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Palavra do leitor

RELEVÂNCIA E UTILIDADE - POR UMA PREGAÇÃO LIBERTADORA

Sempre estive desejoso de redigir algo fundamentado nesse tema (hesitei muito). Tive de amadurecer as ideias por algum tempo para não correr o risco de errar nessa simples análise. Ademais, o simples não é tão simples assim e o simples não é só isso e isso não é só.

Ainda tenho "batido" na tecla das pregações de cunho pentecostal. Meu recorte é apenas aqui, do lado de cá, diria. E se me perguntas o porque, é fácil responder: o fiz posto que alguém precisar fazer de modo sóbrio, lúcido e urgente, não quer dizer que não tenha pessoas para tal, por fim tomei a iniciativa de repetir o que não é novo.

Não quero que me compreendas mal, afinal, somos todos da mesma "seara", porém, não posso garantir que falamos a mesma língua, para tanto já temos uma "babel". Não deveria ser, todavia, é um mais lindo retrato da nossa família.

Não queria também, que me interpretasse como um crítico dos pregadores, deveras pode até ser, só usaria a palavra: realista que é bem real. Com toda modéstia é claro.

Infelizmente, não temos um padrão de mensagens pentecostais, que se completam na uniformidade, e longe de nós tal coisa, só revelaria que estaríamos todos "uniformizados" e alienados para compor uma mesma fileira. Seria empresa de serviços de comunicação do mais retrocesso possível.

Penso, que quem prega deve ser o mais autêntico possível, evidentemente, não quer dizer que não siga um teólogo, escritor e até pregador que o inspire. Não há pecados nisso, não nesse sentido. No entanto, a autenticidade mostra-nos que o orador tem de ter no mínimo opinião, coerência e engajamento na homilia.

Não podemos cobrar dos pregadores sermões impecáveis, no mais, são sermões que passaram por construções humanas e nem sempre serão o grande "up" naquele momento. Pode ser que um dia falhe, ou quem o prega não esteja a vontade, acontece, de fato isso acontece!

Agora, aqui 'pra' nós, está dificílimo escolher a quem devamos escutar, as referências que temos no mundo pentecostal no Brasil são poucas. Dentre os quais talvez a turminha iludida com o púlpito nem os conheça.

Esses lutam por uma mensagem equilibrada, e quando digo isso, alguns e não poucos pensam que estou falando de pregadores que não oram em línguas, que não creem em milagres ou qualquer manifestação dos dons do Espírito, presumo também sou pentecostal, reitero sou pentecostal.

Tenho que explicar incansavelmente que não somos cessacionistas, somos contra os exageros, exacerbações e desordens. E aqui por se tratar de pregação/sermão defino dois tipos de pregadores (se houver mais escrevam seus textos por aí), a saber: o relevante e o utilitário.

Comecemos pelo último, pois dá mais trabalho. O que seria o pregador utilitário?

Sem delongas seria o pregador útil (?), não é ruim, pode não ter formação teológica ou vasto conhecimento bíblico. Porém, para determinados "serviços" é útil (salvo guardar os que não tiveram acesso aos estudos).

Por exemplo: quando dos congressos, ninguém ou liderança alguma que ter o desconforto de convidar um pregador "seco" para pregar. Isso é horrível para o grupo, festivais e/ou festividade. Tem de chamar alguém a altura dos picos mais altos de poder "transcendental", para legitimar o derramamento do Espírito e selar a festa com "chaves" de ouro (termos bem comum, não acha?). E aí não importa se saiu do texto, verbalizou heresias, se levou a grana da "moçada", se cobrou "acima da média". O importante é que ele deu certo!

É uma espécie de pregador pragmático, do momento e emocional que exclui a razão de seus ouvintes de pensar o que fariam com o poder que receberam no amanhã. Detalhe, não falem dele ou dela, esses são uma voz. Porém, apenas útil, para alegrar aquele período e manipular os poderes dos sindicatos dos mágicos.

É útil por que naquele momento o público já está preparado para receber a injeção de ânimo. E quando a acaba a festa sua mensagem foi tão útil que só lembram do poder e não do texto e nem do foco central do sermão em si. A utilidade do serviço é mais visível do que a reflexão plausível que orienta e exorta com toda inspiração divina. Paulo não serviria para pregador útil, Jesus nem se fale, Pedro nem o digo, porque esses "personagens" bíblicos não pregavam porque eram útil no momento, mas porque eram práticos quanto a objetividade de suas prédicas. Não podiam perder tempo com o momentâneo. Ademais, suas palavras são tão práticas que verbalizamos ainda hoje para atrelarmos, a ética, moral, fé e etc.!

Já o pregador relevante, possuí características interessantes. Ele não flerta com o público, está ali tão somente para expor de forma expositiva a Palavra de Deus. As vezes, é lido(a) como alguém sério e vazio demais, como se ser sério fosse sofrer a "ausência" do Espírito. Não, o mesmo é sério porque naquele momento sua exposição tem a traduzir a vontade do céus para o povo (e há quem murmure). Ser pregador relevante, não é ouvir aplausos, e sim reconhecimento de quem ouve quando pronuncia: (...) que palavra (...). O discurso marca, de modo que esse ouvinte irá carregar o peso do sermão para o resto de sua vida. O indivíduo se torna saciado. É bem diferente do útil sempre despeja unção e poder, nesse caso seus ouvintes nunca serão saciados, ninguém vive de óleo e fogo, mas de pão vivo que desce do céu (alimento).

Hoje temos observado os dois extremos, o que mais choca e ler essa sociedade pentecostês dividida e multifacetada sem direção alguma. Porque a pregação relevante não faz mais sentido aos ouvidos. A Bíblia sempre precisa ser acrescentada, mesclada com elementos "cúlticos" que torcem a verdadeira racionalidade do culto como sacrifício vivo (Rm. 12.1) a Deus que evoca na adoração com o corpo, alma e espírito a partir de sua Palavra. A realidade traduz que a relevância já não é o ideal, o pragmatismo, o utilitarismo faz mais sentido - sensações, êxtases e experiências marcam mais do que a palavra pregada com toda autoridade que lhe é peculiar.

O útil nesse contexto sempre é imediatista, todavia, não lhe ajuda a mudar sua rotina de vida no cotidiano, aliás, o relacionamento que se deve ter com Deus não pode e nem deve ser através do "grande poder", porém, de amor. Isso é relevante.

Sera que o pregador útil te ajudará quando de suas mazelas. Será que na hora da dor terás como apelar a unção? Serás que quando do sofrimento alçarás vôos pentecostais? Tem relevância nisso? Não, não tem e outra a mágica não funcionará...

Sei de uma coisa, quando das minhas fadigas, aflições e adversidades a pregação relevante na pessoa de Cristo sempre me auxiliará na continuidade de manter meus pés firmes sobre a Rocha Inabalável (Mt 7. 24-27). Isso é somente para os que ouvem, observam e praticam a minha Palavra, disse Jesus. Essa é a pregação libertadora, que me tira da condição do uso pelo uso e me coloca na condição da fala aliada a prática no dia a dia.

Encerro com as palavras de Henri Nouwen que mostra uma luz com relação aos ministros e a pregação de um pregador relevante ou mensagem relevante:

Quando os ministros não tem todas as suas experiências à disposição, tendem a estar disponíveis somente para aqueles que se encaixam na imagem que eles querem ter de si mesmos diante de seus ouvintes. E isto é exatamente o que chamamos de "intolerantes". É cegueira. É fechar-se a uma parte essencial de nossa preciosa realidade humana (NOUWEN, 2008, p. 60)

Sempre pergunte:

O que essa mensagem tem a ver comigo?
Ela é relevante aos nossos dias?
Ou é útil para meu momento de culto?

Abraços Nele.

NOTA

NOUWEN, Henri J.M. Ministério Criativo. Brasília, DF:
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