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Palavra do leitor

Não se envergonhe das feridas!

‘’A fé não se refere aos imbatíveis, mas sim aos humanos e as lágrimas, aos humanos e aos risos e sorrisos, aos humanos e aos humanos’’.

Texto de João 20: 27

Quem carece de intervenção, de apoio, de ajuda, de um porto de alento e de socorro? O episódio da Covid-19 mostra não ser uma situação, a qual visualizamos, através das câmeras televisivas ou cinematográficas, porque estão ao nosso redor. Nessa abordagem, refiro-me as palavras de Jesus, o Cristo, direcionadas para o discípulo Tomé, quando externa – ‘’Vede minhas mãos e pés’’, descortina a vida, com suas complexidades e seus conflitos, com suas ambivalências e sua ambiguidades, com suas tensões e colisões, ou seja, faz-se de gente, como eu e você, com alma, com lágrimas, com risos, com sorrisos, de carne e osso, de sonhos e imaginação, de expectativas e paixões, de perdas e mortes, de nascimentos e despedidas. Aliás, todas essas descrições sobre a narrativa do viver nos deixam marcas, cicatrizes, rasuras e borrões e não há como negar. Agora, sem fazer dessas colocações um fatalismo, o chamado de Jesus nos estabelece ir além de meras emoções, de um mero conglomerado de afetos e sentimentos, porque nos apresenta uma decisão por nos posicionarmos, diante da vida e da vida interrelacional, no encontro com o outro. Ouso afirmar, o caminho das boas novas disserta uma fé simples, pequena, de humanos, de proximidade, de abraço, de escutar, de tolerar, de partilhar, de refazer, de se doar e, talvez, quantas feridas não teriam sido evitadas, caso tivéssemos essa percepção, sem idealismos e ideologias toscas, em nome de Jesus? Infelizmente, perdermos oportunidades de experiência e vivenciar o bem, a bondade, a justiça, a compaixão, a misericórdia, em função de não reconhecermos de que as boas novas ou a imagem de Cristo quer se manifestar em alguém que é, e não é mesmo, tão perfeito, tão certo, tão justo, tão correto, e que traz, em sua existência, manchas e rachaduras, ou seja, feridas.

Então, o aspecto decisivo para a liberdade de pesos que nos assolam, passa e perpassa pela coragem de sermos honestos para reconhecer a verdade sobre nós mesmos, sem sublimações e justificativas, mas sem se considerar no pior dos seres humanos. Não somos uma obra acabada, pré-fabricada, pronta, nossa trajetória se forma por feridas, por manchas e nos leva a encarar a realidade de não sermos expectadores neutros, ouvintes distantes, olhares ofuscados. Falo das feridas dos traumas, das decepções, dos abandonos, das derrotas, das frustrações, causados pelo destino, por outros, por escolhas com resultados depreciativos e por nós mesmos.

Muitas e muitas vezes, sofremos, nos anulamos, em decorrência de não ter conseguido corrigir aquilo ou alguém que prejudiquei e, neste momento, torna-se vital abrir mão e parar de se martirizar (e não enfoco, aqui, nenhuma forma de alienação daqueles, as quais acarretaram malefícios, não). Digo isso, porque ao mergulhar meu coração ou meu ser a misericórdia das boas novas, ajuda-nos a não permanecer com as memórias cinzentas da culpa, mas, a cada passo da nossa vida, libertar-se, por meio dessa decisão de fé e de recomeço. Talvez seja o momento de parar de lutar com a ilusão da perfeição e abrir a porta para a misericórdia, para se perdoar, para perceber que nem tudo o que aconteceu ou acontece é por nossa causa. Por fim, apesar das feridas, somos, cada um de nós, um ser singular e original insubstituível, não fomos criados por causa de um capricho, por uma vaidade, por uma curiosidade, por um desejo, mas sim porque precisava de alguém, como você, para ir ao encontro de outras pessoas e conceder sentido, motivo e destino a vida.

Deus os agracie.
São Paulo - SP
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