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Palavra do leitor

Concha de retalhos - Parte I

A trajetória dantesca e catastrófica do homem Davi no seia da sua casa

"Os valores pelos quais prezamos, sem hesitar, traçam o perfil do nosso caráter e, por conseqüência, impulsionam o teor das nossas decisões!"

O ser humano parece carregar uma tendência condicional de evitar os bastidores da sua história. Muito embora todo o esplendor do progresso e das mudanças configuradas pelas vertentes da ciência e tecnologia. Ainda assim, dizer não aos díspares sociais tão notório na sociedade atual, seria uma das mais funestas hipocrisias. Dia-a-dia, na esteira do Séc. XXI, visualizamos as páginas da vida e não ficamos imunes aos porquê(s). Os discursos apoteóticos e inflamados por uma defesa irrestrita e ferrenha a redução das indiferenças entre os povos trouxeram parcos resultados. A cólera entre os homens movidos por ideologias e idéias religiosas, étnicas e culturais continuam a todo vapor. Sem titubear, somos herdeiros de uma arte monumental em eleger culpados, algozes e responsáveis por nossas decisões equivocadas e prematuras. Atentemo-nos para a postura adotada pelo regime nazista, no desaguar da segunda-guerra mundial. A bestialidade dos discípulos de Hitler lançaram judeus, ciganos e outros considerados inferiores aos campos de concentração, a câmara de gás e a todo um processo de desumanização. Mais recentemente, a derrocada do regime-socialista, no velho continente europeu, escancarou atrocidades e violências inaceitáveis contra a liberdade de ser e viver de minorias.

Deveras, pra lá e cá, desculpas esfarrapadas servem de justificativas absurdas a atos hediondos. Indo para algo mais nuclear, as inter-relações familiares também mantém os seus guetos, as suas farsas, os seus esconderijos psicológicos e morais. Valho-me de uma canção da música popular brasileira, a fim de sintetizar respectivas colocações: ''é por debaixo dos panos''. Nisto tudo, levaria horas a fio em tecer acontecimentos referentes aos mais variados contextos sociais e, indubitavelmente, culminaríamos na verdade inqüestionável de que muitos trilham por uma história de concha de retalhos. Por isso, trago à tona a dimensão da trajetória interpessoal de um instigante, fascinante e surpreendente personagem, cuja alma não foi poupada das ambiguidades, tensões, das oposições e perdas. Em poucas palavras, falo do homem Davi, um personagem de escolhas estupendas e lastimáveis. Ater-me-ei a andar pelos bastidores da convivência familiar de Davi; ou seja, uma incursão não as páginas do monarca e sim do homem de alma, lágrimas, risos, alegrias e outras manifestações tipicamente humanas. Não iremos desembarcar no cais do conquistador; daquele que instaurou uma coesão social a Nação de Israel; responsável por difundir e consolidar um aglomerado de tribos numa potência bélica, econômica, política e social. Em direção oposta, convido-lhes a abrir a porta do interno e observamos o Davi na crua e nua convivência familiar. Ao adentrar neste bastidor, encontramos Mical, uma personagem vitimada por fendas emocionais, num pêndulo entre amor e culpa. Até seria compreensível as suas interrogações, devido ao resultado trágico e vergonhoso sofrido por sua família.

Arrisco a dizer, certas questões não tratadas. Certas emoções adoecias. Certos contrastes não colocados na mesa. Por último, os lábios sedosos, a pele alva, os cabelos semelhante a uma torrente de águas refrescantes, a face sublime de Mical não passava de páginas viradas. Simplesmente, prevalecia as acusações e, enfim, a sua expulsão acabou na saída adotada por Davi. Durante anos, a Mical, de tantas inspirações e sonhos de êxtase, seguira o confinamento, esquecida e atormentada pelo ressentimento e pela rejeição. Não há registros de uma descendência gerada por Mical e isto também a indispunha ainda mais com as demais mulheres de Davi. Quantos diálogos cerceados! Quantos lágrimas represadas! Quantos olhares soterrados! Quantos cóleras maquiadas! Deste cômodo, chegamos a Amnon, o herdeiro direto para suceder a Davi. Quando observo esta peça no tabuleiro de xadrez, vejo um indivíduo chafurdado pela insegurança, sujeito as comiseração e se portar como vítima das circunstâncias, não muito afeito aos desejos prediletos do pai guerreiro, conquistador, sedutor. Pelo que se sabe, Amnon exprimia um estilo enclausurado em si mesmo e diante de tal situação procurava encontrar o seu espaço. Poucas vezes não foram as situações, em que tentou chamar a atenção, o reconhecimento, a credibilidade do pai e não do monarca. Logo, aventurou-se com jovens devassos, envolveu-se em atos de vandalismos e discussões. Apesar de todos os esforços, tudo permanecia na mesma. O peso de não enfrentar os seus temores, os seus receios, os seus complexos e a distância do genitor o tornava cada vez mais numa espécie de labirinto existencial. A tentativa de vestir roupagens inapropriadas, ou ser aquilo que não é trazia mais frustrações. Noutro lado, os filhos da jovem intempestiva e exuberante, a seiva do deserto Maaca que concebeu Absalão e Tamar.
São Paulo - SP
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