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Palavra do leitor

Fé e Ciência

"A ciência sem fé é loucura e a fé sem ciência é fanatismo", disse Martinho Lutero.

O autor de Hebreus disse que a fé é a certeza daquilo que esperamos e a prova das coisas que não vemos (Hebreus 11:1, NVI). Eugene Peterson disse: "É pela fé que lidamos com aquilo que não podemos ver". Ou seja, a fé é a esperança que nos permite lidar com a ideia de futuro e a responsabilidade que nos ocupa do presente. A ciência na sua forma tradicional trabalha com aquilo que é provado, testado e prescrito. A fé é do campo do sentido de tudo e todos. Não necessariamente existem lógicas em choque nestes atributos citados de fé e ciência, porque, neste sentido, cada razão de ser tem o seu papel na realidade.

Fé e ciência não são coisas absolutamente opostas, no sentido de que, a ciência no desenvolvimento de métodos, práticas e hábitos de cuidado humano também é uma expressão do Divino. Deve ser esse o sentido do comentário de Lutero quando diz que ciência sem fé é loucura, ou seja, se a ciência não se ocupa do bem estar social e do desenvolvimento de métodos que facilitem o cuidado de doenças e que favoreça a manutenção e suprimento das necessidades humanas, é apenas objeto de verificação para favorecer singulares – alguns – e não plurais – todos. O comentário de Lutero na sua plenitude também revela que a fé sem ciência é apenas fanatismo religioso. Por exemplo, as pessoas estão acreditando que, meio a pandemia, apenas as bençãos que provém de Deus serão necessárias para livrá-las dos malefícios da COVID-19, o novo coronavírus. É como se Deus fosse apenas um amuleto que espanta doenças. Neste sentido, a fé não passa de um mero fanatismo que ignora a realidade que rodeia o crente e, portanto, é ausência de responsabilidade. Como diria Ed René Kivitz: "A fé não nos imuniza, mas nos responsabiliza".

Entre religião e ciência, diferentemente de fé e ciência, há uma tendência enorme de um conflito de lógicas em choque. Porque faz parte da agenda dos religiosos rivalizar com a ciência. O fato é que não é bom e virtuoso que um deus construído na religião tenha de abrir mão dos milagres – que é exceção – para ficar com o cuidado prático no cotidiano – que é regra – ou deixar para trás a sua índole totalitária – que intervém em tudo e dita como a banda deve tocar – para se adequar a doação no chão da existência, como por exemplo, a vida em doação dos profissionais que zelam pela vida humana. É necessário ter fé para caminhar em direção a um paciente contaminado com um vírus que já se provou letal. É uma peregrinação de, literalmente, caminhar em direção ao perigo. Isso é fé, àquilo que faço que está inerente a minha própria capacidade, mas que responsabiliza meus atos. Os profissionais da saúde, ontem e hoje, são pessoas de fé, porque, é necessário ter fé para correr riscos em favor dos outros ou mesmo em riscos possíveis caminhar em direção ao necessitado.

No campo de trabalho dos infectologistas, epidemiólogos, médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, biomédicos, fisioterapeutas e cientistas, a ciência tem autoridade e, essa autoridade deve ser preservada, porque preserva e zela para o cuidado da vida humana. A vida para as pessoas que estão na linha de frente do trabalho, meio a pandemia, não é algo que pode ser negociado, porque a vida está acima de qualquer outras razões e interesses. Portanto, fé e ciência é sinônimo de uma dupla que não necessariamente são conflitivas, mas que se encontram para a preservação da vida humana. Em tempos de pandemia e crises latentes, fé e ciência convergem na perspectiva do cuidado comum, mútuo e afetivo.
Fortaleza - CE
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