Palavra do leitor
- 17 de setembro de 2023
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Paz que excede todo entendimento
A manhã do dia 28 de agosto de 2023 chegou. No calendário eu observava diariamente os dias passando; meu coração em regozijo e desejando celebrar mais um ano de vida do meu único filho.
Todos os anos eu revivo a emoção de ter ido a um dos hospitais da minha cidade para dar à luz e receber nos meus braços o meu bem mais precioso, o meu único filho. Todos os anos nesse dia, revejo as fotos da gravidez e do seu nascimento, falo com mais doçura e há catorze anos esse ritual se repete (filho nem vai à escola, só para revivermos o momento do seu nascimento, e fazermos desse dia uma lembrança sempre terna e especial).
Porém, na metade da manhã desse dia, os planos festivos foram alterados. Na minha residência havia alegria, contentamento e planejamento festivo. Na residência de um familiar próximo a mim, tristeza, desespero e pavor. Como é do seu feitio, a morte chegou repentinamente, e ceifou a vida de uma tia, única irmã de minha mãe. Diante do novo quadro, o dia todo retardamos comunicar à minha mãe a terrível notícia, e fizemos malabarismos. Obtivemos instruções médicas, as quais foram seguidas na íntegra, com o intuito de tornar a notícia menos drástica à vida frágil de minha mãe.
Cercada de alguns filhos, por volta das 17 horas e 30 minutos minha mãe recebe a fatídica notícia... E, para surpresa de todos, o que se viu foi uma idosa reagir de forma serena... O choro e as lágrimas foram inevitáveis, os questionamentos inerentes ao ocorrido, idem. Nas suas reações, porém, havia tranquilidade e resignação. Há 54 anos mamãe entregou sua vida a Cristo. Ao perder o seu único familiar ainda vivo (Antônia), mamãe ensinou a todos, através do seu comportamento e reações que há uma enorme diferença entre aquele que conhece a Deus daquele que o desconhece.
A partir de sua conversão e contato com a Bíblia Sagrada, mamãe aprendeu que "Preciosa é à vista do Senhor a morte dos seus santos" (Sl. 116:15 – ARC). Nas horas seguintes, o seu comportamento surpreendeu a todos. Minha mãe sentiu a tristeza que acompanha tal acontecimento. No entanto, nenhuma intervenção médica se fez necessário.
Nessa noite, minha mãe dormiu calmamente, e serena continuou no dia seguinte. Sua rotina matinal permaneceu inalterada (leu a Bíblia Sagrada, cantou os hinos da Harpa Cristã, e fez o seu desjejum). Preferiu não ver o corpo sem vida de sua única irmã.
Ana e Antônia formavam uma dupla de idosas maravilhosas, e possuíam semelhanças dignas de observações. Ana, viúva, 88 anos, mulher formosa, de pele morena, cabelos cacheados já esbranquiçados, porém, de semblante mais fechado. Antônia, 81 anos, alegre, gentil, de pele clara, cabelos lisos e compridos, também esbranquiçados. Ambas, desde a mocidade serviam a Cristo e juntas firmaram a sua fé no mesmo Deus. Tiveram um considerável número de filhos (alguns com nomes idênticos). Ana e Antônia viam-se com certa frequência, mas de repente, foram separadas.
No dia 29 de Agosto, o corpo frio de Antônia foi sepultado. O espírito voltou a Deus que o deu. Antônia, que já era viúva há algum tempo, partiu para o Pai, deixando seus familiares mui saudosos de seu colo, de sua terna voz; saudosos de seu riso, alegria e companhia.
Ana segue seus dias cercada dos filhos e glorificando a Deus no seu lar. Ela não cessa de falar-lhes do amor de Cristo. Seu maior desejo é ainda vê-los confessando e servindo a Cristo como único Senhor e Salvador.
"E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos sentimentos em Cristo Jesus" (Fl 4.7, ARC). Essa paz foi revelada através da postura de minha mãe. A paz de Deus surpreendeu a todos que a cercavam. Trazer ao conhecimento de uma idosa de 88 anos e portadora de marcapasso uma notícia irremediável, poderia debilitar ainda mais o seu delicado estado de saúde. O nosso amado Jeová Jireh proveu a todos naquela tarde a dose de paz necessária.
O Espírito Santo continua a realizar com eficiência e perfeição o Seu lindo papel aqui na terra. Os dias têm passado, a saudade da doce mãe, irmã e tia Antônia é sentida, mas o consolo do Espírito Santo também. A nós o consolo, e ao Deus Trino, toda honra e glória, seja na alegria ou na nossa momentânea tristeza. Amém!...
Todos os anos eu revivo a emoção de ter ido a um dos hospitais da minha cidade para dar à luz e receber nos meus braços o meu bem mais precioso, o meu único filho. Todos os anos nesse dia, revejo as fotos da gravidez e do seu nascimento, falo com mais doçura e há catorze anos esse ritual se repete (filho nem vai à escola, só para revivermos o momento do seu nascimento, e fazermos desse dia uma lembrança sempre terna e especial).
Porém, na metade da manhã desse dia, os planos festivos foram alterados. Na minha residência havia alegria, contentamento e planejamento festivo. Na residência de um familiar próximo a mim, tristeza, desespero e pavor. Como é do seu feitio, a morte chegou repentinamente, e ceifou a vida de uma tia, única irmã de minha mãe. Diante do novo quadro, o dia todo retardamos comunicar à minha mãe a terrível notícia, e fizemos malabarismos. Obtivemos instruções médicas, as quais foram seguidas na íntegra, com o intuito de tornar a notícia menos drástica à vida frágil de minha mãe.
Cercada de alguns filhos, por volta das 17 horas e 30 minutos minha mãe recebe a fatídica notícia... E, para surpresa de todos, o que se viu foi uma idosa reagir de forma serena... O choro e as lágrimas foram inevitáveis, os questionamentos inerentes ao ocorrido, idem. Nas suas reações, porém, havia tranquilidade e resignação. Há 54 anos mamãe entregou sua vida a Cristo. Ao perder o seu único familiar ainda vivo (Antônia), mamãe ensinou a todos, através do seu comportamento e reações que há uma enorme diferença entre aquele que conhece a Deus daquele que o desconhece.
A partir de sua conversão e contato com a Bíblia Sagrada, mamãe aprendeu que "Preciosa é à vista do Senhor a morte dos seus santos" (Sl. 116:15 – ARC). Nas horas seguintes, o seu comportamento surpreendeu a todos. Minha mãe sentiu a tristeza que acompanha tal acontecimento. No entanto, nenhuma intervenção médica se fez necessário.
Nessa noite, minha mãe dormiu calmamente, e serena continuou no dia seguinte. Sua rotina matinal permaneceu inalterada (leu a Bíblia Sagrada, cantou os hinos da Harpa Cristã, e fez o seu desjejum). Preferiu não ver o corpo sem vida de sua única irmã.
Ana e Antônia formavam uma dupla de idosas maravilhosas, e possuíam semelhanças dignas de observações. Ana, viúva, 88 anos, mulher formosa, de pele morena, cabelos cacheados já esbranquiçados, porém, de semblante mais fechado. Antônia, 81 anos, alegre, gentil, de pele clara, cabelos lisos e compridos, também esbranquiçados. Ambas, desde a mocidade serviam a Cristo e juntas firmaram a sua fé no mesmo Deus. Tiveram um considerável número de filhos (alguns com nomes idênticos). Ana e Antônia viam-se com certa frequência, mas de repente, foram separadas.
No dia 29 de Agosto, o corpo frio de Antônia foi sepultado. O espírito voltou a Deus que o deu. Antônia, que já era viúva há algum tempo, partiu para o Pai, deixando seus familiares mui saudosos de seu colo, de sua terna voz; saudosos de seu riso, alegria e companhia.
Ana segue seus dias cercada dos filhos e glorificando a Deus no seu lar. Ela não cessa de falar-lhes do amor de Cristo. Seu maior desejo é ainda vê-los confessando e servindo a Cristo como único Senhor e Salvador.
"E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos sentimentos em Cristo Jesus" (Fl 4.7, ARC). Essa paz foi revelada através da postura de minha mãe. A paz de Deus surpreendeu a todos que a cercavam. Trazer ao conhecimento de uma idosa de 88 anos e portadora de marcapasso uma notícia irremediável, poderia debilitar ainda mais o seu delicado estado de saúde. O nosso amado Jeová Jireh proveu a todos naquela tarde a dose de paz necessária.
O Espírito Santo continua a realizar com eficiência e perfeição o Seu lindo papel aqui na terra. Os dias têm passado, a saudade da doce mãe, irmã e tia Antônia é sentida, mas o consolo do Espírito Santo também. A nós o consolo, e ao Deus Trino, toda honra e glória, seja na alegria ou na nossa momentânea tristeza. Amém!...
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dos seus autores e não representam a opinião da Editora ULTIMATO.
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