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Palavra do leitor

Quociente da consciência

"Conservando a fé, e a boa consciência, a qual alguns, rejeitando, fizeram naufrágio na fé" (1 Timóteo 1.19).

Um ditado popular enfatiza: "Quem fala verdade não merece castigo" A tese em si, do ponto de vista da justiça é verdadeira entretanto, historicamente muitos foram sentenciados porque falaram a verdade. João Batista falou e foi decapitado, Sócrates teve que beber a cicuta (veneno), Galileu foi condenado pela "santa" inquisição à prisão perpétua, Jesus Cristo foi torturado e crucificado. A lista é grande, porém estes são suficientes, para ratificar a antítese.

No universo das injustiças há grande revolta social, e o fato mais recente envolve a menina estuprada pelo tio no Estado do Espírito Santo. Entretanto, paira dúvidas sobre o que realmente causa fúria generalizada? O mal em si, ou sua consciência? Afinal um fato, ou a presença de alguém evoca lembrança de alguma coisa. O "alguém" em questão, pode se fazer presente mesmo em sentido virtual, como no caso noticiado. Por exemplo, basta mencionar Hitler para trazer à consciência um gênero de monstruosidades, mas, esta figura pode também trazer à luz o dia "D" que deitou por terra a hegemonia atroz do Terceiro Reich.

Em Jerusalém a presença de Cristo, gerou entre os Fariseus grande revolta, e mesmo reações violentas, que culminaram com sua crucificação. Não obstante ter sido defenestrado do mundo, em todos os tempos a evocação do termo "Messias" inquieta o psicológico devido ao que traz à luz; o pecado. Uma palavra dita evoca consciência de algo. Esta, caso associada à coisas que depõem contra a reputação e honra tem sido, o "calcanhar" de Aquiles (ponto fraco), e estopim de grande celeuma em todos os tempos.

Caim, o primeiro assassino disse "não saber" onde estava seu irmão. Quando na verdade não queria ter consciência, tampouco admitir que o havia matado (Gn 4;1-14). Afinal, lembrar evocava um "fantasma", que transportava-o para a cena de um "filme" que orgulho e senso de divindade se recusam assistir, pois gera o pânico indigno do status de "deus", afinal sua alma albergava ressonância da promessa "sereis como Deus" (Gn 3;5) Ali estava a essência da "árvore" do bem e do mal (Gn 2;17), que achou por "bem" eliminar Abel, que em seu conceito era "mal". Muito mais que assassinato, o incidente implica atentado contra a consciência, que desde a queda tem sido alvo da revolta humana.

Nesta semana assistindo um programa de debates, que abordava o estupro da menina, chamou atenção o que disse um jornalista: "A consciência de fatos dessa natureza, mais reforça minha tese de que não quero estar perto do ser humano". Porém, isolar-se destoa de sua característica social, além de molestar a consciência e causar comoção coletiva. Uma leitura psicológica dirá que a citação acima implica simplesmente rejeição à consciência do fato, e uma vez alienado do problema busca-se "paz" na consciência amordaçada, e no espírito embriagado. "não querer estar perto" é uma dialética que implica "não querer saber".

O desabafo supra deixa escapar um casuísmo infinitamente maior que o stress, considerado o "mal do século". Destarte, o que inquieta e revolta não é necessariamente o mal em si, mas, sua consciência, afinal, isso destoa do perfil dos "deuses", ironizados no Salmo 82: "vós sois deuses". A dinâmica do problema implica que quando o mal vem à luz, a voz da alma deixa de ser "secreta"; sim, a maldade que se oculta no recôndito é despertada pela publicação do fato hediondo, e isso gera revolta, não com o fato; mas com a consciência deste. Pelo visto, é grande a maldade de alma; do "bem".

Toda alma degenerada alberga potencial para o mal. A Bíblia diz: "E viu o Senhor que a maldade do homem se multiplicara sobre a terra e que [toda] imaginação dos pensamentos de seu coração era continuamente para o mal" (Gn 6;5) Entretanto, por "N razões" em muitos corações este potencial permanece estrategicamente detido em "camisa de força" por questão preventiva, evitando comprometer status e reputação.

Destarte, sempre que esse protocolo é quebrado por notícia que choca devido à crueldade, todas pretensas "almas do bem" externam revolta, pelo fato que mexe com o "quociente" interdito, em cima do qual havia-se colocado uma "pedra", como forma de torná-lo "inconsciente". Portanto, como disse Norberto Keppe: "A maior luta humana é contra a consciência, pois, esta é concebida como algo mau". Entretanto o texto introdutório alerta que ela é desprezada mesmo no contexto cristão e em muitos casos cauterizada (1 Tm 4;2), e que dizer no contexto do mundo em geral?
Caxias Do Sul - RS
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