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Palavra do leitor

Enfado e cansaço (algumas histórias)

O sol brilha lá fora, mas que frio este apê! Galhos e folhas uivam com os ventos; aqui dentro silêncio - por quê? Os pássaros louvam ao Senhor com seus cânticos maviosos; não consigo vê-los, seria a vidraça fumê?

É a velhice, seu moço!

Ando lá pela casa dos 70 anos, 72 e ½, no dia 12, para ser exato. Há um livro, que gostei muito, de excelente qualidade e inspiração que incentiva a não parar a vida: “Fui moço, agora sou velho...e daí?”- Kléos Magalhães Lenz César – Editora Ultimato.

Nunca questionei, sequer pensei nessa questão da idade; tinha mais de 60 e meus exames e disposição sempre apontaram para um jovem de uns 38 anos. Até hoje é assim, pela graça de Deus!

Até aí nada de novidade, por que ficaria eu a pensar com os meus botões: tenho “xis” ou tenho “ene” anos nas costas? Até porque o tempo passado não está nas costas, a idade está no que chamam de ativismo; se faço [as coisas] sou jovem, se não as faço: “aposentou, para nada mais presta, encosta [joga fora!]”, diz o mundo.

Em 1988, com 47 anos, numa conversa informal com um amigo, ainda jovem, colega de serviço [mesas lado a lado], dizia ele que eu, por ser velho [só com 47!], já não poderia mais assumir grandes responsabilidades.

Trabalhei, então, com enormes responsabilidades sobre mim, por mais 13 anos. Aguentaria até hoje!

Vi, recentemente, uma foto do companheiro nas redes sociais e deixei um comentário:
“oi amigo, você ficou velho!” [Tá gordo, careca, grisalho!]

Voltando à questão anterior, quando vejo esse ativismo, exulto com o vigor, a saúde, o amor a Deus e ao próximo desses amados irmãos; na idade deles meu ativismo era muito mais intenso, e ainda queria mais, cada dia mais!

Era insaciável, o meu nome deveria ser trabalho! E eu queria falecer em plena atividade [sonho meu, desde os 14 anos], doce ilusão!

Cá estou eu, no recôndito do meu lar, há 12 anos, ainda não ocioso, mas sem agenda, sem planejamento, “sem lenço e sem documento” como diz a canção popular.

Faço o que dá na telha! E só vem à mente o trabalho de Deus pela internet: blogs, sites, devocionais, livros; o meu blog e os demais para os quais escrevo.

Já foram 8 [era um por dia], agora são apenas 4; e, ainda, para um Devocionário anual, com leituras diárias!

Um jovem, menos de 40 à época, esteve aqui em casa para dar uma olhada no computador com problemas, e me disse: “não acredito no que estou vendo, a sua capacidade de trabalho, a sua organização, e, principalmente, o volume de serviço que executa diariamente é de espantar, pouquíssimas pessoas jovens têm essa performance!” (sic).

Glória, louvor e honra somente a Deus, “diminua eu para que o nome do Senhor Jesus cresça”, plagiando João Batista (Jo 3. 30).

Alguém, uma vez, se referia, com um certo desdém, aos homens aposentados [por certo, o dia inteiro nos bares, na sinuca, na conversa com amigos nos bancos da praça,
“lagarteando” como disse outro amigo, em 1965]”, disse eu: “aposentado não é sinônimo de desocupado, comigo não é, e espero que jamais venha a ser”.

Permanece, pois, o meu sonho de “encerrar os meus dias trabalhando”, não mais em uma empresa, de terno, gravata, sapatinho bem engraxado, lustrando, mas na mesa de trabalho do meu escritório, em casa, para o meu Senhor.

Mas há dois tempos na minha vida: AS [Antes dos “Stent”] e DS [Depois dos “Stent”]; coloquei-os, os 3 “stent”, em junho/2012; não gosto de reconhecer, não sou de dar o braço a torcer, mas o ritmo mudou.

É a velhice, seu moço!

Não quero e nem devo abandonar o trabalho, pelo menos o que faço há doze anos pela internet, não só para cumprir a grande comissão que o Senhor Jesus deixou para cada um de nós, portanto por obediência (Hb 5. 9) a esse Deus que “deu o seu próprio Filho para que todo o que nele crê, não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3. 16), mas, também, por amor ao próximo a quem a Palavra de Deus recomenda que amemos, motivação maior da evangelização.

Egoísmo seria querer a Salvação só para mim!

Deus diz, através de João, “Nisto conhecemos o amor: que Cristo deu a sua vida por nós; e devemos dar nossa vida pelos irmãos” (I Jo 3. 16).

Disse Moisés, já com 80 anos [viveu 120]: “Os dias da nossa vida sobem a 70 anos, ou, em havendo vigor, a 80; neste caso, o melhor deles é canseira e enfado, porque tudo passa rapidamente, e nós voamos” (Sl 90. 10).

70 anos! Então já estou na prorrogação, nas horas extras, na reta de chegada, na marca do pênalti! Quem não for velho, chute!

Mas, pela graça de Deus, estou bem. Talvez, apenas, um pouco de cansaço e enfado com a redução do ritmo, face à mudança de AS para DS.

O meu termômetro é a minha cardiologista, e ela está muito feliz, muito mesmo!

É enganoso pensar que não trabalhar ou produzir menos “descansa”; pelo contrário, dá enfado e cansaço, mais para tristeza, talvez depressão [xô], pois o ócio, para mim, é o ato de deixar o coração não mais pulsar, e ir para o lugar que o Senhor Jesus já me preparou (Jo 14. 2 e Fp 1. 21). Ô glória!

Simples assim.
São Paulo - SP
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