O cristão e a superstição

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A fim de garantir sua sobrevivência, o ser humano buscou entender o funcionamento das coisas para que pudesse usá-las da melhor forma. Através de conclusões baseadas na experiência, constituiu-se o que hoje chamamos de conhecimento empírico, também conhecido como conhecimento popular ou senso comum.

Um agricultor, por exemplo, mesmo sem qualquer tipo de educação formal, sabe quando, o quê e onde plantar. Isso acontece porque nós aprendemos de forma empírica, ou seja, através da experiência. A criança só aprende que encostar na panela quente pode machucar ao encostar na panela quente.
Pela simples observação de que o sol nasce de um lado da Terra e se põe do outro, deduziu-se que ele girava em torno da Terra. Essa compreensão foi aceita por séculos, já que o conhecimento empírico é passado de geração para geração sem qualquer tipo de comprovação científica.

Além disso, o conhecimento popular varia de acordo com a cultura. Um exemplo disso é o fato de que, na sociedade ocidental, as mulheres têm ganhado voz, mesmo que lentamente, enquanto em diversas culturas do orientes são proibidas de fazer qualquer coisa sem a permissão dos maridos. A verdade aparente do senso comum reduz a vontade de verificá-la, o que torna suas explicações mais cômodas. É essa falta de verificação que o diferencia do conhecimento científico.

O ser humano tem a necessidade de explicar. E foi da necessidade de explicar a origem da vida e os fenômenos da natureza que surgiram os mitos antigos.
Diversas crenças contam, por exemplo, sobre um deus (ou entidade) do raio e do trovão, seja ele Júpiter ou Zeus (gregos e romanos), Azacca (vodu), Tupã (tupi-guarani), Tin (etruscos), Taranis (celtas), Xangô (yorubá), Adad (babilônios), Thor (nórdicos) e Raijin (japoneses).

Podemos, então, definir crença como uma narrativa que busca explicar algum fenômeno. Quando temos uma crença tem por objetivo alterar, impedir ou provocar um fenômeno que está logicamente fora do nosso controle, estamos sendo supersticiosos.
Grande parte das crenças, antigas e novas, utilizam de objetos e símbolos como amuletos. Pé de coelho, galho de arruda, ferradura de cavalo. Há até quem acredite que deixar a Bíblia aberta em Salmos 91 trará proteção ao seu lar ou que exibir uma cruz afaste os maus espíritos.

Jesus é bem claro quando diz que tudo o que pedirmos em Seu nome, Ele fará. Não faz sentido buscarmos proteção em amuletos e truques. Como disse o salmista, nenhum mal nos sucederá, pois o Senhor é nosso refúgio.

Uma superstição bem comum, até mesmo entre os cristãos, é a leitura de horóscopo, cuja crença básica é que a posição relativa de estrelas e planetas podem definir a personalidade e prever acontecimentos na vida das pessoas. Nós, seres humanos, temos dificuldade para assumir que algo está fora do nosso controle. Saber o que acontecerá no futuro nos daria uma vantagem sobre as adversidades e é isso que alimenta crenças como a Astrologia. Porém, Jesus nos ensina que "o dia de amanhã cuidará de si mesmo", não cabendo a nós ficarmos inquietos por causa do futuro.

Quando temos um relacionamento com Deus, passamos a ter certeza de quem somos, além de entender o que somos para Ele. O cristão que lê horóscopos está, provavelmente, sendo afetado pela incerteza, sem identidade, não sabe quem é. Assim, a crença na Astrologia é uma consequência da falta de um relacionamento com o Pai.


REFERÊNCIAS
LAVILLE, C.; DIONNE, J. A construção do saber: manual de metodologia da pesquisa em ciências humanas. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2009.
ORIGEM da vida: como as diferentes mitologias a explicam. Hipercultura. Disponível em: https://www.hipercultura.com/origem-da-vida-na-mitologia. Acesso em: 22 de agosto de 2019.
CARVALHO, Jorge. Superstição Cristã. Ultimato, 2011. Disponível em: https://www.ultimato.com.br/comunidade-conteudo/supersticao-crista. Acesso em: 22 de agosto de 2019.
SUPERSTIÇÃO e crendices - Você acredita? Gospel+, 2010. Disponível em: https://estudos.gospelmais.com.br/supersticao-e-crendices-%E2%80%93-voce-acredita-nisso.html. Acesso em: 22 de agosto de 2019.
CONHECIMENTO empírico. Blog do Software Avaliação, 2019. Disponível em: https://blog.softwareavaliacao.com.br/conhecimento-empirico. Acesso em: 23 de agosto de 2019.

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Opinião do leitor