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Palavra do leitor

Educador cristão: para além das dicotomias

A separação entre intelectualidade e espiritualidade é um sofisma do pietismo cristão.

Ela tem raízes profundas em modelos de cristianismo que ignoram completamente a ideia reformada e bíblica de que Cristo é o salvador total, para o total da vida. Como o crescimento da fé cristã no Brasil foi experimentada por movimentos profundamente ligados a este tipo de abordagem dicotomizadora, o resultado foi um cristianismo pouco ativo nas dimensões reais da vida humana, como: a política, a economia, a sociedade, a cultura e a educação.

A submissão de alguns ao discurso moderno de que cristãos praticam cristianismo na esfera da Igreja (esfera pística - nos termos de Abraham Kuyper), resultou em um distanciamento real da ação missionária cristã aos segmentos da cultura, da sociedade, da vida pública, etc. Cristãos, que vivem ou viveram este modelo de cristianismo segregado, tornaram-se estéreis e envoltos por um tipo de "bipolaridade cultural".

Especificamente, na área da educação, esse binarismo artificial e anti-bíblico, torna-se evidente. Normalmente, o que significa um profissional da educação cristão? Alguém que se comporta de forma ética, dando bom testemunho cristão, que prega o evangelho para salvação das almas de seus alunos. Esta é uma visão moderna e distorcida, que coloca dentro da sala de aula dois personagens em um único ser: o cristão e o professor.

A visão reformada e a percepção paulina é de vocação. O cristão é acima de tudo um vocacionado. Um professor cristão é principalmente um cristão professor, sua atuação educacional é fundamentalmente cristã. Ele atua como professor orientado intelectualmente por pressupostos criativos, sob égide e inspiração de uma fé cristã que trata o homem como "imago Dei", como um ser sob um mandato cultural de expandir a beleza da criação de Deus. Sua atuação explora o belo, pois o belo é de Deus, preocupa-se com a estética, com a profundidade filosófica, com a racionalidade, com a compreensão científica e atua consciente de que o mundo precisa receber as marcas de um Cristo que "restaura todas as coisas" (At 3:21).

Um educador cristão compreende que a criação e sua complexidade, expressam a complexidade de Deus. Um cristão professor, sabe lidar com a multidisciplinaridade, pois ao reconhecê-la, admite que nenhum aspecto da realidade é senhor dos outros e que o reducionismo científico é fundamentalmente idólatra. Neste ponto, as contribuições do teólogo holandês neo-calvinista Abraham Kuyper sobre as esferas de soberania é fundamental. Há reflexões importantes sendo produzidas sobre o assunto pela Associação Kuyper de Estudos Transdiciplinares (AKET) no Brasil.

De qualquer forma, um educador cristão deve encarar sua atuação como missão em si, não deve isolar sua capacidade intelectual e seu exercício docente do Reino de Deus. Sua missão não é "proselitista" neste sentido, antes deve ser compreendida sob uma perspectiva evangelizadora ampla e integral. Há princípios educacionais e intelectuais profundos que podem ser derivados das Escrituras e de uma boa tradição teológica, que forneça pressupostos para sustentar uma atuação educacional consistente com o universal sacerdócio dos santos.
Belo Horizonte - MG
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