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Palavra do leitor

Onde estava Deus no momento da tragédia?

Harold Kushner, rabino da sinagoga de Chicago, escreveu um livro intitulado "Quando Coisas Ruins Acontecem a Pessoas Boas" onde tenta devagar pelas experiências que a raça humana tem tido com o mal e ele mesmo em particular que perdeu um filho aos nove anos de idade doente de progéria, uma doença genética incurável que acelera o envelhecimento e que diminui a expectativa de vida para apenas doze anos. A pergunta do rabino é "onde está Deus quando sofremos?", que sem dúvida poderia ser o titulo do livro.

Dentro dessa angústia terrível que todos sentimos e dessa dor que compartilhamos com os mais afetados por essa tragédia, também fazemos essa pergunta: onde estava Deus? Kushner, em sua experiência do dor chega a uma conclusão polêmica: Deus existe, é bom, mas de forma nenhuma pode ser todo-poderoso, para ele é mais aceitável crer num Deus que é bom, mas incapaz de fazer tudo do que o contrário.

Respeito sua conclusão, mas discordo, prefiro Moltmann que em sua teologia diz que Deus é sempre Deus trino e também que Deus é sempre Deus encarnado, assim a encarnação de Jesus não seria compreendida somente a partir do seu nascimento, mas também a partir de sua paixão: “A cruz é onde a encarnação do Logos é completa”, ou seja, a experiência de sofrimento e morte é também trinitária... Jesus na cruz é Deus que sofre, é Deus abandonado por Deus, é Deus que participa – não somente da carne humana pelo nascimento –, mas também Deus que participa do destino e do drama da humanidade. O teólogo Edson Fernando que escreveu um excelente livro sobre a obra de Moltmann observa: “Para Moltmann, Deus é amor, ou seja, entrega, ou seja, Deus existe por nós na cruz”.

Voltando à escola, uma série de fatores envolve a tragédia. A primeira é a doença ainda por ser descoberta no assassino, alguns especulam uma esquizofrenia não percebida pela família que se converteu num surto psicótico, já que o raciocínio estava bem estruturado, mas com os conteúdos de seu pensamento corrompidos. Nesse caso é um ato de doença, uma fatalidade.

Temos que ter em mente que para a tragédia acontecer não foi necessário somente uma pessoa surtada, mas também as armas do crime. E agora perguntaríamos: por que uma pessoa com problemas mentais estava com uma – na verdade duas – arma na mão? A polícia já localizou as pessoas que lhe venderam uma das armas, R$ 250,00.

Na verdade o assassino só cometeu a tragédia porque tinha os elementos necessários: o surto psicótico e um comércio de armas clandestino. Infelizmente as armas ainda são vistas como um mal no Brasil, mas como instrumentos de defesa. A maioria das armas que estão clandestinas nas ruas já foram legalizadas, mas roubadas de seus proprietários, porque o ladrão, quando entra numa casa é elemento surpresa e quando entra numa casa onde há arma, além de roubar tudo que tinha que roubar ainda leva a arma. Enquanto tivermos armas nas ruas teremos psicopatas e psicóticos que a usem. Para isso são necessárias duas coisas: a conscientização da população de bem que adquire armas, mas também do governo, porque pouco se fala sobre o tráfico de armas e de combate a ele.

Para mim a pergunta por Deus pode ser respondida pelo sofrimento de Deus. Que apesar de sofrermos, Deus sofre a nossa dor, participa dela e se, não nos livra dessa dor, ao menos caminha conosco por esse vale tenebroso, onde muitas das vezes nem sequer podemos vê-lo, mas sabemos que está aí, com sua vara e seu cajado consolando-nos, mas toda essa dor tem que também servir de adubo. Que esse trágico evento nos ensine que o caminho para a paz não é o comércio legal ou ilegal de armas, mas o caminho é afastar-se – e também afastar de nossa sociedade – tudo que possa causar morte, dor, violência. O caminho da paz não é outro senão a paz e nunca a teremos senão pela própria paz.

* Texto completo no meu blog.
Rio - RJ
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