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Palavra do leitor

Libação - A oferta derramada

Existe hoje uma grande ênfase sobre as ofertas, quase sempre no sentido de contribuição financeira. Nos tempos antigos, porém, elas significavam alimentos de vários tipos. O principal era o animal sacrificado, mas havia também as libações, ou seja, líquidos derramados sobre o altar como forma de homenagem ao Senhor. Toda libação representava uma renúncia, pois a bebida, ao invés de ser consumida pelo homem, era entregue no altar. O sangue configurava situação especial, pois não poderia ser ingerido de forma alguma.

Portanto, a bíblia menciona libações de azeite, vinho e sangue (Gn.28.18; 35.14; Lv.2.1,6,15; Ex.29.40; Ex.37.16; Num.15.24; 28.7-8; Lv.23.13,18; Num.6.15; 15.5,10; Lv.1.5; 1.11; 4.18,25,30; Dt.12.27; Heb.9.22). Não seria aceito qualquer líquido sem valor ou que pudesse ser conseguido com facilidade. A água, por exemplo, só apareceria como oferta em situações de seca ou grande dificuldade (1 Sm.7.6; 2Sm.23.16; 1Rs.18.34).

Hoje, não precisamos oferecer líquidos sobre o altar, pois não estamos sujeitos à lei de Moisés, mas tais ofertas ainda nos trazem preciosos ensinamentos.

A bíblia leva o princípio das ofertas derramadas para uma dimensão espiritual. Neste sentido, seus escritores falam em derramar diante de Deus a alma, o coração, o espírito e a oração (Sal.42.4; Sal.62.8; Pv.1.23; Is.32.15; 44.3; Ez.39.29; Zc.12.10; Tt.3.5-6; Is.26.16). Afinal, de nada adiantariam derramamentos de líquidos sem o correspondente estado interior do ofertante.

A cena de Maria derramando o nardo sobre a cabeça de Cristo evoca todo o significado das libações que muitas vezes estavam associadas ao sacrifício de animais. Naquele momento, Jesus, o Cordeiro de Deus, recebia sobre si o líquido precioso que, além ser um perfume, era uma espécie de óleo (Mt.26.6-12). Maria não precisou de um mandamento ou ordem para realizar sua oferta, mas demonstrou iniciativa e espontaneidade.

Outra cena impactante foi a oração de Ana, quando pedia ao Senhor um filho:
"Ela, pois, com amargura de alma, orou ao Senhor, e chorou abundantemente… E disse-lhe Eli: Até quando estarás tu embriagada? Aparta de ti o teu vinho. Porém Ana respondeu: Não, senhor meu, eu sou uma mulher atribulada de espírito; nem vinho nem bebida forte tenho bebido; porém tenho derramado a minha alma perante o Senhor" (1Sm.1.10,14,15). Ana não ficou limitada aos rituais prescritos por Moisés para realização no tabernáculo, mas foi além das obrigações, costumes e expectativas. Naquele instante, o Senhor ouviu e atendeu à oração de Ana.

Da mesma forma, devemos nos derramar perante o Senhor em atitude de uma busca intensa, uma entrega completa e definitiva. O cordeiro já foi sacrificado sobre o altar, mas resta a nossa parte, nossa dedicação pessoal. Ainda que sejamos criticados, como Maria e Ana foram, estejamos certos de que a nossa oferta é agradável a Deus. Que as nossas lágrimas sejam a nossa libação.

"Levanta-te, clama de noite no princípio das vigílias; derrama o teu coração como águas diante da presença do Senhor; levanta a ele as tuas mãos pela vida de teus filhinhos, que desfalecem de fome à entrada de todas as ruas" (Lm.2.19).

Devemos nos derramar diante do Senhor porque ele mesmo não se poupou, mas entregou-se sobre a cruz, derramando o seu sangue e a sua vida (Mt.26.28; Is.53.12). Depois, subindo ao céu, derramou o seu Espírito sobre nós (Joel 2.28). O Espírito Santo, por sua vez, derrama o seu amor nos nossos corações (Rm.5.5).

Paulo demonstrou sua visão espiritual a respeito das ofertas derramadas, quando disse:
"Porque eu já estou sendo oferecido por libação de sacrifício, e o tempo da minha partida está próximo" (2Tm.4.6). O apóstolo se referia à sua morte, que aconteceria em breve. Contudo, fica clara sua consciência de que sua principal oferta era sua própria vida. Assim também nós, embora devamos contribuir financeiramente para a obra de Deus, não podemos nos esquecer que o dinheiro não é o principal. O que Deus mais quer de nós não são coisas nem trabalhos. No fim das contas, eu sou a oferta. Devo viver para ele e até mesmo morrer por ele, se preciso for.

Pr. Anísio Renato de Andrade
Belo Horizonte - MG
Textos publicados: 27 [ver]
Site: http://anisiorenato.blogspot.com.br/
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