Palavra do leitor
05 de março de 2014- Visualizações: 3889
comente!- +A
- -A
-
compartilhar
Nietzsche, profetas de Baal e neopentecostalismo
Nietzsche
Friedrich Wilhelm Nietzsche nasceu a 15 de outubro de 1844 em Röcken, localidade próxima a Leipzig. Karl Ludwig, seu pai, pessoa culta e delicada, e seus dois avôs eram pastores protestantes; o próprio Nietzsche pensou em seguir a mesma carreira. Em 1858, Nietzsche iniciou seus estudos como bolsista na então famosa escola de Pforta.
As leituras em Schiller, Hölderlin e Byron, juntamente com a influência de alguns de seus professores, estavam transformando aquele rapaz que antes era conhecido como “pequeno pastor”, nos tempos de escola infantil, num homem a se afastar continuamente do cristianismo. Mais tarde, Nietzsche foi atraído também pelo ateísmo de Schopenhauer e também pela música de Richard Wagner, que veio a se tornar seu amigo pessoal.
Para Nietzsche, a ideia de um Deus que interfere na vida de seu povo soava deveras absurda, já que o mundo nunca foi poupado das piores desgraças, e tendo ele próprio vivenciado várias delas, algumas em sua própria vida (como por exemplo, o seus constantes problemas de saúde, que o obrigaram a deixar de lecionar em 1879, culminando em sua morte, no ano de 1900, após uma crise de loucura que durara 11 anos).
Para Nietzsche Deus havia morrido, e a insistência na crença nele era algo que beirava a bestialidade. Para o amargo Nietzsche, o lugar de Deus era preenchido pelo ideal do “super-homem”, ou seja, àquele que tem em si mesmo as respostas necessárias à vida. "Para mim o ateísmo não é nem uma conseqüência, nem mesmo um fato novo: existe comigo por instinto" (Ecce Homo, pt.II, af.1).
Os profetas de Baal
A história dos “profetas de Baal” se dá na época de Elias. Elias estava entre os maiores profetas bíblicos. Quando a nação de Israel mergulhou em sua mais profunda degradação, ele foi o instrumento de Deus para desafiar o povo inconstante a retornar. Sua tarefa foi hercúlea! Seus inimigos eram poderosos. O povo era ignorante e vacilante. No meio da terrível confusão religiosa do reinado de Acabe, Elias tentou realizar um renascimento espiritual muito necessário. Baal (em hebraico בַּעַל) é uma palavra semítica que significa "Senhor". Na realidade, era uma divindade adorada pelos povos daquela região, e que, em meio à idolatria do povo hebreu sob o reinado de Acabe, se infiltrou no meio das crenças hebréias, tornando a religião e os costumes do povo bastante sincréticas e miscigenadas.
Para os seguidores de Baal, o mesmo não se caracterizava como um Deus único, como pleiteava Elias a Javé. Baal era deus da chuva, do trovão e da fertilidade do solo. Nada mais conveniente para um povo que vivia da agricultura. Para os cananeus, a chuva era o sêmen de Baal caindo sobre a terra, tornando-a fértil, como um homem torna fértil uma mulher com o seu sêmen. Para os cananeus, Baal era o senhor do tempo; ele fazia chover, trovejar ou fazer sol. Ele era adorado principalmente nos montes, ou lugares altos. Mas podia também ser adorado em qualquer lugar que tivesse um Astarote (um pedaço de tronco fincado na terra, igual a um totem). Isso porque a esposa de Baal, Astarote, era simbolizada por qualquer tipo de pedaço de árvore ou planta. Convém lembrar que Jezabel, a terrível perseguidora de profetas e esposa do também terrível rei Acabe, era adoradora de Astarote.
O neopentecostalismo
No Neopentecostalismo, vemos um Jesus que visa “abençoar” o seu povo de forma primariamente material. O Jesus do Neo-pentecostalismo é, diferente do que nos afirma as Escrituras, um ser proletário e submisso, que dependendo de como se “determina ou rejeita” alguma coisa, age conforme às ordens de simples mortais como nós. O neopentecostalismo importou muita coisa da psicologia de Jung e Freud: acreditam em memória intra-uterina e desculpam os pecados das pessoas ensinando-lhes que o comportamento delas é culpa de seus pais, do ambiente, de abusos, e assim como John Locke, desprezam o “tecer” do Deus que assombrosamente formaste o nosso interior (Sl 139.13-16), comparando-nos com uma folha em branco, pronta para ser tingida pelas meras circunstâncias da vida e só. O deus neo-pentecostal não é o Deus Bíblico; o Todo Poderoso, pois, pode ser manipulado, instigado ou desencorajado de agir conforme agimos aqui na terra. O deus neo-pentecostal não é o Deus de Jó, que não têm seus planos frustrados, mas sim, que age somente quando nós aqui, “grandes personalidades”, determinamos, tomamos posse e mais um sem número de esquisitices presentes em nossos dias.
Diante dessas três perspectivas à respeito da divindade, quase podemos fundi-las em uma só. Tanto Nietzsche, quanto os profetas de Baal e o movimento neopentecostal creem em algo inexistente. Para Nietzsche, Deus já nos havia deixado há tempos, a ponto de podermos considerá-lo morto. No caso dos profetas, eles adoravam uma divindade inerte, que nada podia fazer por eles, nem por ninguém. Já o neopentecostalismo nos faz lembrar os judeus do primeiro século, que aguardavam um messias guerreiro, cheio das atribuições bélicas, que vive guerreando contra as potestades do ar... Um Deus que nunca existiu!
Friedrich Wilhelm Nietzsche nasceu a 15 de outubro de 1844 em Röcken, localidade próxima a Leipzig. Karl Ludwig, seu pai, pessoa culta e delicada, e seus dois avôs eram pastores protestantes; o próprio Nietzsche pensou em seguir a mesma carreira. Em 1858, Nietzsche iniciou seus estudos como bolsista na então famosa escola de Pforta.
As leituras em Schiller, Hölderlin e Byron, juntamente com a influência de alguns de seus professores, estavam transformando aquele rapaz que antes era conhecido como “pequeno pastor”, nos tempos de escola infantil, num homem a se afastar continuamente do cristianismo. Mais tarde, Nietzsche foi atraído também pelo ateísmo de Schopenhauer e também pela música de Richard Wagner, que veio a se tornar seu amigo pessoal.
Para Nietzsche, a ideia de um Deus que interfere na vida de seu povo soava deveras absurda, já que o mundo nunca foi poupado das piores desgraças, e tendo ele próprio vivenciado várias delas, algumas em sua própria vida (como por exemplo, o seus constantes problemas de saúde, que o obrigaram a deixar de lecionar em 1879, culminando em sua morte, no ano de 1900, após uma crise de loucura que durara 11 anos).
Para Nietzsche Deus havia morrido, e a insistência na crença nele era algo que beirava a bestialidade. Para o amargo Nietzsche, o lugar de Deus era preenchido pelo ideal do “super-homem”, ou seja, àquele que tem em si mesmo as respostas necessárias à vida. "Para mim o ateísmo não é nem uma conseqüência, nem mesmo um fato novo: existe comigo por instinto" (Ecce Homo, pt.II, af.1).
Os profetas de Baal
A história dos “profetas de Baal” se dá na época de Elias. Elias estava entre os maiores profetas bíblicos. Quando a nação de Israel mergulhou em sua mais profunda degradação, ele foi o instrumento de Deus para desafiar o povo inconstante a retornar. Sua tarefa foi hercúlea! Seus inimigos eram poderosos. O povo era ignorante e vacilante. No meio da terrível confusão religiosa do reinado de Acabe, Elias tentou realizar um renascimento espiritual muito necessário. Baal (em hebraico בַּעַל) é uma palavra semítica que significa "Senhor". Na realidade, era uma divindade adorada pelos povos daquela região, e que, em meio à idolatria do povo hebreu sob o reinado de Acabe, se infiltrou no meio das crenças hebréias, tornando a religião e os costumes do povo bastante sincréticas e miscigenadas.
Para os seguidores de Baal, o mesmo não se caracterizava como um Deus único, como pleiteava Elias a Javé. Baal era deus da chuva, do trovão e da fertilidade do solo. Nada mais conveniente para um povo que vivia da agricultura. Para os cananeus, a chuva era o sêmen de Baal caindo sobre a terra, tornando-a fértil, como um homem torna fértil uma mulher com o seu sêmen. Para os cananeus, Baal era o senhor do tempo; ele fazia chover, trovejar ou fazer sol. Ele era adorado principalmente nos montes, ou lugares altos. Mas podia também ser adorado em qualquer lugar que tivesse um Astarote (um pedaço de tronco fincado na terra, igual a um totem). Isso porque a esposa de Baal, Astarote, era simbolizada por qualquer tipo de pedaço de árvore ou planta. Convém lembrar que Jezabel, a terrível perseguidora de profetas e esposa do também terrível rei Acabe, era adoradora de Astarote.
O neopentecostalismo
No Neopentecostalismo, vemos um Jesus que visa “abençoar” o seu povo de forma primariamente material. O Jesus do Neo-pentecostalismo é, diferente do que nos afirma as Escrituras, um ser proletário e submisso, que dependendo de como se “determina ou rejeita” alguma coisa, age conforme às ordens de simples mortais como nós. O neopentecostalismo importou muita coisa da psicologia de Jung e Freud: acreditam em memória intra-uterina e desculpam os pecados das pessoas ensinando-lhes que o comportamento delas é culpa de seus pais, do ambiente, de abusos, e assim como John Locke, desprezam o “tecer” do Deus que assombrosamente formaste o nosso interior (Sl 139.13-16), comparando-nos com uma folha em branco, pronta para ser tingida pelas meras circunstâncias da vida e só. O deus neo-pentecostal não é o Deus Bíblico; o Todo Poderoso, pois, pode ser manipulado, instigado ou desencorajado de agir conforme agimos aqui na terra. O deus neo-pentecostal não é o Deus de Jó, que não têm seus planos frustrados, mas sim, que age somente quando nós aqui, “grandes personalidades”, determinamos, tomamos posse e mais um sem número de esquisitices presentes em nossos dias.
Diante dessas três perspectivas à respeito da divindade, quase podemos fundi-las em uma só. Tanto Nietzsche, quanto os profetas de Baal e o movimento neopentecostal creem em algo inexistente. Para Nietzsche, Deus já nos havia deixado há tempos, a ponto de podermos considerá-lo morto. No caso dos profetas, eles adoravam uma divindade inerte, que nada podia fazer por eles, nem por ninguém. Já o neopentecostalismo nos faz lembrar os judeus do primeiro século, que aguardavam um messias guerreiro, cheio das atribuições bélicas, que vive guerreando contra as potestades do ar... Um Deus que nunca existiu!
Os artigos e comentários publicados na seção Palavra do Leitor são de única e exclusiva responsabilidade
dos seus autores e não representam a opinião da Editora ULTIMATO.
dos seus autores e não representam a opinião da Editora ULTIMATO.
05 de março de 2014- Visualizações: 3889
comente!- +A
- -A
-
compartilhar
QUE BOM QUE VOCÊ CHEGOU ATÉ AQUI.
Ultimato quer falar com você.
A cada dia, mais de dez mil usuários navegam pelo Portal Ultimato. Leem e compartilham gratuitamente dezenas de blogs e hotsites, além do acervo digital da revista Ultimato, centenas de estudos bíblicos, devocionais diárias de autores como John Stott, Eugene Peterson, C. S. Lewis, entre outros, além de artigos, notícias e serviços que são atualizados diariamente nas diferentes plataformas e redes sociais.
PARA CONTINUAR, precisamos do seu apoio. Compartilhe conosco um cafezinho.

Opinião do leitor
Para comentar é necessário estar logado no site. Clique aqui para fazer o login ou o seu cadastro.
Ainda não há comentários sobre este texto. Seja o primeiro a comentar!
Escreva um artigo em resposta
Para escrever uma resposta é necessário estar cadastrado no site. Clique aqui para fazer o login ou seu cadastro.
Ainda não há artigos publicados na seção "Palavra do leitor" em resposta a este texto.
(31)3611 8500
(31)99437 0043





 copiar.jpg&largura=49&altura=65&opt=adaptativa)


