Sede Santos

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Como filhos obedientes, não vos conformando com as concupiscências que antes havia em vossa ignorância; Mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver; Porquanto está escrito: Sede santos, porque eu sou santo. (1Pedro 14-16)

Quando Deus nos chama para ser santos, Ele nos pede para nos separarmos. Ser santo é separar-se. Separar-se do mundo e do que ele pode nos trazer, seja isso considerado bom ou não aos olhos da sociedade. O processo de santificação, por si só, é de longe algo extremamente difícil. Porém, justamente por exigir tanto de nós mesmos, presos em um corpo pecaminoso, é que devemos fazer o máximo que podemos para nos distanciar de qualquer coisa que nos leva a pecar.

É engraçado como a definição de santidade indica que devemos nos abster de certas coisas, no entanto, queremos nos tornar mais próximos do Pai agindo da mesma forma que antes. É como Pedro diz nas Escrituras: “Como filhos obedientes, não vos conformando com as concupiscências que antes havia em vossa ignorância”. Concupiscência no dicionário significa inclinação a gozar dos bens terrestres. Ora, a própria definição nos leva a entender que o que fazemos enquanto somos ignorantes é nos inclinarmos às atrações do mundo.

E quando é que deixamos a nossa ignorância? Esta é uma pergunta que, no fundo, todos nós sabemos. Deixamos nossa ignorância quando nascemos de novo em Jesus Cristo e decidimos aquiescer à obediência expressa na Palavra de Deus. Você pode se perguntar, então, por que buscar a santidade continua sendo tão difícil para a maioria dos jovens mesmo dentro da igreja. Acredito que a única explicação possível, cientes do fato de que, inevitavelmente, santidade, obediência e sabedoria da vontade de Deus provêm do renascer em Cristo, ou seja, é uma capacidade que só vem Dele, é que este renascimento não aconteceu.

Quando entendemos plenamente o sacrifício que Jesus fez por nós, compreendemos que a busca por santidade é o mínimo para agradecer a Ele. Não há nada que nós possamos fazer para merecer a salvação de Deus, e é por isso mesmo que somos resgatados pela Graça. A consciência disto precisa despertar em nós o verdadeiro amor por Aquele que morreu por nós. Isto é conversão. Um amor genuíno por Jesus sempre traz o desejo de se transformar e se tornar mais íntimo Dele; uma intimidade que, inevitavelmente, como o tempo passado com qualquer amigo muito próximo, perpassa tornarmo-nos mais parecidos com Ele.

Isso nos traz novamente à questão da separação. Nós não podemos, fisicamente, nos separar de outras pessoas que não servem a Deus. Devemos, pelo contrário, nos aproximar delas para levar o Evangelho e o amor Dele. Entretanto, nós somos capazes de nos afastar, espiritualmente, de determinadas práticas e atitudes que podem nos conduzir ao pecado. Seguir Jesus é demonstrar amor, mas também renúncia. É carregar consigo uma alma lavada dos pecados e, ao mesmo tempo, também uma cruz e a negação de sua própria natureza caída.

O problema dos jovens na igreja, muitas vezes, tem sido confundir religiosidade com secularização. É claro que, dentro deste tema polêmico, existem milhares de opiniões e posturas, mas é inegável que determinadas atitudes vão torná-lo menos parecido com o Criador. E este é o primeiro passo para se afastar Dele. Se o amor por Deus é o que você tem de mais precioso, você não achará um fardo ter que se livrar de uma série de TV ou deixar de ver determinados filmes que não condizem com quem você é agora. Não será angustiante deixar uma roda de amigos quando o assunto for zombaria, piadas sexuais e xingamentos, nem ignorar aquele compartilhamento no Facebook que pode gerar questionamentos sobre a sua postura cristã.

O preço que Jesus pagou é muito alto para que façamos a nossa rotina confortável do jeito que queremos. Afinal, a nossa vida só é plena quando estamos Nele. Que nós possamos a cada dia aprender a cultivar o que é puro aos Seus olhos e a encararmos a santificação não como um processo de abstinência, mas da descoberta do verdadeiro prazer da vida, que é caminhar na vontade do Senhor.

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Opinião do leitor