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Palavra do leitor

O equilibrista

Na corda bamba da vida, implanta-se em mim um estado de grave desequilíbrio. Tenho certeza da inevitável queda. Não a queda direto à boca da serpente chamada tentação, mas a que se precipita a um vulcão com lavas de agonia e dor profunda. Muitos são os momentos da nossa caminhada que somos lambidos traiçoeiramente por essas chamas.Em algumas ocasiões, o sofrimento é o hálito do inferno querendo nos devorar.

Percebo que não existe nada onde possa segurar-me. Desespero-me. Entre o agora e a iminente ruína, frações de um tempo. Entre o início e o final da corda, minha vida. Este não é o melhor momento para tentar elucubrar as causas da penetrante angústia em mim cravadas, pois não há possibilidade de um justo julgamento. As emoções são nevoeiro que nos impedem de olhar ao nosso redor e ver como realmente é. Não há cena pior: Uma corda. Um nevoeiro. Eu neles. A vida seria um filme sem sentido se tudo acabasse nessa cena.

Olho ao redor. Milhares de equilibristas em suas cordas. Alguns mais próximos do fim. Vejo muitos caindo e poucos prosseguindo. Não há mais tempo. Percebo que a corda está amarrada a um jardim, de onde eu nunca deveria ter saído e termina em uma surpreendente cidade. Tenho a impressão de que sempre senti saudades dela. Um lugar que continuamente busquei sem nunca saber. Estou voltando ao lar. O equilibrista constrói sua vida na eternidade em cada passo e decisão no presente. Futuro e presente fundem-se.

Um indescritível conforto envolve-me quando percebo que quem segura a corda na cidade é o Filho do Eterno. Nada foge ao seu controle. Percebo-o atento e vigilante. Segura a corda como se segurasse a sua vida em mim. Um trovão ressoa, colocando ordem no Universo, quando Ele grita pelo meu nome. Não sei mensurar qual a distância que me separa Dele. Melhor fixar-me em seus olhos, de onde emergem toda a segurança e força necessária para prosseguir. Os seus olhos refletem a saudade de quando caminhávamos no Jardim.

Uma corrente de ar é soprada a partir da metrópole celestial em minha direção. Envolve-me com calor e rigidez. O Príncipe da Paz firma a corda. Meu frágil equilíbrio é reordenado. Ele sorri. Eu retribuo. O que era desespero transforma-se em esperança e alegria. Talvez, mais a frente, a corda possa balançar,  contudo sei que Ele restaura os meus passos. E se quiserem derrubar-me a sofrimento mortal, não há problema, anseio a hora de voar.
Brasília - DF
Textos publicados: 13 [ver]
Site: http://twitter.com/nabarretewnj

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