clara de um ser totalmente divino se tornar totalmente humano para redimir a humanidade e revelar Deus, aos homens caídos da graça em decorrência da imputação do pecado de Adão em toda raça humana. Romanos 5.12. Pelo que, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, por isso que todos pecaram.

Esse é o primeiro ponto que devemos ter consciência, Jesus jamais poderia falhar pois não agia, nem se movia hora como homem, hora como Deus. Não são duas pessoas distintas, mas duas naturezas unidas em uma só pessoa, a saber Cristo Jesus o nosso Senhor. Todas as atitudes e ações nessa terra eram realizadas pelo Deus homem. Disse-lhe Jesus: Estou há tanto tempo convosco, e não me tendes conhecido, Filipe? Quem me vê a mim vê o Pai; e como dizes tu: Mostra-nos o Pai? Não crês tu que eu estou no Pai, e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo não as digo de mim mesmo, mas o Pai, que está em mim, é quem faz as obras. João 14.9-10.

Diante dessa afirmação do próprio Jesus dizer que Ele poderia cair em pecado, e afirmar que Deus estava jogando com a sorte na tentativa de executar sua missão de resgate da humanidade caída. Isso biblicamente não cabe na fé cristocêntrica.

Uma vez que Paulo registra que Jesus é o criador de todas as coisas, jamais poderíamos crer que a criatura possa vencer o criador. Ainda que isso implique em uma das naturezas de Cristo ser humana como a nossa. Porém vale ressaltar que não da mesma essência, pois a nossa é de essência pecaminosa, portanto com tendência ao pecado, e inclinada moralmente ao pecado, enquanto que a de Jesus é de essência santa, sem a nociva mácula do pecado, e sem inclinações para o mal. Veja o que diz a Escritura: Lucas 1.35. Respondeu-lhe o anjo: Descerá sobre ti o Espírito Santo, e o poder do Altíssimo te envolverá com a sua sombra; por isso, também o (ente santo que há de nascer será chamado Filho de Deus).

Então podemos afirmar aqui através dessa Escritura que Jesus nasceu de uma origem divina, de semente não corruptível, nem que pudesse se corromper. Pois segundo o apostolo Pedro, esse nascimento é a manifestação do plano e proposito de Deus para a humanidade. Mas com o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado, O qual, na verdade, em outro tempo foi conhecido, ainda antes da fundação do mundo, mas manifestado nestes últimos tempos por amor de vós; 1 Pedro 1:19-20.

A vinda de Jesus não seria algo que Deus tentaria fazer, mais uma obra que Jesus consumaria para o Pai, pois esse plano de Deus já estava concretizado na mente divina e na eternidade. Pedro diz que somente manifestou, ou se tornou conhecido a nós.

Continuaremos daqui na próxima postagem...

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Opinião do leitor