Palavra do leitor
16 de setembro de 2010- Visualizações: 1683
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Expocristã e os x-man
Estes dias um grupo de pastores e evangélicos da nossa cidade foi para a expocristã em SP. Um deles, membro de nossa igreja e jornalista fez o seguinte comentário: "A feira tinha a maioria de stands de crentes X-MAN e a maioria de visitantes gays". Este comentário remeteu minha imaginação a algumas reflexões, não só minhas, mas de revistas como Época, Veja, Ultimato, etc. Ele fez uma afirmação aparentemente preconceituosa, mas quem o conhece sabe que sua comparação foi de espanto ao comparar o evangelho vivido no Brasil (bem visível numa feira como essa que parece ser o evento de maior concentração cristã por aqui) com o modelo bíblico.
Quando ele fala crentes "X-MAN" ele está se referindo a parte dos evangélicos brasileiros que defendem ter poderes como "unção" do riso, da queda, do choque do espírito, do enriquecimento, do dente de ouro, das folhas que brilham nos montes, etc.
Se refere também aqueles dentre os nossos que afirmam ser o poder de Deus manifestado enfaticamente em curar, enricar e resolver todos os problemas. Quando usa o termo X-MAN (desenho baseado em comics em que humanos sofrem mutações e adquirem poderes que atraem sobre eles perseguição por serem considerados aberrações) também afirma seu ponto de vista de considerar estas manifestações e movimentos como distorções grotescas no meio evangélico.
Mesmo fora do meio evangélico, e antes dele, o ser humano sempre manifestou desejo de controlar sua vida, a natureza, a sociedade, os outros de forma completa, fantástica e instantânea. Esta no coração do homem desde o Éden ”ser como Deus”. Assim prometeu a serpente e continua prometendo. Dá um belo trabalho de monografia provar por meio da antropologia, linguística, comunicação social e psicologia o como o homem demonstra este desejo de poder e controle divinos.
O problema é que isso esta presente na igreja por meio do legalismo (Deus é controlado por nossas obediências as regras – padrão universal das religiões), na ênfase aos dons sobrenaturais e outras manifestações ditas do espírito e na oferta de vida fácil “em o nome de Jesus”.
Pensar que controlamos Deus, temos mais poderes, ou somos mais santos por obedecer regras é uma destas manifestações diabólicas das religiões. Cheguei a ouvir certa vez de um rapaz – membro de um igreja que ostenta ter o maior templo – que ele entraria no céu pois obedecia todo o RI (regimento interno) de sua igreja. Ouvi de outros crentes, cuja denominação ostenta o titulo de ser mais presente que as agências Bradesco, que ele só poderia ser obreiro se ele fosse batizado pelo Espírito, e que ele só seria batizado pelo Espírito se fosse mais santo, buscasse mais e fosse mais consagrado. Deus não negocia seus dons e poderes. Segundo a carta aos Gálatas ele opera sua graça em nossa divida, nunca merecemos algo de Deus. Simão quis pagar ao apóstolo Pedro para ter os poderes e Pedro mandou ele e o dinheiro dele pro inferno.
Não aplacamos ou controlamos Deus com nossa obediência. Seguir regras para ganhar poderes é comum as religiões orientais hinduítas e budistas ou às artes marciais. A Palavra de Deus ensina que o Espírito concede dons a quem quer. Ensina que Deus usa poderosamente um recém assassino(Paulo), um recém incrédulo (Tomé) entre outros pecadores.
A Bíblia ensina que Deus nos salva sendo pecadores e nos transforma ao mesmo tempo que nos usa.
E mais, o poder é sempre dele. Nunca é nosso por melhor que pensemos ser. Na faculdade de teologia, realizei um trabalho sobre o poder latente da alma. Um autor cristão defendia que tínhamos poderes adormecidos pelo pecado em nós. Combati esta heresia mostrando que nossos afazeres, ministérios e responsabilidades eram exercidos no poder de Deus e não nosso, como ensina claramente a carta aos coríntios.
A igreja tem enfatizado demais as manifestações sobrenaturais que apenas glorificam pastores “mais poderosos”, que por sua vez dividem igrejas e enriquecem as custas disso. Quando o diabo consegue iludir homens de que estes tem poderes sobrenaturais, ele enlaça eles nas tentações vencidas por Jesus no deserto. Assisti meses atrás, no youtube, vídeos que ridicularizavam pastores ditos “superpoderosos”.
Paulo já havia advertido que aparentes manifestações espirituais mais escandalizavam os não crentes do que os aproximava de Deus. Estes homens, exaltados em seu poder se dizem apóstolos, missionários, etc. A Palavra de Deus diz que somos como vasos que guardam tesouros. Vasos frágeis e trincados (II Co 4).
Assisti por e-mail a um pastor distribuindo a unção do riso. Era claramente diabólico e carnal. Fico pensando, de onde estes crentes tiram da bíblia que o Espírito se manifesta desta forma? O apóstolo João ensina que o Espírito se preocupa com ações muito mais sérias como convencer o homem do pecado, da justiça e do juízo. Lembro também de textos como aquele em que Jesus diz que vai encontrar alguns que afirmarão ter feito e acontecido em nome dele. A resposta de Cristo será “não conheço vocês, saiam de perto de mim”.
Por último percebo esta sede doentia por poder na oferta de vida fácil “em o nome de Jesus”. Você pode ter tudo “em o nome de Jesus”. Ficar rico, determinar que o terreno é seu, determinar a cura, determinar o fim das brigas do casal, etc. Não há desertos, tribulações e por conseguinte não há experiências genuínas, crescimento verdadeiro.
São como crianças mimadas exigindo do seu pai o doce e o brinquedo instantaneamente. Fico imaginando estas pessoas lendo o apostolo Tiago dizendo que Deus não atende a pedidos interesseiros. Ou melhor ainda, como lêem Jó? Quarenta e dois capítulos que ensinam que Deus não aceita relações interesseiras e permite o sofrimento de seus servos.
Mas quero terminar este texto com Jesus. Ele podia se manifestar em toda sua plenitude divina quando encarnou, mas abriu mão disso. Ele podia transformar as pedras em pães, mas preferiu a Palavra de Deus. Podia se vender ao diabo para ter os reinos deste mundo, mas preferiu dar glória a Deus.
Poderia ainda ter invocado seus exércitos de anjos ao se jogar do telhado do templo ou ao ser preso no jardim do Getsêmani, mas prefiriu a pregação humilde em meio aos pobres, prostitutas e pescadores. Preferiu a graça às leis, preferiu sermões aos milagres, preferiu a prisão e a cruz à vitória fácil. Jesus é nosso mestre e modelo. Jesus é mestre e modelo dos que o imitam e obedecem.
Quando ele fala crentes "X-MAN" ele está se referindo a parte dos evangélicos brasileiros que defendem ter poderes como "unção" do riso, da queda, do choque do espírito, do enriquecimento, do dente de ouro, das folhas que brilham nos montes, etc.
Se refere também aqueles dentre os nossos que afirmam ser o poder de Deus manifestado enfaticamente em curar, enricar e resolver todos os problemas. Quando usa o termo X-MAN (desenho baseado em comics em que humanos sofrem mutações e adquirem poderes que atraem sobre eles perseguição por serem considerados aberrações) também afirma seu ponto de vista de considerar estas manifestações e movimentos como distorções grotescas no meio evangélico.
Mesmo fora do meio evangélico, e antes dele, o ser humano sempre manifestou desejo de controlar sua vida, a natureza, a sociedade, os outros de forma completa, fantástica e instantânea. Esta no coração do homem desde o Éden ”ser como Deus”. Assim prometeu a serpente e continua prometendo. Dá um belo trabalho de monografia provar por meio da antropologia, linguística, comunicação social e psicologia o como o homem demonstra este desejo de poder e controle divinos.
O problema é que isso esta presente na igreja por meio do legalismo (Deus é controlado por nossas obediências as regras – padrão universal das religiões), na ênfase aos dons sobrenaturais e outras manifestações ditas do espírito e na oferta de vida fácil “em o nome de Jesus”.
Pensar que controlamos Deus, temos mais poderes, ou somos mais santos por obedecer regras é uma destas manifestações diabólicas das religiões. Cheguei a ouvir certa vez de um rapaz – membro de um igreja que ostenta ter o maior templo – que ele entraria no céu pois obedecia todo o RI (regimento interno) de sua igreja. Ouvi de outros crentes, cuja denominação ostenta o titulo de ser mais presente que as agências Bradesco, que ele só poderia ser obreiro se ele fosse batizado pelo Espírito, e que ele só seria batizado pelo Espírito se fosse mais santo, buscasse mais e fosse mais consagrado. Deus não negocia seus dons e poderes. Segundo a carta aos Gálatas ele opera sua graça em nossa divida, nunca merecemos algo de Deus. Simão quis pagar ao apóstolo Pedro para ter os poderes e Pedro mandou ele e o dinheiro dele pro inferno.
Não aplacamos ou controlamos Deus com nossa obediência. Seguir regras para ganhar poderes é comum as religiões orientais hinduítas e budistas ou às artes marciais. A Palavra de Deus ensina que o Espírito concede dons a quem quer. Ensina que Deus usa poderosamente um recém assassino(Paulo), um recém incrédulo (Tomé) entre outros pecadores.
A Bíblia ensina que Deus nos salva sendo pecadores e nos transforma ao mesmo tempo que nos usa.
E mais, o poder é sempre dele. Nunca é nosso por melhor que pensemos ser. Na faculdade de teologia, realizei um trabalho sobre o poder latente da alma. Um autor cristão defendia que tínhamos poderes adormecidos pelo pecado em nós. Combati esta heresia mostrando que nossos afazeres, ministérios e responsabilidades eram exercidos no poder de Deus e não nosso, como ensina claramente a carta aos coríntios.
A igreja tem enfatizado demais as manifestações sobrenaturais que apenas glorificam pastores “mais poderosos”, que por sua vez dividem igrejas e enriquecem as custas disso. Quando o diabo consegue iludir homens de que estes tem poderes sobrenaturais, ele enlaça eles nas tentações vencidas por Jesus no deserto. Assisti meses atrás, no youtube, vídeos que ridicularizavam pastores ditos “superpoderosos”.
Paulo já havia advertido que aparentes manifestações espirituais mais escandalizavam os não crentes do que os aproximava de Deus. Estes homens, exaltados em seu poder se dizem apóstolos, missionários, etc. A Palavra de Deus diz que somos como vasos que guardam tesouros. Vasos frágeis e trincados (II Co 4).
Assisti por e-mail a um pastor distribuindo a unção do riso. Era claramente diabólico e carnal. Fico pensando, de onde estes crentes tiram da bíblia que o Espírito se manifesta desta forma? O apóstolo João ensina que o Espírito se preocupa com ações muito mais sérias como convencer o homem do pecado, da justiça e do juízo. Lembro também de textos como aquele em que Jesus diz que vai encontrar alguns que afirmarão ter feito e acontecido em nome dele. A resposta de Cristo será “não conheço vocês, saiam de perto de mim”.
Por último percebo esta sede doentia por poder na oferta de vida fácil “em o nome de Jesus”. Você pode ter tudo “em o nome de Jesus”. Ficar rico, determinar que o terreno é seu, determinar a cura, determinar o fim das brigas do casal, etc. Não há desertos, tribulações e por conseguinte não há experiências genuínas, crescimento verdadeiro.
São como crianças mimadas exigindo do seu pai o doce e o brinquedo instantaneamente. Fico imaginando estas pessoas lendo o apostolo Tiago dizendo que Deus não atende a pedidos interesseiros. Ou melhor ainda, como lêem Jó? Quarenta e dois capítulos que ensinam que Deus não aceita relações interesseiras e permite o sofrimento de seus servos.
Mas quero terminar este texto com Jesus. Ele podia se manifestar em toda sua plenitude divina quando encarnou, mas abriu mão disso. Ele podia transformar as pedras em pães, mas preferiu a Palavra de Deus. Podia se vender ao diabo para ter os reinos deste mundo, mas preferiu dar glória a Deus.
Poderia ainda ter invocado seus exércitos de anjos ao se jogar do telhado do templo ou ao ser preso no jardim do Getsêmani, mas prefiriu a pregação humilde em meio aos pobres, prostitutas e pescadores. Preferiu a graça às leis, preferiu sermões aos milagres, preferiu a prisão e a cruz à vitória fácil. Jesus é nosso mestre e modelo. Jesus é mestre e modelo dos que o imitam e obedecem.
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dos seus autores e não representam a opinião da Editora ULTIMATO.
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