Palavra do leitor
26 de março de 2011- Visualizações: 2359
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Justiça de Deus como modelo de práxis social cristã. Parte 2
Justiça e prática cristã no Novo Testamento.
Podemos dizer que o tema central da mensagem do Novo Testamento, talvez com maior ênfase nos evangelhos, seja a chegada de um novo tempo, a chegada do Reino de Deus. Pois foi o próprio Jesus o Cristo (Messias) que proclamou esse Reino. Javier Pikaza diz: "a sua vinda para a Galiléia é como um ponto de partida (Mt 4,12-16). Desde então começa algo diferente; Jesus proclama o reino". Um Reino diferente do qual a maioria dos judeus estava esperando, pois todo Israel viveu a espera da chegada do Reino de Deus, então Jesus aparece e anuncia esse reino, porém, não um reino que conquistava os povos para ficar sobre o domínio de Israel, mas um reino que habitava a paz, o amor e a justiça de Deus para com todos, ao invés da opressão e exclusão social.
Jesus como os outros profetas, obedeceu a Iahweh e anunciou condenação para aqueles que não praticavam a justiça de Deus. "Além disso, nos ensinou como deve ser a nossa prática de justiça: amar a Deus sobre todas as coisas e amar o próximo como a nós mesmos".
Conduta cristã diante da Justiça divina nos evangelhos
Sobre a justiça no Novo Testamento Joachim Jeremias diz que: "O sermão da montanha possui uma estrutura bem clara. Seu tema acha-se exposto em Mt 5.20: Se vossa justiça não ultrapassar a dos escribas e a dos fariseus, não entrareis no Reino dos céus".
Jesus ataca então os líderes religiosos de seu tempo. Javier Pikaza nos diz que: “A nova justiça do reino deve ser mais elevada que a dos escribas e fariseus e a do judaísmo. Trata-se duma justiça que se exprime na maneira de viver sobre a terra e na forma de proceder com os outros. A nova justiça é, antes de tudo, uma exigência de amor entre os homens.”
Hendriksen nos diz que: “É evidente que em Mt 5.6 Cristo se refere a uma justiça não meramente por imputação, mas também por comunicação; refere-se não meramente a uma condição jurídica, mas também uma conduta ética. Ou seja, a comunidade deve praticar essa justiça. “A bem-aventurança dos que tem fome e sede de justiça se liga intimamente à comparticipação da misericórdia divina”. Jesus apresenta outra frase muito importante: “quem tem fome e sede de justiça, será saciado”. A justiça de Deus será evidenciada neste mundo.
O versículo dez (10) nos mostra algo mais interessante, felizes os que são perseguidos por causa da Justiça. A comunidade de Mateus deveria lutar por essa Justiça, mesmo que fossem perseguidos por isso. “A vida da comunidade era um sinal da Justiça do evangelho, viver a perseguição por causa da justiça do evangelho era cumprir em sua própria vida as profecias de Jesus”. A justiça de Deus ameaça os poderosos acomodados em suas riquezas. Ela inverte a situação, porque se dos pobres é o reino de Deus, onde os ricos poderosos causadores de choro e de desigualdade entrarão nisso? Desta forma a comunidade de Mateus, formada por pessoas humildes, deveria de alguma forma estar sendo perseguida. Mas mesmo sendo perseguidos, a Justiça de Deus seria manifestada invertendo a situação de injustiça.
O teólogo Paulo Nogueira argumenta que: “Na versão Lucana das bem-aventuranças com as respectivas maldições encontramos o anúncio da inversão escatológica”. Neste evangelho acontece algo mais interessante com relação às bem-aventuranças. Nele o evangelista parece um pouco mais rígido. Para contrapor os que são felizes, ele apresenta os infelizes (Lc 6: 20-26), apresentando ai uma inversão escatológica.
Enquanto ele diz que felizes os pobres porque deles é o reino de Deus (v. 20), ele diz: infelizes os ricos, pois eles já têm a sua consolação (v. 24); felizes os que choram, pois irão rir (v. 21), infelizes os que agora riem porque depois chorarão (v. 25); felizes os que têm fome pois serão saciados (v. 21), infelizes os que estão saciados pois terão fome (v. 25). A inversão se dá no momento em que para Deus os menores são mais valiosos do que os poderosos que não precisam Dele. E esta é a Justiça de Deus, trazer os sofridos a pé de igualdade com os poderosos.
Podemos dizer que o tema central da mensagem do Novo Testamento, talvez com maior ênfase nos evangelhos, seja a chegada de um novo tempo, a chegada do Reino de Deus. Pois foi o próprio Jesus o Cristo (Messias) que proclamou esse Reino. Javier Pikaza diz: "a sua vinda para a Galiléia é como um ponto de partida (Mt 4,12-16). Desde então começa algo diferente; Jesus proclama o reino". Um Reino diferente do qual a maioria dos judeus estava esperando, pois todo Israel viveu a espera da chegada do Reino de Deus, então Jesus aparece e anuncia esse reino, porém, não um reino que conquistava os povos para ficar sobre o domínio de Israel, mas um reino que habitava a paz, o amor e a justiça de Deus para com todos, ao invés da opressão e exclusão social.
Jesus como os outros profetas, obedeceu a Iahweh e anunciou condenação para aqueles que não praticavam a justiça de Deus. "Além disso, nos ensinou como deve ser a nossa prática de justiça: amar a Deus sobre todas as coisas e amar o próximo como a nós mesmos".
Conduta cristã diante da Justiça divina nos evangelhos
Sobre a justiça no Novo Testamento Joachim Jeremias diz que: "O sermão da montanha possui uma estrutura bem clara. Seu tema acha-se exposto em Mt 5.20: Se vossa justiça não ultrapassar a dos escribas e a dos fariseus, não entrareis no Reino dos céus".
Jesus ataca então os líderes religiosos de seu tempo. Javier Pikaza nos diz que: “A nova justiça do reino deve ser mais elevada que a dos escribas e fariseus e a do judaísmo. Trata-se duma justiça que se exprime na maneira de viver sobre a terra e na forma de proceder com os outros. A nova justiça é, antes de tudo, uma exigência de amor entre os homens.”
Hendriksen nos diz que: “É evidente que em Mt 5.6 Cristo se refere a uma justiça não meramente por imputação, mas também por comunicação; refere-se não meramente a uma condição jurídica, mas também uma conduta ética. Ou seja, a comunidade deve praticar essa justiça. “A bem-aventurança dos que tem fome e sede de justiça se liga intimamente à comparticipação da misericórdia divina”. Jesus apresenta outra frase muito importante: “quem tem fome e sede de justiça, será saciado”. A justiça de Deus será evidenciada neste mundo.
O versículo dez (10) nos mostra algo mais interessante, felizes os que são perseguidos por causa da Justiça. A comunidade de Mateus deveria lutar por essa Justiça, mesmo que fossem perseguidos por isso. “A vida da comunidade era um sinal da Justiça do evangelho, viver a perseguição por causa da justiça do evangelho era cumprir em sua própria vida as profecias de Jesus”. A justiça de Deus ameaça os poderosos acomodados em suas riquezas. Ela inverte a situação, porque se dos pobres é o reino de Deus, onde os ricos poderosos causadores de choro e de desigualdade entrarão nisso? Desta forma a comunidade de Mateus, formada por pessoas humildes, deveria de alguma forma estar sendo perseguida. Mas mesmo sendo perseguidos, a Justiça de Deus seria manifestada invertendo a situação de injustiça.
O teólogo Paulo Nogueira argumenta que: “Na versão Lucana das bem-aventuranças com as respectivas maldições encontramos o anúncio da inversão escatológica”. Neste evangelho acontece algo mais interessante com relação às bem-aventuranças. Nele o evangelista parece um pouco mais rígido. Para contrapor os que são felizes, ele apresenta os infelizes (Lc 6: 20-26), apresentando ai uma inversão escatológica.
Enquanto ele diz que felizes os pobres porque deles é o reino de Deus (v. 20), ele diz: infelizes os ricos, pois eles já têm a sua consolação (v. 24); felizes os que choram, pois irão rir (v. 21), infelizes os que agora riem porque depois chorarão (v. 25); felizes os que têm fome pois serão saciados (v. 21), infelizes os que estão saciados pois terão fome (v. 25). A inversão se dá no momento em que para Deus os menores são mais valiosos do que os poderosos que não precisam Dele. E esta é a Justiça de Deus, trazer os sofridos a pé de igualdade com os poderosos.
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