Palavra do leitor
- 17 de fevereiro de 2022
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Empatia e compaixão
O Evangelho de Lucas apresenta, em seus capítulos 4, 5 e 6, uma crescente de narrativas de milagres, prodígios e portentos, antes de chegar ao relato da ressurreição do filho da viúva de Naim (7.11-17), culminando, pouco após, com a pergunta feita pelos discípulos de João Batista em Lc 7.20 (És tu aquele que havia de vir ou esperamos outro?), a qual toda a caminhada dos capítulos anteriores do texto já nos dá a resposta, antes mesmo da resposta de Jesus (7.22-23).
Além da semelhança desta passagem com a de Eliseu ressuscitando o filho da sunamita (2Rs 4.8-37) – com a curiosidade de que Suném fica a 3 km ao sul de Naim -, o relato lucano apresenta duas peculiaridades que chamam a atenção. Uma delas é que o próprio Lucas se refere a Jesus, pela primeira vez, como "Senhor" (v. 13), expressão que, até então em seu livro, ele só utilizava para referir-se a Deus Pai (1.28; 2.15).
A outra particularidade da passagem está no uso da expressão "moveu-se de íntima compaixão" (7.13), pois Lucas apresenta um Jesus mais estoico (que não demonstra muitos sentimentos) do que os outros Evangelhos. Usar palavras tão profundas demonstra como Jesus legitimamente (assim como o significado da palavra "compaixão" no dicionário Michaelis) participou da dor alheia, com o intuito de dividi-la com o sofredor.
A sequência de fatos em que Jesus enxerga a dor da viúva e se compadece de sua aflição, enxugando suas lágrimas e triunfando sobre a morte, ressuscitando o rapaz e devolvendo a esperança àquela mulher, demonstra a infinita capacidade de Jesus ser empático com as pessoas. Como cita Leon Morris, ninguém pediu que Jesus fizesse coisa alguma. Comovido com compaixão, agiu por sua própria iniciativa, compreendendo com velocidade singular, os sentimentos, desejos, ideias e ações de outrem, assim como se apresenta o sentido do verbete "empatia’ no mesmo dicionário citado anteriormente.
O caminho para o amor cristão, passa, obrigatoriamente, pela empatia e pela compaixão. É preciso, a exemplo de Cristo, que afirmou a nossa necessidade de amar o próximo como a nós mesmos (Mc 12.31), que haja um movimento primaz de empatia, em que conseguimos nos colocar no lugar do outro, procurando entender a sua vida, antes de qualquer coisa, tendo como consequência um movimento paralelo de compaixão, onde participamos das dores do próximo, com o único intuito de auxílio à vida de quem sofre.
Não é saudável que estejamos presos a nossos "castelos mentais", onde nos trancamos, vivendo das aparências que a parte externa proporciona, sem viver uma vida de comunhão em que consideremos, realmente, os nossos irmãos e irmãs como unidade na diversidade, e possamos viver e sentir, juntos, todas as emoções que a nossa humanidade nos permite viver, ajudando-nos nessa jornada de construção de um Reino que está por vir, mas que já o fazemos presente aqui e agora.
Além da semelhança desta passagem com a de Eliseu ressuscitando o filho da sunamita (2Rs 4.8-37) – com a curiosidade de que Suném fica a 3 km ao sul de Naim -, o relato lucano apresenta duas peculiaridades que chamam a atenção. Uma delas é que o próprio Lucas se refere a Jesus, pela primeira vez, como "Senhor" (v. 13), expressão que, até então em seu livro, ele só utilizava para referir-se a Deus Pai (1.28; 2.15).
A outra particularidade da passagem está no uso da expressão "moveu-se de íntima compaixão" (7.13), pois Lucas apresenta um Jesus mais estoico (que não demonstra muitos sentimentos) do que os outros Evangelhos. Usar palavras tão profundas demonstra como Jesus legitimamente (assim como o significado da palavra "compaixão" no dicionário Michaelis) participou da dor alheia, com o intuito de dividi-la com o sofredor.
A sequência de fatos em que Jesus enxerga a dor da viúva e se compadece de sua aflição, enxugando suas lágrimas e triunfando sobre a morte, ressuscitando o rapaz e devolvendo a esperança àquela mulher, demonstra a infinita capacidade de Jesus ser empático com as pessoas. Como cita Leon Morris, ninguém pediu que Jesus fizesse coisa alguma. Comovido com compaixão, agiu por sua própria iniciativa, compreendendo com velocidade singular, os sentimentos, desejos, ideias e ações de outrem, assim como se apresenta o sentido do verbete "empatia’ no mesmo dicionário citado anteriormente.
O caminho para o amor cristão, passa, obrigatoriamente, pela empatia e pela compaixão. É preciso, a exemplo de Cristo, que afirmou a nossa necessidade de amar o próximo como a nós mesmos (Mc 12.31), que haja um movimento primaz de empatia, em que conseguimos nos colocar no lugar do outro, procurando entender a sua vida, antes de qualquer coisa, tendo como consequência um movimento paralelo de compaixão, onde participamos das dores do próximo, com o único intuito de auxílio à vida de quem sofre.
Não é saudável que estejamos presos a nossos "castelos mentais", onde nos trancamos, vivendo das aparências que a parte externa proporciona, sem viver uma vida de comunhão em que consideremos, realmente, os nossos irmãos e irmãs como unidade na diversidade, e possamos viver e sentir, juntos, todas as emoções que a nossa humanidade nos permite viver, ajudando-nos nessa jornada de construção de um Reino que está por vir, mas que já o fazemos presente aqui e agora.
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