Ele me tomará para si

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"Mas Deus remirá a minha alma do poder da morte, pois ele me tomará para si." — Salmo 49:15

A morte é algo assustador, emblemático e misterioso. Quase sempre nos desapercebemos dessa realidade. Ela não fazia parte da nossa constituição humana e desde sempre temos algo no coração que nos diz que somos eternos. Mas a realidade é outra, um paradoxo. A verdade é que convivemos diariamente com a sombra da morte, seja por ameaças, doenças, um infortúnio que possa nos surpreender ou o simples passar do tempo.

Esse verso acima é um grito de esperança num contexto onde o pobre é oprimido pelo rico e poderoso. É uma antítese entre o plebeu e o de fina estirpe, o poderoso e o simples, o perverso e o manso, onde o salmo aconselha a não temer o rico opressor, aquele que confia na sua riqueza e esquece que será como os animais no dia sepultura, onde a morte será o seu pastor; tesouro nenhum resgatará sua alma desse grilhão que a todo homem alcança.

O olhar simples engana o homem. Parece que o rico, poderoso, saudável e inteligente nunca passará. Estes são os mais iludidos. Como um breve pensamento, como uma pequena nuvem, como uma simples flor ou como o orvalho da manhã, logo desaparecerão. O que significa setenta, oitenta anos diante da eternidade?

Nada é mais certo e cruel quanto a morte. Uma das poucas certezas da vida, mas há esperança. Para o que se chega a Deus, para o simples e humilde de coração, para o que crê e recorre ao Criador e Redentor da humanidade, esse achará socorro. Desde a eternidade havia um plano de redenção para o homem através da encarnação e sacrifício de Jesus, o Salvador, o Filho do Deus Altíssimo. Basta o homem tirar sua confiança das riquezas, dos poderosos ou de si mesmo e entregá-la a Deus. Os aguilhões da morte nos cercam, mas Deus remirá nossa alma desse grande poder. "Tragada foi a morte pela vitória. Onde está, ó morte, a tua vitória?" — 1 Coríntios 15:54.

Mas do que ser livre da morte, o que o texto nos promete é que o Deus nos tomará para si. Maravilha! Para quem crê, morrer é lucro, como diz Paulo. O lucro é um Deus poderoso e grande que não só nos livra, mas nos toma, nos guarda aos seus cuidados, cuidados de Pai. Essa é a perspectiva de Enoque. Enquanto suas gerações viveram várias centenas de anos, ele partiu ainda jovem. Deus se agradou tanto dele que "o tomou para si...". A narração fria de uma genealogia, quando registra nascimento, geração dos filhos e tempo de vida "viveu", abre-se um diferencial: "Enoque andou com Deus..." O Senhor nos chama para sermos amigos e "andarmos" com ele, e no fim de tudo ele nos "tomará para si." Benção!

Jesus não temeu as ameaças dos ricos e poderosos, confiou no Pai. Ele passou pela cruz para nos salvar e foi vitorioso, ressurgiu. A morte não o reteve, mas Deus o tomou e a destra do trono da Majestade vive e reina. Ele é o maior exemplo de fé.

Agarre essa palavra e veja a morte sob nova ótica. Se hoje, ou amanhã, não sabemos quando a enfrentaremos, mas Ele é poderoso para nos remir do inferno para o céu de sua presença. Como a filhos amados, Deus nos quer para perto de si. Desde já estejamos com saudades do Papai. Aleluia!

"O último inimigo a ser destruído é a morte." — 1 Coríntios 15:26

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Opinião do leitor