Palavra do leitor
07 de agosto de 2025- Visualizações: 830
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Raízes e águas mais profundas
O cerrado, região que cobre boa parte da região Centro-Oeste, também conhecido como a "savana" brasileira, tem muito a nos ensinar. Vivendo por essas bandas há mais de duas décadas, fico maravilhado com a resiliência de sua flora e fauna. Todos os anos, inúmeros incêndios danificam e matam centenas de espécies nativas, deixando um rastro de destruição. Principalmente nos meses de clima seco e quente, a região é castigada pela natureza, ao mesmo tempo que mostra sua pujante força.
O que vemos após esses desastres, muitos deles naturais, é uma verdadeira ressurreição. Especialmente com relação às suas árvores. Elas são pequenas, de cascos grossos e contorcidos, lembram uma pele enrugada. Porém, o que mais me chama a atenção é a capacidade delas de se reerguerem e crescerem novamente após o fogo que as queimam em cada estiagem. Isso é possível por um detalhe que faz toda a diferença: suas fortes e profundas raízes crescem três vezes o seu tamanho solo abaixo onde vão buscar o precioso e raro líquido que, tal qual uma vitamina, alimentarão seus galhos, folhas e frutos mantendo-as fortes em meio ao deserto. Estas árvores guerreiras parecem ter uma intuição interior própria que as fazem buscar no mais profundo chão os nutrientes que se transformarão na seiva que as manterão vivas por anos a fio.
Este fato me faz lembrar um episódio ocorrido em outra região desértica, porém banhada pelo mar. Alguns pescadores estavam no barco ansiosos por uma pesca que valesse a pena aquele cansativo dia. Depois de horas sem resultado e já desistindo da busca, eles foram visitados por Jesus que andava por aquelas terras. Ao ver o desânimo daqueles jovens, o nazareno ordenou-lhes que lançassem as redes numa determinada parte do mar, do outro lado, mais profunda. Incrédulos, olhando uns para os outros, os assustados pescadores decidiram obedecer à ordem do mestre. E surpresos, puxaram dezenas de grandes e belos peixes que, milagrosamente, saltavam de suas velhas e pesadas redes. Aquela seria a maior pesca de suas vidas.
O grande ensinamento que podemos tirar, tanto das árvores do cerrado como da pesca surpreendente, é este: precisamos sair da superficialidade. Somente quando nos dispomos a ir mais longe, mais profundo em nossas buscas e tentativas é que poderemos experimentar o extraordinário e vivenciar o admirável. Pessoas que vivem presas a um cotidiano de mesmices, a uma rotina de repetições e tendo uma única fonte de aprendizado, certamente não irão muito longe, viverão frustradas e dominadas pelo medo, por narrativas e quimeras doentias. Viverão presas a um mundo limitado.
Somente quando saímos das quatro paredes e nos permitimos acessar o novo, que sempre estará em terras e águas mais profundas, é que evoluímos, é que podemos mudar os paradigmas construídos ao longo de anos de prisões mentais e seremos capazes de acessar novos mundos e novas possibilidades. E o simples desejo de mudarmos já é um sinal acalentador. O convite ao novo, às vezes ao desconhecido, está disponível a todo aquele que pretende desbravar não apenas o exterior, mas principalmente, o interior, de onde nascem as motivações.
Que as secas e bravas árvores do cerrado nos ensinem a sair da superfície existencial, nos impulsionem a buscar a seiva para nossas almas em fontes mais ricas, prosseguindo sempre ao mais profundo de onde sairemos mais fortes e mais preparados para enfrentarmos as grandes ondas e as severas turbulências da rota. Quando o medo lhe visitar, que você possa receber a graça do Altíssimo que sempre abunda em terras e águas mais profundas.
Tony Oliveira - Autor dos livros "Pingos da Graça" e "Cartas do Atlântico".
Para outros textos do autor, acesse: https://pingosdagraca.wordpress.com/
Contato: faos.ead@gmail.com INSTAGRAM: @tonyoliveira_69
O que vemos após esses desastres, muitos deles naturais, é uma verdadeira ressurreição. Especialmente com relação às suas árvores. Elas são pequenas, de cascos grossos e contorcidos, lembram uma pele enrugada. Porém, o que mais me chama a atenção é a capacidade delas de se reerguerem e crescerem novamente após o fogo que as queimam em cada estiagem. Isso é possível por um detalhe que faz toda a diferença: suas fortes e profundas raízes crescem três vezes o seu tamanho solo abaixo onde vão buscar o precioso e raro líquido que, tal qual uma vitamina, alimentarão seus galhos, folhas e frutos mantendo-as fortes em meio ao deserto. Estas árvores guerreiras parecem ter uma intuição interior própria que as fazem buscar no mais profundo chão os nutrientes que se transformarão na seiva que as manterão vivas por anos a fio.
Este fato me faz lembrar um episódio ocorrido em outra região desértica, porém banhada pelo mar. Alguns pescadores estavam no barco ansiosos por uma pesca que valesse a pena aquele cansativo dia. Depois de horas sem resultado e já desistindo da busca, eles foram visitados por Jesus que andava por aquelas terras. Ao ver o desânimo daqueles jovens, o nazareno ordenou-lhes que lançassem as redes numa determinada parte do mar, do outro lado, mais profunda. Incrédulos, olhando uns para os outros, os assustados pescadores decidiram obedecer à ordem do mestre. E surpresos, puxaram dezenas de grandes e belos peixes que, milagrosamente, saltavam de suas velhas e pesadas redes. Aquela seria a maior pesca de suas vidas.
O grande ensinamento que podemos tirar, tanto das árvores do cerrado como da pesca surpreendente, é este: precisamos sair da superficialidade. Somente quando nos dispomos a ir mais longe, mais profundo em nossas buscas e tentativas é que poderemos experimentar o extraordinário e vivenciar o admirável. Pessoas que vivem presas a um cotidiano de mesmices, a uma rotina de repetições e tendo uma única fonte de aprendizado, certamente não irão muito longe, viverão frustradas e dominadas pelo medo, por narrativas e quimeras doentias. Viverão presas a um mundo limitado.
Somente quando saímos das quatro paredes e nos permitimos acessar o novo, que sempre estará em terras e águas mais profundas, é que evoluímos, é que podemos mudar os paradigmas construídos ao longo de anos de prisões mentais e seremos capazes de acessar novos mundos e novas possibilidades. E o simples desejo de mudarmos já é um sinal acalentador. O convite ao novo, às vezes ao desconhecido, está disponível a todo aquele que pretende desbravar não apenas o exterior, mas principalmente, o interior, de onde nascem as motivações.
Que as secas e bravas árvores do cerrado nos ensinem a sair da superfície existencial, nos impulsionem a buscar a seiva para nossas almas em fontes mais ricas, prosseguindo sempre ao mais profundo de onde sairemos mais fortes e mais preparados para enfrentarmos as grandes ondas e as severas turbulências da rota. Quando o medo lhe visitar, que você possa receber a graça do Altíssimo que sempre abunda em terras e águas mais profundas.
Tony Oliveira - Autor dos livros "Pingos da Graça" e "Cartas do Atlântico".
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dos seus autores e não representam a opinião da Editora ULTIMATO.
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