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Palavra do leitor

Criação escondida

Há muitas maneiras de enxergar a criação e o pecado. A chave para uma cosmovisão cristã está em relacionar estes conceitos com a Cruz. Tal relação não deve ser apenas racional, mas também estética e emocional. A violação da criação tem sido um ponto muito importante nos dias de hoje, haja visto as óbvias dificuldades que enfrentamos como humanidade na natureza que destruímos todos os dias. Mas pecado vai além disso. Vejamos três tipos complementares de pecado:

Pecado material contra a criação: Destruição material, empírica, óbvia e visível da Criação. Poluição, desmatamento, alteração artificial de ecossistemas, etc.

Pecado estético contra a criação: É preciso alguma sensibilidade para percebê-lo. São questões trágicas e contraditórias. Hoje, por exemplo, estava um dia muito bonito aqui – frio, céu azul, sol produzindo brilhos nas folhas. Passar o dia todo trancado numa sala branca trabalhando é ser vítima de um pecado estético. Além disso, cometer pecado estético é agir com egoísmo, violência, preferir passar a maior parte do tempo olhando para algo feio por “diversão” (qualquer coisa no computador, ou shopping, por exemplo) ou, até mesmo, não abrir a cortina de casa o dia todo. São situações decadentes nas quais muitas vezes somos vítimas do tolhimento de nossa sensibilidade ou submissão contra a vontade, como no exemplo do trabalho. Pecado estético é qualquer coisa que fica absurda perante a beleza da Criação. Passar a vida toda sem admirar uma mulher ou valorizar a esposa pode ser incluído aqui. Por isso, quando vemos algo feio (como uma música muito ruim) dizemos “é até um pecado”; e é mesmo, um Pecado Estético.

Pecado contra o sopro da criação: Deus fez o homem do pó da terra. Ele concedeu-lhe vida através do sopro. Falta de amor, inveja, ódio e egoísmo são exemplos de pecado contra o sopro da criação. É pecar contra a vida, diretamente contra o Espírito que habita no íntimo da alma. São vivências mais interiores, mágoas profundas, sofrimento solitário. Este pecado aparece na história após a criação quando Caim mata o irmão.


Toda tragédia convive com estes três tipos de pecado. A desigualdade social, miséria e sofrimento do mundo carregam as marcas destes três tipo de violência. Nossas cidades são mais excludentes à medida que se tornam mais feias, frias, cruéis e irresponsáveis em vários sentidos. O cerne da subcondição social inclui questões de ordem política, moral, ambiental e de sofrimento familiar e individual. A rede de violência que geramos é enorme. É preciso enfatizar que tanto “cometemos” pecado como “somos vítima” do mesmo, no sentido que sofremos pela degradação de tudo e “maldições” do ser humano expulso do Éden e também agimos diretamente de maneira pecaminosa.

Em resumo, tudo o que é pecado interfere contra a criação. Ou seja, não há pecado que não seja contra Ela. Os três tipos de violência citados podem ser identificados facilmente em qualquer situação de natureza pecaminosa e quase sempre aparecem juntos, complementando-se mutuamente. Não há distinção entre remissão de pecados e transformação cristã da criação. A restauração da mesma, nos mais variados sentidos, não é apenas “uma” obra da Cruz, mas é “a” Sua obra, à medida que enxergamos mais do que apenas a parte criada visível. A intuição de uma criação pontual, histórica ou mitológica “apenas” essencial para a noção de remissão deve considerar a identidade material, estética e espiritual entre Cristo e Gênesis.

www.osdecadentes.blogspot.com
Curitiba - PR
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