Palavra do leitor
- 05 de maio de 2008
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Corinto: uma igreja, seus dons e seus problemas
No primeiro século, a igreja cristã em Corinto recebeu Cartas do apóstolo Paulo, o qual tratou duramente de pecados de repercussão, como a imoralidade sexual, as facções e a desordem nos cultos, mas também achou ocasião para ensinar sobre os dons espirituais, considerando que eles conheciam essa realidade. Assim, em sua teologia de resolução de dificuldades, Paulo acabou mostrando um retrato de uma igreja comum, humana, como todas são.
As opiniões sobre Corinto se dividem: alguns destacam seus pecados; outros, gostam de dizer que nenhum dom lhe faltava. Alguns crentes de formação histórica apreciam relacionar os dons carismáticos dos coríntios com a existência de partidos e com a confusão nas reuniões públicas. E alguns crentes pentecostais parecem não perceber o quanto aqueles irmãos erravam no emprego do dom de línguas, abusando delas, quando sem interpretação.
É necessário termos equilíbrio. Como fui criado em igreja pentecostal - e nela estou ainda hoje -, sei do que Paulo estava tratando. Sei que é difícil para um crente histórico entender algumas coisas. Sei como é maravilhoso participar de um culto em que os crentes são sujeitos, e não meros espectadores; em que há línguas com interpretação; em que alguém fala e outro interpreta; em que há cânticos espirituais em línguas; em que há profecias e revelações; em que o pregador demonstra estar sendo dirigido pelo Espírito. Imagino o quanto é difícil para um histórico compreender que Paulo não estava proibindo a manifestação carismática, mas que ele pretendia simplesmente a aplicação de ordem e decência.
Por outro lado, admito que nós pentecostais falhamos quanto ao uso desses dons. Há línguas sem interpretação, e a pessoa continua falando, às vezes várias pessoas, às vezes aquele que está ao púlpito também fala o que eu não consigo entender, e não há verdadeira edificação, apenas a emoção pelo fato de se "sentir a presença de Deus". Há uma ênfase exagerada nas línguas estranhas, quando o dom superior é o de profecia. Faz-se uma relação, que considero não muito clara ou não muito adequada, entre línguas e batismo com o Espírito Santo, excluindo-se de ofícios eclesiásticos aqueles que, como eu, jamais falaram noutras línguas.
De toda sorte, como conheço realidades semelhantes à do Corinto, julgo-me um privilegiado. Considero que ninguém deve lutar contra a obra de Deus, contra o que Ele está fazendo, contra a maneira como age. Entendo que jamais Paulo escreveria os caps. 12 a 14 de I Co se a igreja de Corinto fosse daquelas que proíbem o falar em línguas, que ocultam aqueles que têm dons de curar, ou que desprezam as profecias.
Portanto, todos nós podemos aprender uns com os outros. Já é tempo de nos humilharmos ante a Palavra de Deus!
As opiniões sobre Corinto se dividem: alguns destacam seus pecados; outros, gostam de dizer que nenhum dom lhe faltava. Alguns crentes de formação histórica apreciam relacionar os dons carismáticos dos coríntios com a existência de partidos e com a confusão nas reuniões públicas. E alguns crentes pentecostais parecem não perceber o quanto aqueles irmãos erravam no emprego do dom de línguas, abusando delas, quando sem interpretação.
É necessário termos equilíbrio. Como fui criado em igreja pentecostal - e nela estou ainda hoje -, sei do que Paulo estava tratando. Sei que é difícil para um crente histórico entender algumas coisas. Sei como é maravilhoso participar de um culto em que os crentes são sujeitos, e não meros espectadores; em que há línguas com interpretação; em que alguém fala e outro interpreta; em que há cânticos espirituais em línguas; em que há profecias e revelações; em que o pregador demonstra estar sendo dirigido pelo Espírito. Imagino o quanto é difícil para um histórico compreender que Paulo não estava proibindo a manifestação carismática, mas que ele pretendia simplesmente a aplicação de ordem e decência.
Por outro lado, admito que nós pentecostais falhamos quanto ao uso desses dons. Há línguas sem interpretação, e a pessoa continua falando, às vezes várias pessoas, às vezes aquele que está ao púlpito também fala o que eu não consigo entender, e não há verdadeira edificação, apenas a emoção pelo fato de se "sentir a presença de Deus". Há uma ênfase exagerada nas línguas estranhas, quando o dom superior é o de profecia. Faz-se uma relação, que considero não muito clara ou não muito adequada, entre línguas e batismo com o Espírito Santo, excluindo-se de ofícios eclesiásticos aqueles que, como eu, jamais falaram noutras línguas.
De toda sorte, como conheço realidades semelhantes à do Corinto, julgo-me um privilegiado. Considero que ninguém deve lutar contra a obra de Deus, contra o que Ele está fazendo, contra a maneira como age. Entendo que jamais Paulo escreveria os caps. 12 a 14 de I Co se a igreja de Corinto fosse daquelas que proíbem o falar em línguas, que ocultam aqueles que têm dons de curar, ou que desprezam as profecias.
Portanto, todos nós podemos aprender uns com os outros. Já é tempo de nos humilharmos ante a Palavra de Deus!
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dos seus autores e não representam a opinião da Editora ULTIMATO.
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