Promovendo a justiça nas cidades

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Pensar em Justiça não é nada simples, ainda mais com o entendimento superficial que se tem sobre o que é fazer a Justiça. Muita gente somente a associa ao desejo de vingança ou de punição, pois é o que se houve quando algo de ruim acontece com alguém, principalmente no caso de morte: Espero que haja justiça! (leia-se) Espero que fulano de tal seja preso, seja penalizado, seja executado, etc... Lembram-se do caso João Hélio no Rio (2007)? Ou no caso Isabella Nardoni em São Paulo (2008)? Este desejo que temos de que os culpados paguem pelo crime que cometeu é uma justiça nossa, justiça humana!

Isso não quer dizer que os sentimentos ao se deparar com estas situações não sejam verdadeiros e que todos nós temos, e também sei que realmente precisamos de leis que coloquem os criminosos em seus devidos lugares, mas FAZER JUSTIÇA é muito mais do que exigir vingança ou punição. É DAR OPORTUNIDADES! Então, teria sido justiça se fosse dado a oportunidade para que o João Hélio não tivesse sido arrastado e morto; Se fosse dado a oportunidade para que a Isabella Nardoni não tivesse sido assassinada; É dar a oportunidade para os mais pobres terem direito a um bom Sistema de Saúde e de terem como sair do estado da pobreza; É promover uma Boa Educação que alcance as pessoas de todos os níveis sociais; É construir uma Infra-Estrutura social e econômica onde todos os cidadãos da cidade ou do Estado usufruam de igual modo de boas moradias, oportunidades de bons empregos, de lazer, e de uma boa segurança. Também é dar a oportunidade para que os criminosos possam se redimir de seus atos, e recolocar alguns deles (pois nem todos querem mudar e se redimir) limpos de seus erros no convívio da sociedade, por mais difícil que seja pensar nisto!

Este entendimento sobre Justiça de ser aquela que dá a oportunidade para o próximo seguir adiante, está totalmente conectado com a Vontade de Deus para todos os homens, para todas as cidades e nações, pois desde a criação, oportunidades foram dadas ao homem, como no caso do primeiro casal, que teve o privilégio de dar nomes aos animais, a criação e depois ao de ter domínio sobre a terra, de cuidar, de trabalhar a terra para semear e colher, de criar, de gerar vidas, de encher a terra, de se relacionar com o Criador, etc. Mesmo depois da queda do homem, Deus continuou a querer que os homens compreendessem que foram criados segundo a mesma essência do seu Criador, e por incrível que pareça, deu a oportunidade para o primeiro homicida (Caim) de continuar vivo, e que não fosse vingado o sangue do inocente Abel pela justiça dos homens (Genesis 4).

Mais tarde, Deus ao formar um povo, apresentou-lhe as leis, a sua constituição. A lei de Israel, conhecida como Lei Mosaica, era baseada na OPORTUNIDADE de relacionamentos com o próprio Deus e com as demais pessoas, nos diversos tipos de relacionamento, seja o familiar, seja o social, sejam as relações internacionais, ou as relações de guerra, e etc... Até para alguns homicidas, havia as chamadas Cidades de Refúgio que pela lei, estas cidades deviam acolher estes homicidas para que tivessem a oportunidade de continuar vivos, ao invés de serem executados. A compreensão do que consistia cumprir estas leis faria com que Israel promovesse a Justiça planejada por Deus ao pobre, ao estrangeiro, a viúva. Deus deu a oportunidade para todas as pessoas de todas as 12 tribos de viverem de forma digna, sendo exemplo para que todas as nações pudessem seguir este modelo de Justiça. Por isso quando Israel havia se afastado destas leis, surgiram os profetas que ao perceberem isto, denunciavam a injustiça social, a balança enganosa, a opressão aos pobres, e por muitas vezes estes profetas falavam que Deus queria acima de tudo, a misericórdia e a justiça acontecendo na terra.

Por fim, na Epístola aos Romanos, o Apóstolo Paulo define incrivelmente a Justiça de Deus para com os homens como aquela que faz com que todos os homens, que eram culpados perante Ele, por causa do pecado, sem escapar nenhum sequer, recebessem a maravilhosa oportunidade de se tornarem isentos de sua culpa por um ato de amor, pela entrega do Inocente por todos os culpados (Romanos 3-5), fazendo todos os homens livres, e assim promovam a Justiça aos demais semelhantes. (Romanos 12-15). Fico pensando em como Paulo deveria ansiar em que os cristãos de Roma entendessem essa Justiça e vivessem os seus relacionamentos transformados junto a sociedade, fazendo da mesma um ambiente propício para aqueles que tinham fome e sede de Justiça fazer a diferença através de suas vidas em seu tempo!

Então se entendermos que fomos criados para promover esta justiça, as cidades onde vivemos, quais sejam elas, vão ser transformadas em lugares onde seus cidadãos tenham a oportunidade de viver bem e de trabalhar dignamente, onde poderão contar com leis justas sem favorecimento aos mais poderosos, onde haverá bons sistemas de saúde para todos, lugares onde os seus políticos, na sua grande maioria, honrarão os seus eleitor

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Opinião do leitor