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Palavra do leitor

O Jesus de cada um (II)

Eu preciso também admitir que muitas vezes confesso um Jesus idolatrado, desfigurado, amputado. Isso porque tenho meus próprios interesses, medos, insegurança e limitações que ofuscam o Jesus crucificado. O Jesus que negocia com Judas se desvia da cruz. Ele não está imbuído de um propósito maior. Ele prefere ouvir a homens do que a Deus: "Nunca Senhor, isso nunca te acontecerá!" (Mateus 16.22). Facilmente nos escondemos atrás de um Jesus criado á nossa imagem e semelhança para nos justificarmos de nossas mazelas e motivações mais sombrias. Assim como Lula, muitas vezes também prefiro o Jesus que se alia com Judas a ter que seguir o caminho da cruz. O Jesus brasileiro, da malandragem, que não quer 'pagar de otário'. E, vamos nós nos tornando cada vez mais parecidos com aquilo que idolatramos (Salmo 115. 8). Na política, nos negócios, nas igrejas, encontramos muito mais fariseus do que cristãos humildes e dispostos a reconhecer o seu pecado. Não há confissão, pois não há arrependimento. Ninguém mais admite que há algo do que se envergonhar. O Jesus pós-moderno é o Jesus de cada um, feito daquilo que valorizamos: tem boca , mas não fala; ouvidos, mas não ouve; olhos, mas não vê; mãos, mas não apalpa; pés, mas não anda; nenhum som sai de sua garganta (Salmo 115).

E, assim é o povo brasileiro, inclusive a maior parte dos cristãos. São a imagem daquilo que idolatram: mudos, surdos, cegos, paralisados, atrofiados... Sal sem sabor, luz escondida sob as abóbodas das bacias-templo. Infelizmente, algo natural em tempos onde "quem determina o produto da firma são os especialistas em marketing, ao descobrirem o que irá vender, o que o público irá comprar" (Stott). Vivemos o tempo dos produtos personalizados. E, o cliente tem sempre razão. Qual é o Jesus que serve para você? O Jesus bíblico, descalço, empoeirado, que tocava em leprosos e que repreendeu os próprios discípulos para seguir suas convicções, esse não 'vende'. O Jesus que prefere ser traído e morto em vez de dividir 30 moedas, esse não cabe nos nossos padrões de vida. O Jesus do advento e do natal que se aproxima, como seria recebido se nascesse entre os cães sarnentos, as crianças com piolhos, os desempregados e bêbados de nossas periferias?

Jesus sabe bem lidar com as oportunidades de aliança e a tentação do poder (Mateus 4). Ser cristão é seguir a Cristo e, isso exige humildade e conversão diária. Precisamos discernir entre forma e conteúdo, o essencial e o periférico. Finalizo com quem iniciei o texto. Nas palavras de John Stott: "O desafio que temos diante de nós é o de apresentar Jesus à nossa geração de tal forma que seja, ao mesmo tempo, histórico e contemporâneo, autentico e atrativo, novo no sentido de recente (neos), mas não novo no sentido de ser uma novidade (kainos)". Quem é Jesus Cristo de fato para nós hoje? O Jesus que se alia com Judas, ou o Jesus que ousa manter a integridade nem que para isso precise repreender duramente um discípulo e amigo muito chegado (Mateus 16. 23)?
Curitiba - PR
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