Palavra do leitor
19 de julho de 2011- Visualizações: 1067
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Nova, de novo (parte 1)
Eu não sabia como havia chegado no jardim, mas, de repente, eu estava ali.
Conseguia me lembrar do local, de algum outro tempo qualquer do passado, mas não sabia dizer, exatamente, quando havia acontecido a minha visita a este lugar.
Comecei a caminhar, e reparei que era final de tarde, pois o sol estava a se esconder por entre as árvores, os pássaros a se recolherem para suas casas, e alguns animais selvagens, que, ao me verem passar, apenas bocejavam, cansados de suas tarefas diárias.
Seguia eu, contemplando a beleza do local, quando ouvi alguém chamando o meu nome.
Olhei para trás, e, ao ver o meu Deus, sorri. Ele respondeu-me sorrindo de volta, e fazendo um sinal com a mão para que eu o acompanhasse em caminhada.
Andamos, então, em silêncio por um bom tempo. Eu estava assim, a desfrutar sua presença, quando ele parou de caminhar, e me perguntou: “Você confia em mim?”. Automaticamente respondi: “Claro que sim!”, pensando quão tola seria se eu tivesse dito qualquer outra coisa.
Pausadamente, ele me disse: “Então me entregue tudo o que você tem”.
Respondi, sem muito entender o que me estava sendo pedido: “Pai, aqui, nesse lugar, tudo é seu, certo?”. Ele me respondeu, olhando para o caminho pelo qual tínhamos recém caminhado: “Isso não me quer dizer muito... Tudo aqui pode ser meu, contudo, eu ainda quero que você entregue o seu tudo para mim”.
Fiquei em silêncio, atordoada, prestando atenção em tudo ao meu redor. Olhei para o meu corpo, e vendo minhas roupas velhas, pensei que essas eram as únicas “coisas” que eu tinha comigo.
Ele ouviu os meus pensamentos e disse: “Isso mesmo”.
Eu respondi baixinho: “Mas Deus, vou ficar nua na sua frente?”.
Ele sorriu de leve, e disse: “Não faz mal... Isso foi planejado para ser dessa forma...”. Abaixei meus olhos, tirei minhas roupas, e as entreguei a ele, ainda sem levantar a cabeça. Honestamente, não era minha nudez que me incomodava, mas o fato de ele estar vendo todos os meus defeitos, aqueles que, até então, eu sempre conseguira esconder com sucesso.
Assim, olhando para baixo, percebi que eu ainda tinha alguma coisa. Era um anel de ouro, pequeno, que, embora eu quase nunca lembrasse de estar usando, sempre carregava comigo em minha mão esquerda. Ele me servia como amuleto, e era o meu último bem.
Vi que ele tinha se abaixado para colocar minhas roupas no chão, e, com a mão direita, cobri o anel. Imediatamente, a sua voz interrompeu meus pensamentos e disse: “Isso também”. Olhei para cima, assustada. Ele ainda conservava aquele mesmo sorriso fácil, que me fez sentir constrangia ao dizer: “Mas... precisa mesmo?”.
Ele acenou que sim com a cabeça, e estendeu o braço. Eu fiquei ali, olhando para a minha mão que encobria o anel. Naquela hora, não havia mais nada a esconder. Nenhum pensamento lhe escapava, nenhum defeito poderia ser escondido. Havia algo que eu não estava disposta a entregar-lhe, e ele percebia claramente minha relutância.
Ainda assim, perguntei, num suspiro: “Você vai me amar menos se eu não lhe der meu anel?”. Com um olhar muito simples, e com a mão ainda estendida, ele disse “Eu não. Meu amor nunca mudará. Contudo, você vai me amar menos se não me entregá-lo”.
De repente, eu entendi. Entendi que, embora eu não quisesse viver sem o meu bem precioso, não estava disposta a viver sem meu Pai. Não queria, e nem podia deixar de amá-lo.
Meu coração doía e batia forte no meu peito. Pensei em como seria estar sem o meu doce amuleto. Recordei-me de vários momentos em que o havia utilizado. Entretanto, meu pensamento voltou-se para o meu Deus, e, mesmo sentindo a dor em meu peito só aumentar, eu encontrei em mim coragem suficiente para desfazer-me dele...
(continua)
Conseguia me lembrar do local, de algum outro tempo qualquer do passado, mas não sabia dizer, exatamente, quando havia acontecido a minha visita a este lugar.
Comecei a caminhar, e reparei que era final de tarde, pois o sol estava a se esconder por entre as árvores, os pássaros a se recolherem para suas casas, e alguns animais selvagens, que, ao me verem passar, apenas bocejavam, cansados de suas tarefas diárias.
Seguia eu, contemplando a beleza do local, quando ouvi alguém chamando o meu nome.
Olhei para trás, e, ao ver o meu Deus, sorri. Ele respondeu-me sorrindo de volta, e fazendo um sinal com a mão para que eu o acompanhasse em caminhada.
Andamos, então, em silêncio por um bom tempo. Eu estava assim, a desfrutar sua presença, quando ele parou de caminhar, e me perguntou: “Você confia em mim?”. Automaticamente respondi: “Claro que sim!”, pensando quão tola seria se eu tivesse dito qualquer outra coisa.
Pausadamente, ele me disse: “Então me entregue tudo o que você tem”.
Respondi, sem muito entender o que me estava sendo pedido: “Pai, aqui, nesse lugar, tudo é seu, certo?”. Ele me respondeu, olhando para o caminho pelo qual tínhamos recém caminhado: “Isso não me quer dizer muito... Tudo aqui pode ser meu, contudo, eu ainda quero que você entregue o seu tudo para mim”.
Fiquei em silêncio, atordoada, prestando atenção em tudo ao meu redor. Olhei para o meu corpo, e vendo minhas roupas velhas, pensei que essas eram as únicas “coisas” que eu tinha comigo.
Ele ouviu os meus pensamentos e disse: “Isso mesmo”.
Eu respondi baixinho: “Mas Deus, vou ficar nua na sua frente?”.
Ele sorriu de leve, e disse: “Não faz mal... Isso foi planejado para ser dessa forma...”. Abaixei meus olhos, tirei minhas roupas, e as entreguei a ele, ainda sem levantar a cabeça. Honestamente, não era minha nudez que me incomodava, mas o fato de ele estar vendo todos os meus defeitos, aqueles que, até então, eu sempre conseguira esconder com sucesso.
Assim, olhando para baixo, percebi que eu ainda tinha alguma coisa. Era um anel de ouro, pequeno, que, embora eu quase nunca lembrasse de estar usando, sempre carregava comigo em minha mão esquerda. Ele me servia como amuleto, e era o meu último bem.
Vi que ele tinha se abaixado para colocar minhas roupas no chão, e, com a mão direita, cobri o anel. Imediatamente, a sua voz interrompeu meus pensamentos e disse: “Isso também”. Olhei para cima, assustada. Ele ainda conservava aquele mesmo sorriso fácil, que me fez sentir constrangia ao dizer: “Mas... precisa mesmo?”.
Ele acenou que sim com a cabeça, e estendeu o braço. Eu fiquei ali, olhando para a minha mão que encobria o anel. Naquela hora, não havia mais nada a esconder. Nenhum pensamento lhe escapava, nenhum defeito poderia ser escondido. Havia algo que eu não estava disposta a entregar-lhe, e ele percebia claramente minha relutância.
Ainda assim, perguntei, num suspiro: “Você vai me amar menos se eu não lhe der meu anel?”. Com um olhar muito simples, e com a mão ainda estendida, ele disse “Eu não. Meu amor nunca mudará. Contudo, você vai me amar menos se não me entregá-lo”.
De repente, eu entendi. Entendi que, embora eu não quisesse viver sem o meu bem precioso, não estava disposta a viver sem meu Pai. Não queria, e nem podia deixar de amá-lo.
Meu coração doía e batia forte no meu peito. Pensei em como seria estar sem o meu doce amuleto. Recordei-me de vários momentos em que o havia utilizado. Entretanto, meu pensamento voltou-se para o meu Deus, e, mesmo sentindo a dor em meu peito só aumentar, eu encontrei em mim coragem suficiente para desfazer-me dele...
(continua)
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