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Palavra do leitor

Obras ou apenas fé?

Para o Catolicismo Romano, o livro bíblico de Tiago comprova a necessidade das boas obras. Será que é assim?

A epístola de Tiago, o (meio) irmão de Jesus, servo de Deus e do Senhor Jesus Cristo (Tg 1.1), se preocupa tão somente com os aspectos práticos da conduta cristã direcionando os seus leitores para uma vida piedosa e mostrando como a fé opera na vida cotidiana. Assim, no verso: "Meus irmãos, qual é o proveito, se alguém disser que tem fé, mas não tiver obras? Pode, acaso, semelhante fé salvá-lo?" (Tg 2.14), Tiago não contradiz os ensinos da justificação pela fé, do apóstolo Paulo, apenas questiona a autenticidade de uma fé não operante, que não é acompanhada de obras. A fé que, por si só, é suficiente para a salvação, é a fé "viva", ou seja, que é seguida de obras, de forma desinteressada, pois, para Tiago, "... a fé, se não tiver obras, por si só está morta" (Tg 3.17). A fé viva, pois, tende a produzir boas obras. Estas são frutos da fé autêntica, pura. A crença dos demônios em Deus (Tg 2.18), ao contrário, é morta, porque não produz boas obras. É possível, ainda, que uma pessoa sem uma fé genuína possa, eventualmente, produzir boas obras, mas isso não é o lugar-comum pois "no coração do ímpio há perversidade, todo o tempo maquina o mal" (Pv 6.14).

"Não foi por obras que o nosso pai Abraão foi justificado, quando ofereceu sobre o altar o próprio filho Isaque?" (Tg 2.21). Neste outro verso, Tiago quis dizer que Abraão demonstrou a realidade da sua fé através de seu grande ato, mesmo porque Deus já havia declarado Abraão não culpado muito tempo antes: "Ele creu no Senhor, e isso lhe foi imputado para justiça" (Gn 15.6). Observa-se que a Bíblia fala apenas que ele creu. Em relação a este patriarca, o apóstolo Paulo explicou: "Porque se Abraão foi justificado por obras, tem de que se gloriar, porém não diante de Deus" (Rm 4.2), pois "...ao que trabalha, o salário não é considerado como favor e, sim, como dívida" (Rm 4.3). Tiago ainda esclareceu, no caso de Abraão, que "...foi pelas obras que a fé se consumou" (Tg 2.22), isto é, que a fé se completou. Portanto, com o verso "Verificais que uma pessoa é justificada por obras, e não por fé somente" (Tg 2.24), como resposta ao verso 14, o primeiro mencionado acima, Tiago indicou que a fé produtiva está relacionada à salvação pois ela representa a fé verdadeira. Dessa forma, fé e obras poderiam ser comparadas a um "bilhete de passagem para o céu" composto de duas partes. A parte das obras diz: "simples comprovante" - sozinha não é válida como passagem; a parte da fé assevera: "autenticada pela outra parte — as obras". Assim, as obras, por si só, não são suficientes para a salvação: "...o homem não é justificado por obras da lei, e, sim, mediante a fé em Cristo Jesus, "...por obras da lei ninguém será justificado" (Gl 2.16). As boas obras não são meritórias, não são meios de salvação.

Mas as obras testificam a fé. Tiago procurou mostrar como podemos ser justificados diante dos homens: "... te mostrarei a minha fé pelas minhas obras" (Tg 2.18). A justificação diante de Deus, porém, é somente mediante a fé, recebida por meio da fé, fé esta que desabrocha mais facilmente em boas obras. Tiago combateu o ensino de que não importa qual seja a conduta da pessoa, uma vez que creia. Se a fé é suficiente para nos justificar, então, uma vez salvos, não podemos viver, doravante, sem buscarmos, desinteressadamente, praticar as obras da lei. 

As boas obras, portanto, não são suficientes para obter o perdão dos pecados que já cometemos. O perdão de pecados é dado pela fé em Jesus como nosso Salvador, pelo nosso arrependimento e batismo (Lc 3.3, At 2.38, At 10.43, etc.). Assim, quando violamos um só dos mandamentos de Deus somos culpados de todos (Tg 2.10). Uma única violação da lei dada por Deus põe o transgressor numa posição diametralmente oposta diante de Deus, a do pecador diante do Santo. Se este transgressor conseguir cumprir perfeitamente a lei daí para a frente, não poderá compensar pela violação passada. Também não há recompensa extra pela observância da lei, já que é essa observância o que a própria lei demanda. 

Convém lembrar, ainda, que o profeta Isaías falou que todas as nossas justiças são como trapo da imundícia e as nossas iniqüidades como um vento nos arrebatam (Is 64.6). Assim, só a misericórdia divina e não as nossas obras de justiças nos salvam: "Não por obras de justiças praticadas por nós, mas segundo a sua misericórdia, ele nos salvou" (Tt 3.5).

"Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus, não de obras, para que ninguém se glorie. Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas" (Ef 2.8-10). 

Assim, "se é pela graça (que somos salvos), já não é mais pelas obras; se fosse, a graça já não seria graça" (Rm 11.6). 

www.geocities.com/raul_fritz_br
Fortaleza - CE
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