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Palavra do leitor

Revolta e Cuidado

"Quando pensava: ‘Não me lembrarei deles, já não falarei em seu Nome’, então isto era em meu coração como fogo devorador, encerrado em meus ossos. Estou cansado de suportar, não aguento mais!" (Jr 20. 9)

As palavras de Jeremias, em sua confissão de revolta, dizem muito ao meu coração sobre o que vivemos atualmente na sociedade, e onde seremos a contracorrente diante de tantos ataques frontais ao que Cristo nos mostra como o evangelho, a Palavra de Deus colocada em prática na vida, em todos os momentos (atentem para o "todos").
Temos a graça de viver no mundo que o Senhor nos deu, focando nas duas principais ordenanças divinas: amar a Deus sobre todas as coisas e amar ao próximo como a si mesmo. Ou seja, o amor deveria reinar soberanamente sobre nós, criaturas caídas e, em nosso exercício diário, nos acertos e erros do cotidiano, fixar nosso entendimento em caminhar com as pessoas, sem pressões ou condenações, mas com aprendizados, ensinamentos e admoestações.

Contudo, a máquina humana trocou o amor pelo desempenho e o cuidado pelo resultado. Temos deixado de lado a busca pela ovelha perdida e a cura de suas feridas e preferido o mergulho cego na multidão, nos fazendo multidão e levando a nós e outros a viverem como o jovem gadareno vivia antes do encontro com Jesus (Mc 5.1-20). Essa cultura corporativa inserida demoníacamente na realidade do Reino leva as pessoas a feridas profundamente complexas, e o peso pelo excesso é uma das mais letais.

Lembra daquele rapaz que chegou com todo gás à igreja? E daquela moça que disse a plenos pulmões, diante da comunidade, que aceitava Jesus como seu Senhor e Salvador? Chegaram com tudo no grupo de jovens, participavam de todas as atividades, oravam como se não houvesse amanhã, dentre outras atitudes muito legais. Daí, passaram-se dias, semanas, meses, e esquecemos que, por trás de cantos, orações e quebrantamentos públicos, está um ser humano, que tem uma rotina de vida, com suas alegrias e tristezas. E exigimos delas um estilo de vida que talvez nós, em toda existência, não alcançaremos, mas queremos para os outros. Caso não haja esse encaixe, o afastamento é sutil, mas com requintes de crueldade.

Essa situação – que se repete em ambientes cristãos ou não – é um dos maiores gatilhos para problemas de ordem mental. Falo isso como alguém que, em 2017, sofreu da tão falada "síndrome de Burnout" que, segundo Dráuzio Varella, é "o estado de tensão emocional e estresse provocado por condições de trabalho físicas, emocionais e psicológicas desgastantes, que se manifesta especialmente em pessoas cuja profissão exige envolvimento interpessoal direto e intenso". Do mesmo modo que houve pessoas que questionaram a minha falta de compromisso e até caráter diante do que sofria, devido a não poder estar ativo em uma comunidade de fé naquele momento, também houve pessoas que, simplesmente, mostraram para mim o evangelho mais puro e simples que podia imaginar: foram até mim, sem questionamentos, e amaram e acompanharam o processo de cura que tive e continuo tendo a cada dia.

O grito de Jeremias, ao final, foi acalentado pelo seu próprio chamado, afinal, se ele se calasse, até as pedras gritariam (Lc 19.40). Nem todos vivem o caminho do profeta, mas, todos nós que estamos ao lado dessas pessoas que precisam, temos uma veia profética, que pode e deve cuidar do próximo com calma, paciência e, todos os dias, clamando a sabedoria que vem do alto para que, diante de nossa imcompletude, aquele que é perfeito possa nos completar (1Co 13.10).

A gratidão de quem recebe tamanha prova de acolhimento e amor vem nas palavras de Paulo: "Tudo posso naquele que me fortalece, mas fizestes bem em participar de minhas aflições" (Fp 4.13-14).

Que Deus abençoe a caminhada de todos!
Niterói - RJ
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