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Palavra do leitor

Denúncia profética: um chamado ao arrependimento

Princípio do Evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus;
Como está escrito nos profetas: Eis que eu envio o meu anjo ante a tua face, o qual preparará o teu caminho diante de ti.
Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, Endireitai as suas veredas.
Apareceu João batizando no deserto, e pregando o batismo de arrependimento, para remissão dos pecados.
E toda a província da Judéia e os de Jerusalém iam ter com ele; e todos eram batizados por ele no rio Jordão, confessando os seus pecados.
E João andava vestido de pêlos de camelo, e com um cinto de couro em redor de seus lombos, e comia gafanhotos e mel silvestre.
E pregava, dizendo: Após mim vem aquele que é mais forte do que eu, do qual não sou digno de, abaixando-me, desatar a correia das suas alparcas.
Eu, em verdade, tenho-vos batizado com água; ele, porém, vos batizará com o Espírito Santo.

(Marcos 1:1-8)

Israel havia se corrompido em seu culto, seus rituais eram pura performance e estética. O templo sempre foi o centro do culto a Deus e da espiritualidade judaica. Nessa época as marcas do templo não era mais a presença de Deus e sua voz, mas a politicagem e o corrompimento do culto como instrumento de exploração e mecanismo de barganha que fazia do templo e da religião mercado e fonte de lucro. A benção não era de Deus, mas sim a do império. Os sacerdotes não intercediam mais pelo povo, antes os exploravam para pagar os altos impostos ao imperador. Comiam do bom e do melhor no banquete do império enquanto o povo sobrevivia com o que sobrava do que lhes era tirado a força. Nem sacrifício ofereciam mais, pois, o comércio no templo vendiam os animais para a adoração a preços elevados. O povo sofria na mão de um governo tirano e não encontravam paz, pois, os sacerdotes tinham aparência de piedade, havia estética e performance, mas não havia presença de Deus.

Exploravam todos, até as viúvas, que deveriam ser sustentadas pelos dízimos devido não terem mais mantenedores estavam sendo estorquiadas, a viúva que dá tudo o que tem é uma denúncia para o culto da época. Jesus encontra fé nela, pois, onde havia acumulação e exploração e Deus era moeda de troca tinha uma mulher dando para o sustento de outros mesmo passando necessidades. João era a voz de Deus, o último profeta, subversivo e denunciador do pecado da época tanto das estruturas sociais, políticas e religiosas como também o das pessoas que faziam com que elas vivessem para si mesmas e como deuses. Seu chamado era para o arrependimento, sua vida era uma denuncia contra os padrões meramente estéticos da época. João que era para estar no templo, estava no deserto e a voz de Deus ecoava de lá pelo estilo de vida do João Batista.

João era o símbolo de que no deserto havia vida e mais vida do que na dinâmica da cidade. João com seu estilo de vida mostrava que ter os benefícios do império por meio da religião era o corrompimento da fé e dos caminhos de Deus e que todos só poderiam voltar a Deus agora por meio do arrependimento que preparava os corações endurecidos para receber o Messias, Jesus de Nazaré. João rompe com a visibilidade estética que renderia benefícios por meio do império e que o faria fartar-se do banquete do imperador para vestir roupas de pelo de camelo e comer gafanhotos com mel silvestre. Enquanto uns fartavam-se do banquete a custa da exploração de muitos, João estava no chão batido do deserto, íntegro chamando as pessoas para repartirem o que tinham como fruto do arrependimento. O chamado ao arrependimento não era abstrato, antes uma mudança do estilo de vida construído pelas bases do império. Se no império havia acumulação, o arrependimento exigia partilha. O reino de Deus dava os seus sinais. João chamava a atenção para o culto que acontecia na vida, pois, a vida era um culto a Deus. As relações eram sagradas. Amar a Deus era impossível sem amar as pessoas. João preparava o caminho e denunciava o estilo de vida, uma espiritualidade de aparências e máscaras que trazia benefícios, que tinha aparência de vida, mas que na realidade só tinha frutos de morte.

João entendia quem ele era e melhor quem ele não era, sua identidade e sua vocação estavam alinhadas de tal forma que sabia sua função em preparar o caminho para o Messias. João nos mostra que denuncia e estilo de vida subversivos são frutos de uma identidade que entende quem é não querendo ser mais ou menos, mas apenas a si mesmo em Deus para cumprir a vocação em Deus e sabendo isso estar pronto para sofrer até as últimas consequências de sua vocação ainda que custe a sua morte, pois, viver e não cumprir a vocação a qual Deus nos designou é morte que antecede em vida.
São José Dos Campos - SP
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