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Palavra do leitor

Não sei lidar com Deus (1ª parte)

Carta escrita por um crente caido, quando já se encontrava em recuperação. Verídica.

Amado pastor, saude e bem!

Gastei os últimos anos olhando para a cruz; diante da autoridade da cruz o homem arrogante, violento e acostumado a dar as cartas foi demolido, desmontado; o sujeito de olhar ruim e armas sempre ao alcance das mãos, diluiu-se enfim.

Face a face com a cruz vivi momentos de tribulação e esvaziamento; mas sentia uma paz e regozijo que pude afirmar que outro ou mais excelente estado não poderia existir: ser crente. Baixei a guarda pra nunca mais reerguê-la, depus as armas pra nunca mais empunhá-las contra meu semelhante. Por qualquer ângulo eu era outra pessoa. Um crente. Se orgulharia se tivesse visto aspegirem água sobre mim; batismo.

Ao receber o amor de Cristo, de uma única vez me fiz presa desse amor e servo desse Reino. Dispus-me ao serviço do meu Senhor; sem, no entanto aprender o significado de descansar n’Ele. Sempre devedor intruso; persona non grata diante do trono da graça. No meio do seu povo eu cheirava diferente, falava diferente e era, de forma angustiante, diferente. Crente feito às pressas.

Durante quase duas décadas venho amando Jesus e cada palavra dita por Ele e sobre Ele; a Bíblia eu trato por “Santo Livro.”! Mas não relaxo na presença da Deus, falo muito, falo sandices e pra consertar, erro de novo. Fui maluco até pra me queixar de um resfriado. Insano. Agora só falta me queixar da dor de dente, das cólicas ou doencinhas sem perigo.

Não sei lidar com Deus.

É grande demais pra alguém tão ninguém; puro demais pra alguém sujo demais; santo demais pra alguém pecador demais; belo demais pra mim. Simples demais pra ser só simples e amoroso, só e pronto; não dá pra entender como Deus pode ser assim! Se não fosse tão bom seria mais fácil ir embora. Um de nós está sempre longe; no lugar ou na prosa desencontrada.

Por temor e respeito sempre interrompo a oração quando suspeito que outro ora um assunto de maior importância e está a seqüestrar-Lhe a atenção; deixo pra lá, minha conversa não é importante, nunca é.

Li, estudei tanto sobre oração que posso criar um manual de oração, informação é que não me falta; ao observar com que pressa Ele atende quando por outros peço, por mim quase peço! Mas quando é pra mim eu me travo; "pedidor insolente, inoportuno, crentezinho de outro dia, pensa que vai chegando e Deus vai atender."; ralho-me e calo, desvio o olhar e o assunto e desando a falar do céu e do mar e do calor, até aleluia eu falo, pra disfarçar a falta de tato; e sob o olhar de soslaio me ausento.

Num primeiro instante eu creio, pra em pouco tempo apoucar-me a fé que antes de tão densa fazia-me quase tocá-Lo; mas recolho a mão, quase desdigo a prece, peço perdão por medo; pois se não der certo o assunto da oração pode ser que eu murmure, aí se murmurar peco e de pecar estou farto.

Reaprendi a desviar o olhar, olho pro chão; é menos doloroso e menos humilhante do que olhar pra cima e dar de cara com o olhar d’Ele olhando pra outro rumo e não pra mim. Não é preciso que diga que não sei orar, eu digo e disso faço meus dias; sem sonhos grandes, nem pequenos.

Olho a cruz vazada no “Terra Nova” e estremeço, oro em voz alta, é um jeito novo de orar, e se percebo que estou desagradando mudo de assunto, pra não encher. Deus sem dúvida é muito ocupado.

Queria confiar igual o senhor, que gosta do salmo 40,"Esperei confiantemente!" Eu também creio, me entusiasmo até que venha o terror de deixar de crer, e confiar; a fé que tenho é pouca, quase nada e pode secar, e aí? Com esse quase nada eu sobrevivo, mas só com o nada vou viver com o quê? Continua...


(ex-interno do centro de recuperação de mendigos – Missão Vida)

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Londrina - PR
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