Oniciência de Deus II

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"Para onde ir longe do teu sopro?
Para onde fugir, longe da tua presença?
Se subo aos céus tu lá estás;
Se me deito no Xeol, aí te encontro."

"Se tomo as asas da alvorada para habitar nos limites do mar, mesmo lá é tua mão que me conduz, e tua mão direita me sustenta."

"Se eu dissesse: “Ao menos a treva me cubra, e a noite seja um cinto ao meu redor” – mesmo a treva não é treva para ti, tanto a noite como o dia iluminam."
Salmo 139: 7-12 (BJ)

Quando conversamos sobre os seis primeiros versículos deste Salmo, verificamos que o Salmista chegou a uma extasiante constatação que o deixou perplexo e atônito. Ele verificou que o Senhor o envolvia de tal forma que ele declara que aquela ciência, aquele conhecimento, aquela forma de agir ou aquela forma de proceder, era algo que o ultrapassava e ele não conseguia compreender. Ele vislumbra que jamais poderia alcançar as motivações daquele propósito e a grandeza e a profundidade que caracterizavam o envolver do Senhor.

Davi, autor deste Salmo, não está sozinho. Compreender este envolver do Senhor também é mistério para mim. Creio que nenhuma pessoa humana vai conseguir compreender, na sua integralidade, este envolver do Senhor, enquanto aqui na terra, pois como diz o apóstolo Paulo: “Agora vemos em espelho e de maneira confusa, mas, depois, veremos face a face. Agora o meu conhecimento é limitado, mas, depois, conhecerei como sou conhecido.”(I Coríntios 13:12 BJ).

Davi, no entanto, empreendeu uma grande tarefa. Conseguiu perceber a existência deste envolvimento, mesmo que não o tenha compreendido, e o traduziu para nós em uma linguagem acessível.

Graças a Deus pela vida de Davi, que conseguiu compreender esta grandeza misteriosa de Deus e coloca-la no papel. Hoje eu posso ler este Salmo e perceber um pouco melhor quem é este Deus criador, que permanece vigilante e alerta sobre sua criação, mantendo-a sobre sua guarda e cuidado.

Aleluia! Eu não estou largado neste mundo à minha própria sorte.

Pois bem. Dito o que foi dito, o Salmista começa a fazer algumas considerações para verificar a certeza dessa constatação. Ele começa a rebuscar em sua mente uma maneira de fugir da presença do Senhor.

“Para onde ir longe do teu sopro? Para onde fugir, longe da tua presença?” (Sl 139:7 BJ)

O salmista imagina o lugar mais alto que ele pode conceber. Para o judeu daquela época o limite era o céu. Ele verifica que se lá chegar o Senhor chega com ele.

Então ele cogita o lugar mais profundo que ele pode conceber. Este lugar é o Xeol, que é entendido como o lugar para onde os mortos vão. Por isto que a idéia dele é de se deitar. Não obstante, ele verifica que se para lá for, o Senhor estará com ele.

Então ele passa a cogitar o lugar mais longínquo imaginável, que para o judeu daquela época era o limite do mar. Pois bem. Lá também “é a tua mão que me conduz, e tua mão direita me sustenta.” (Sl. 139:10 BJ)

Então Davi apela para as trevas e propõe que um cinto de escuridão o cubra. Mas logo descobre que também este método é ineficaz, porque o dia e a noite são para Deus a mesma coisa.

Glória a Deus porque é impossível fugir da sua presença!

As conjecturas que Davi fez, pode escandalizar e trazer desconforto a muitas pessoas. Mas o fato é que Deus se agradou delas. Este é o nosso Deus! Um Deus que deseja se relacionar conosco de forma autêntica e verdadeira de parte a parte. Deus não se ofende com as nossas conjecturas. Nem se ofende com as nossas elucubrações mais estranhas, mesmo aquelas que nós lacramos como segredos absolutos. Deus deseja conversar conosco sobre os nossos segredos. O Senhor não se escandaliza conosco.

Tomemos então coragem para abrirmos a nossa alma para o Senhor.

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Opinião do leitor