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Palavra do leitor

O cristão pode meditar?

Hoje é muito comum ouvirmos falar dos benefícios da meditação ou daquilo que estão chamando de mindfulness ou atenção plena. A meditação consiste em sentar-se confortavelmente e respirar profundamente, expirando lentamente à medida que se pronuncia uma palavra curta, de duas sílabas, por exemplo.

Eu aprendi a meditar em duas ocasiões e de formas diferentes. Aprendi-o numa das salas utilizadas na Faculdade São Bento que fica ao lado do Mosteiro de São Bento, em São Paulo. E, aprendi-o também num ashram vaishnava (hindu), também em São Paulo. Mas para nosso objetivo aqui, que é falar sobre meditação para cristãos, ater-me-ei apenas ao que aprendi da minha tradição.

Lembro-me de entrar na sala da faculdade e após um breve exercício de relaxamento e alongamento, sentarmo-nos todos, cada qual em seu lugar e, após inspirar profundamente soltávamos o ar devagar pronunciando a palavra "ma-ra-na-ta", que quer dizer "ora vem Senhor Jesus".

Entretanto, alguns dirão que o cristão não pode meditar, pois a meditação é uma prática das religiões orientais, e especialmente, do budismo. Mas como podemos perceber, a prática da meditação existiu e existe também na tradição cristã.

A meditação ou oração centrante tal como é mais conhecida, tem sua entrada no cristianismo a partir do século 11 com os chamados Padres do Deserto. Os Padres do Deserto, cansados das elaborações mirabolantes e por vezes enfadonhas dos grandes teólogos e acadêmicos, decidiram ir para o deserto meditar (ou orar, para usar nosso jargão). Eles queriam encontrar Deus e unir-se à Ele. Julgavam, porém, que isto não era possível lendo os argumentos de Pedro Abelardo, Guilherme de Ockham ou a Suma Teológica de São Tomás de Aquino. Julgavam que por mais elaborados que fossem os argumentos e silogismos acerca de Deus e Seus atributos, ainda assim, eles estariam sempre aquém daquilo que Deus realmente é.

Imagine por exemplo um astro do rock. Você tem um amigo que jamais ouviu suas canções ou mesmo viu seu jeito de dançar ou suas feições. Então você explica para o seu amigo como é maravilhoso o seu ídolo do rock, como canta e dança, e como é boa pinta. Você até escreve um pequeno texto e desenha o seu astro preferido. Todavia, seu amigo jamais irá conhecê-lo a menos que vá a um show e ele mesmo tenha uma experiência com seu astro. É isto o que acontece quando tentam nos falar sobre Deus. Podemos ouvir até mesmo as explicações de um grande teólogo como Pedro Abelardo, Agostinho ou Tomás de Aquino, mas jamais compreenderemos Deus a menos que tenhamos uma experiência pessoal com Ele (da mesma maneira que seu amigo num show do astro do rock).

E é justamente isto que queriam ensinar os Padres do Deserto: "chega! Os grandes teólogos falam muito bonito e explicam quem é Deus e quais são Seus atributos, mas nós só O compreenderemos quando tivermos uma experiência com Ele. Então vamos com entusiasmo (!), vamos experimentá-lO aonde Ele está: no silêncio de nossas almas, na quietude interior – no interior do interior. Em nosso eu mais profundo – nossa alma. E, qual o melhor lugar para fazermos este mergulho? No deserto! Vamos para o deserto mergulhar em nós e encontrar Deus ali.

Agora, para meditar em Deus não utilizaremos silogismos, argumentos, nem muitas palavras. Ficaremos sentados em silêncio, inspirando profunda e lentamente e, ao expirar, pronunciaremos uma palavra curta como "Je-sus" ou "ma-ra-na-ta". Esta é uma técnica de oração centrante (ou contemplativa), que serve para acalmar a mente das agitações do cotidiano por um lado, e aproximarmo-nos do Senhor, por outro.
Mas arguir-me-ão: "isto não tem fundamento nas Escrituras!". Ora, tem sim! Grandes místicos utilizaram o episódio narrado no Evangelho de Lucas 10:38-42 para abordar a meditação cristã. Dentre eles mencionamos alguns: Mestre Eckhart em seu oitavo sermão; Santa Teresa de Jesus num dos capítulos finais de Castelo Interior, e o cartuxo anônimo autor de A Nuvem do Não-Saber.

Em Lucas 10:38-42 o evangelista diz que Jesus, passando pela cidadezinha de Betânia, entrou na casa de Marta. Enquanto ela estava ocupada em preparar-lhe a refeição e aprontar a casa, Maria – sua irmã – sentou-se tranquilamente para ouvi-lo. Os místicos e Padres do Deserto interpretaram este episódio dizendo que embora Marta tivesse criticado duramente Maria, foi ela quem escolheu a parte boa. Marta passou então, para a tradição cristã representando àqueles que optam por uma vida mais ativa, cheias de ocupações e obras de caridade, e Maria, àqueles que optam por uma vida mais contemplativa – uma vida de oração, quietude e meditação.

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São Paulo - SP
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